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8 de Abril, sexta-feira.
14:22pm.
P.O.V Emily.

CT do Palmeiras.

Dois dias.

Fazia dois dias que o Richard estava me levando e trazendo para o CT.

Todo dia ele me buscava cedo, e assim que nosso treino finalizava, ele me deixava em casa.

Ainda era estranho estar com ele nesse trajeto de 30 minutos que fazíamos duas vezes no dia, mas, de certa forma, eu já estava me acostumando com sua presença.

Ele era irritante, vez o outra continuava a me provocar, mas num todo, até que ele não era tão impossível de se conviver.

Ontem no caminho de volta para minha casa, até tínhamos brincado sobre um passe errado que ele tinha dado no treino.

Ver ele rindo, totalmente descontraído, tinha me deixado boba.

Mas, eu coloquei na cabeça que só senti aquilo por que acima de tudo, eu era muito fã do seu trabalho e era uma torcedora apaixonada. Era só isso. Tinha que ser só isso.

Agora, já estávamos entrando no seu Audi, para mais uma carona que ele me daria até minha casa.

- Cinto, dona Emily. - Ele me relembra. Eu o faço.

- Você é muito cuidadoso e certinho no trânsito, chega a ser irritante. - Comento, já colocando minha playlist no rádio do seu carro.

Ele não me responde, só vejo que assume uma postura um pouco tensa.

Eu dou de ombros.

Richard também não me impedia de conectar meu celular na playlist do carro, mesmo ele fazendo piadinha a todo momento sobre meu gosto musical.

Ate por que, na perspectiva dele, era horrível.

Mas quem era ele pra falar alguma coisa, se quando colocava as músicas dele, só tocava trap e reggaeton?

Ficamos em silêncio, Richard pega a estrada.

Eu começo a cantar baixinho a letra de Afrodite - Delacruz e IZA, que toca na mídia do carro.

"...Tentando acompanhar o seu pique
Quero te facilitar, acredite
Esse é meu jeito de amar, Afrodite..."

"Diz que é ilusão
Que tô tentando chamar atenção
Que eu sou só mais um sem coração
Igual a mim, já viu mais de um milhão por aí
Mais um vilão
Não é novela ou filme de ação
Me lembrei de uma velha canção
Dizendo que eu nunca fui tão bom assim..."

A música continua. Era uma das minhas músicas preferidas do momento.

A melodia parecia entrar na minha cabeça.

Eu continuo a cantar baixinho a letra.

"...Para
Quando estamos cara a cara, eu
Sei que qualquer um repara
Nesse sentimento entre a gente..."

Richard para a música. Desligando a mídia.

Eu olho pra ele brava.

Ele não retribui meu olhar, me ignorando e continua a focar na estrada, com a expressão seria no rosto.

Eu decido ficar na minha, apenas cruzo os braços e viro o rosto para a janela ao meu lado.

Ele era imprevisível, bipolar, um chato.

Tentar entender o que se passava na cabeça de Richard era como um quebra-cabeça, impossível de se montar.

Sua constante mudanças de humor era como pisar em ovos. Não dava para saber quando ele estaria de bom humor ou não.

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora