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21 de abril, quinta-feira.
09:00am.
P.O.V Emily.

Rio de Janeiro | Hotel.

Minha cabeça parece que vai explodir. Sinto dor até mesmo para abrir meus olhos.

Quando me acostumo com a claridade, percebo que estou no quarto do Richard novamente.

Só de tentar lembrar o que aconteceu na noite passada, minha cabeça dói.

Céus, eu estava destruída.

Eu me sento, colocando a mão na testa e fechando os olhos de novo.

- Ei... - Escuto a voz do Richard. Ele toca em meu braço. - Tome esse remédio que vai ajudar na dor, linda. - Ele dizia baixinho, com cuidado.

Eu abro os olhos e pego os comprimidos da sua mão, e pegando o copo de água que ele segurava também.

- Obrigada... - Digo depois de tomar. - Nossa... Te dei muito trabalho ontem? - Tento brincar, mas Richard não corresponde a minha piada.

- Tudo bem? - Pergunto a ele. Richard se senta ao meu lado na cama. Sua cara seria começa a me assustar.

- Emily, precisamos conversar... - Ele diz de cabeça baixa. Eu fico em silêncio, esperando que ele continue. - Eu fiz merda ontem... - Ele fala passando a mão no rosto.

- O que aconteceu? - Pergunto preocupada.

Ele demora alguns segundos para responder.

- Me envolvi em uma briga. - Ele diz sem ainda me olhar.

- Como é? - Pergunto erguendo o tom de voz.

Ele me olha, a expressão de culpa tomando conta do seu rosto. Meu coração se aperta.

- Me explica direito, Richard. - Peço mais baixo, me aproximando dele e deitando em seu colo. Ele começa a acariciar meu cabelo.

- Um filho da puta falou de você e eu perdi a cabeça, Emily. - Ele confessa. - Fui pra cima dele, fiz cagada, o pessoal filmou e aí você já sabe. Estão me detonando na mídia. - Ele diz com a voz chateada.

Me sinto culpada. Foi por mim que ele estava agora sendo crucificado pelos outros. Eu não deveria ter bebido tanto ao ponto de nem me lembrar o que tinha acontecido na noite passada.

- E pra ajudar, ainda não sabem que é você que está comigo, mas os rumores começaram, por estarmos na mesma festa ontem. - Ele diz ainda passando a mão pelo meu cabelo. - E sabem que eu briguei por conta da morena misteriosa. - Ele finaliza.

Eu respiro fundo, absorvendo toda a situação.

- Tá muito ruim a sua situação? - Pergunto erguendo a cabeça para olhar pra ele. Ele me dá um sorriso triste.

- Um pouco. Você sabe como é os sites de fofoca. - Ele admite. - E eu acho que não demorará muito para eles saberem de você.

- Tudo bem. Estou preparada. - Falo baixo. - O que me preocupa é você. Me desculpa por ontem. - Digo chateada.

- Você não tem o por que pedir desculpas, Emily. Errado foi aquele cuzão falar de você. - Ele diz já assumindo um tom irritado, eu me levanto um pouco e sento em seu colo, o abraçando.

Ele se surpreende com meu gesto repentino, mas corresponde ao abraço na mesma hora.

- Você vai embarcar que horas hoje? - Pergunto a ele.

- Na verdade, não vou. Só vou voltar com você sexta. - Ele diz e eu me afasto, o olhando em confusão.

- E os treinos para o jogo de Domingo?

- Não vou participar do jogo, Emily. - Ele diz sério. - Levei punição de duas semanas pelo clube. Por conta da polêmica de ontem. - Ele diz me puxando novamente pra ele. Colocando seu rosto em meu pescoço.

- Me desculpa... - Peço. - Não queria ter causado isso pra você. - Digo sincera. Como fui irresponsável de beber tanto ontem, eu poderia estar sã e ter evitado que ele arrumasse briga com alguém. Como eu era idiota.

- Já falei que não precisa pedir desculpas por nada.- Ele dá um beijo no meus lábios.

- A gente vai passar por isso juntos. Só me preocupo com você, Emily. De resto, podem falar a vontade de mim que eu tô pouco me fodendo. - Ele diz sério, segurando em meu rosto e me olhando.

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Finalizado mais um dia de treinamento.

Meu celular toca no bolso. Era meu pai.

Eu atendo, com certo receio. Tinha medo que do nada surgisse uma matéria minha na internet dizendo que era eu a morena misteriosa do Richard. Não queria que meus pais descobrissem dessa forma sobre nós. Não pelos outros.

Eu e Flávio nos sentamos em uma mesa na parte de fora do Maracanã, era tipo um barzinho ao ar livre que tinha ali. Flávio sabe sobre todo o rolo e escuta atento a minha ligação.

- Oi, pai. - Eu digo baixo.

- Oi, minha filha. Tudo bem? - Respiro aliviada, pelo menos ele estava conversando tranquilo.

- Tô bem pai, e vocês? Estou com saudade. - digo.

- Estamos bem, e estamos com saudade também minha filha. Você volta amanhã né? - Seu Zé me pergunta.

- Sim, pai, mas acho que chego em São Paulo só a noite. - Falo encarando Flávio, que roe as unhas em ansiedade.

- Entendi. - Um silêncio se instala na linha. - Minha filha, é você que estava com Richard ontem naquela polêmica que saiu dele na internet? - Meu pai me pergunta, tocando no assunto que eu mais temia.

Mas, era melhor ele saber logo por mim, do que por fofocas e rumores.

Eu respiro fundo, juntando o pouco de coragem que ainda restava em mim.

- Era, pai. - Eu confirmo. Fechando os olhos, com medo da sua reação.

- Vocês estão juntos? - Seu Zé pergunta.

Nem eu mesma sabia o que de fato rolava entre a gente. Como eu iria responder que sim ou que não?

- Pai... É complicado... - Digo sincera, sem saber como explicar a ele.

- Minha filha, sabe que se precisar, eu e sua mãe estamos aqui por vocês. Vocês tem nosso apoio, só não quero que traga algum problema pra você ou pra sua carreira. Ou até mesmo pra carreira dele. Sabe que essas polêmicas só sujam a fama do jogador. - Meu pai diz compreensivo. Aquilo aquece meu coração.

- Eu sei, pai. - Digo baixo. - Vocês estão bravos por eu não ter falado nada pra vocês?

- Claro que não. - Ele diz e solta uma risada pela ligação. - Já tivemos a idade de vocês. Sabemos que as coisas são uma loucura. Só quero que vocês tenham pé no chão se realmente decidirem assumir um relacionamento.

As palavras do meu pai quase me fazem chorar. Ele e minha mãe eram tudo pra mim. E se eu tinha o apoio deles, eu não precisava de mais nada. Mesmo que o mundo inteiro fosse contra mim.

- Obrigada, pai. - Digo emocionada, tentando não transparecer.

- Sábado, se vocês quiserem, podemos almoçar todos juntos. Fiquei sabendo pela coletiva do Palmeiras que o Richard está em punição e não jogará nesse jogo de domingo, então podemos passar em família. - Ele fala todo cuidadoso.

Tão lindo. Tão amoroso.

- Obrigada, pai. Eu aviso o senhor sábado aí então. - Digo sorrindo. - Amo vocês!

Me despeço e encerro a ligação.

Flávio ouviu tudo e nesse momento está chorando, me olhando emocionado também.

- Se vocês não ficarem juntos agora depois dessa ligação do teu pai, Emily, eu mato vocês dois. - Ele diz enxugando as lágrimas, enquanto ri. Eu o acompanho, rindo também.

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Só queria dizer pra vcs q os próximos capítulos serão todos recheados de emoções.... Boas e ruins.... Então preparem o emocional, pq eu não pretendo pegar leve

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora