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15 de Abril, sexta-feira.
10:32am.
P.O.V Richard.

CT do Palmeiras.

Ainda não entrava na minha cabeça que a Emily iria sozinha pro Rio de Janeiro.

O tanto de urubu que teria por lá, não estava escrito. Ainda mais ela no meio de tantos homens, já que a maioria dos preparadores, eram masculinos.

Estou sentado no banco do vestiário, com Zé ao meu lado.

Eu havia contato tudo pra ele do que aconteceu. Desde meu envolvimento com Emily, até seus pais, e a confusão de ontem.

- Cara, você já não deveria ter se envolvido lá no começo com ela... - Ele começa a falar. - E eu te avisei.

- Eu sei, Zé. Eu sei, mas agora a cagada já tá feita. - Eu digo irritado.

- E agora você tem que arcar com as consequências, irmão. Já que gosta dela, quer ficar com ela, correr não é a opção. Tem que bater no peito. - Ele diz como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Mas não era assim.

- Você não entende todo o b.o da situação, Zé. Tem o acidente, tem a minha mentira, tem você. - Eu digo olhando pra ele como se fosse óbvio. Ele balança a cabeça.

- Cara, que se foda. A merda vai acontecer do mesmo jeito, então pelo menos que seja ao lado da mina que você te gostando. Pronto. - Ele diz e se levanta.

- E como vou chegar e falar pra ela que fui eu que bati na moto dela aquele dia? Que eu não fiquei no hospital esperando ela? Que eu menti para seu próprio pai. - Eu digo exasperado. - Cara, o pai dela tá louco com você, por pensar que realmente foi você que causou o acidente.

- Richard, eu já te disse aquele dia, se precisar, eu assumo a culpa. Eu tô tranquilo com isso. Só não assumirei, se você decidir que quer contar a verdade. Caso contrário, ninguém nunca saberá. - Ele fala sério.

- Perai, perai... Deixa eu ver se entendi. - Uma voz no vestiário nos assusta.

Endrick.

A última pessoa que poderia saber disso.

O maior boca de sacola da equipe.

Tô fodido de vez.

Daqui a pouco o time inteiro saberia de todo rolo que eu tentava esconder.

///

P.O.V Emily.

Mais tarde, estou na minha sala, organizando algumas coisas para deixar tudo pronto para os dias que eu ficarei fora.

Também passei mais cedo na enfermaria e foi tirado a faixa do meu pé. Eu só deveria continuar evitando pisar muito forte e forçar ele. Mas já estava liberada a comandar os treinos novamente, e também poderia viajar tranquila.

Minha única restrição ainda era dirigir, provavelmente só semana que vem eu poderia pegar no volante novamente.

Alguém bate na porta.

Eu deixo os papéis de lado e peço que entre.

Richard aparece.

Eu respiro fundo e desvio o olhar, sentindo já meus sentimentos a flor da pele.

Ele entra em silêncio e fecha a porta atrás de si.

- O que quer, Richard? - Pergunto já sem paciência. Querendo encurtar qualquer proximidade entre nós, ou contato.

Eu não queria ver ele, não queria ouvir sua voz, não queria sentir seu perfume.

Eu não queria nada dele. Nada.

- Podemos conversar? - Ele pergunta baixo, se sentando na frente da minha mesa.

- Eu não tenho nada pra conversar com você que não seja relacionado aos treinos. - digo sem olhar pra ele, demonstrando frieza.

Era o único jeito de eu tentar fazer com que o sentimento que eu já nutria por ele, morresse.

- Então converse comigo sobre os treinos. - Ele diz. - Qualquer coisa. Mas converse comigo. - Ele pede.

Eu solto uma risada debochada.

Olho pra ele, sua expressão está seria no rosto.

- Agora você quer conversar? - Pergunto irônica. - Ontem, quando decidiu acabar tudo entre nós, você mal me olhava na cara. E agora vem me dizer que quer conversar? - Balanço a cabeça.

- Você vai mesmo pro Rio? Sozinha? - Ele pergunta.

Olho pra ele com a sobrancelha arqueada.

- Vou. - Respondo obviamente. - É meu trabalho, Richard, não sei se você se lembra. - Mais uma patada. Eu estava com meu arsenal preparado e apontado pra ele.

- Sabe que o Rio é perigoso, não sabe?

- Sei me cuidar muito bem sozinha. Obrigada pela preocupação. - Volto a olhar meus papéis na mesa, o evitando.

- Emily, para de complicar as coisas. - Ele diz alto.

- O que você quer que eu faça, Richard? Quer que eu beije seus pés, depois de você ter me feito de palhaça? - Dessa vez sou eu que aumento o tom de voz. Nervosa.

- Emily... Não foi assim... - Eu o corto, me levantando em supetão.

- Chega! - Peço, parando em sua frente. - Eu não quero ouvir mais nada que venha de você, Richard. Se você achou, por algum momento, que eu iria levar na boa, que eu iria continuar como uma peguete aqui e ali, você achou errado. - Digo rápido, as palavras escapando sozinhas da minha boca.

- Eu cometi um erro ao me envolver com você. Eu fui uma burra por ter acreditado nas merdas que você me falava, mas agora acabou. Cai na real. - Falo por fim, com a respiração acelerada.

Ele me olha fixamente, em silêncio. Absorvendo tudo que acabei de jogar pra cima dele.

- Por favor, se você não veio aqui para falar sobre algo do treino, peço que se retire. - Falo com educação, apontando a porta pra ele.

Ele fica alguns segundos ainda me olhando, meio atordoado.

Então ele se recupera e se levanta, indo até a porta. Eu não acompanho ele com o olhar, meu coração martela dentro do peito.

- Se você acha que eu vou mesmo desistir de te fazer me perdoar, você está errada. - Ele diz por fim, parado na porta, de costas pra mim.

Então ele vai embora.

Me jogo na cadeira, com a cabeça entre as mãos.

A vontade de chorar sobe a garganta, mas eu me seguro.

Encaro o teto, tentando controlar minhas emoções.

Por que Richard tinha que ser assim? Por que eu tinha que me envolver logo com ele?

Por que ele simplesmente não me deixava em paz?

Ele mesmo não falou ontem que a gente estava indo pro caminho errado? Confundindo as coisas? Então pronto.

Mas, caralho, por que ele tinha que vir aqui e terminar de bagunçar o que já estava uma zona?

Meus sentimentos pareciam marionetes em suas mãos.

Ele fazia o que bem entendia, na hora que queria.

Isso não podia continuar assim.

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Isso mesmo Emily, bota ordem nessa porra

Queremos ver o Richard correndinho atrás de vc

Hj sai mais capítulosssss, ansiosas pra ver como será os dias no Rio?

Será que terá alguns jogadores novos envolvidos na parada? Uns gostosos? Do flamengo?

Vishhhh, joguei na roda e sai correndo kkkkkkk

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora