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4 de Abril, segunda-feira.
08:10am.
P.O.V Emily.

Hotel em Curitiba.

Meu celular toca. Eu o desligo.

Não estava dormindo. Na verdade, não dormi em nenhum momento essa noite.

Depois do que aconteceu aquela hora no quarto com o Richard, eu voltei pra fora da chácara e apenas avisei a Flávia que estava preocupada com o meu sumiço, e o Endrick que me procurava loucamente.

Após tranquiliza-los e dizer que eu só estava com um mal estar por conta da bebida que tinha tomado, decidi chamar um Uber e ir para nosso hotel.

Alguns dos rapazes se ofereceram em me levar embora, não era todos que tinham bebido, mas eu neguei. Não queria atrapalhar a festa pra ninguém.

Flávia e Endrick acreditaram na minha mentira.

Quando o Uber chega e eu entro, fui o caminho inteiro tentando processar cada segundo do que aconteceu.

Eu me culpava. Culpava por ter deixado que as coisas chegassem naquele nível.

Me culpava por não ter sido mais pulso firme.

Me culpava por ter beijado a pessoa que estava me tratando mal a semana toda.

E pior, me culpava, por que eu não podia negar o quão envolvida estava nessa bagunça toda.

O beijo, que não aconteceu, já que era essa a mentira que eu queria acreditar e que eu iria defender até o fim, tinha sido o maior erro que eu ou Richard poderíamos ter cometido.

É isso, um erro.

Quando cheguei no hotel com o Uber, acertei o valor da corrida e desci rapidamente, entrando no hotel e pegando minhas chaves.

Eu sabia que o Richard não voltaria para o hotel, não para nosso quarto, pelo menos.

Então de certa forma me senti um pouco aliviada por não ter que pensar naquele momento como eu reagiria ao vê-lo depois do nosso envolvimento.

Quando entrei no quarto, corri tomar um banho e colocar uma roupa confortável. Meu corpo estava cansado, mas minha mente estava a milhão.

Quando me deitei na cama, ali as coisas pioraram ainda mais.

Ali, os meus pensamentos não me deram mais trégua. A cena do quarto se repetia sem parar.

Parecia que eu estava revivendo aquilo mil vezes.

Conseguia lembrar de todos os detalhes, do rosto de Richard, aquele maldito sorrisinho de lado, a postura intimidadora.

Tudo, tudo eu me lembrava com perfeição.

Antes eu tivesse enchido a cara naquela festa, assim eu não lembraria de nada no outro dia.

Mas não, eu estava bem consciente quando retribui aquele beijo.

E admitir isso para mim mesma era difícil. Muito difícil.

Agora, já era hora de levantar, eu não consegui pegar no sono em nenhum momento. Só revirava na cama de um lado pro outro.

O cansaço tinha multiplicado em cem, mas eu sabia que após o vôo poderíamos ir pra casa descansar, já que hoje era nosso dia de folga, então isso me acalmava.

Me levanto e arrumo a cama, organizando pela última vez a minha bolsa de viagem.

Troco de roupa, colocando novamente o uniforme da equipe, e então faço minha higiene matinal.

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora