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21 de Março, segunda-feira.
20:19.
P.O.V Richard Rios.

Estou saindo da casa do Zé Rafael. Dou partida em meu Audi e pego a rodovia dos bandeirantes.

Esse horário o trânsito já está mais calmo, mas vez ou outra acabo me irritando com o tráfego.

Na Colômbia era tudo mais calmo que a cidade agitada de São Paulo, mas eu não poderia negar que já estava acostumado a morar aqui, e gostar.

Porém, a saudade da minha casa de infância, era imensa.

Estou parado em um sinal vermelho e aproveito para dar uma olhada em meu celular, verificando a última mensagem que recebi de uma garota que sai no final de semana.

Ela era gostosinha, e até que tinha um papo bom, mas sair uma segunda vez estava fora dos meus planos.

Figurinha repetida não completa álbum, era isso que meu amigo Zé Rafael tinha me ensinado, e eu levava a risca.

São Paulo e qualquer outro lugar era muito grande para eu me apegar em apenas uma mulher.

Apesar de eu adorar uma colombiana, era impossível negar o poder de uma brasileira, mas ainda faltava algo a mais, pelo menos nas quais eu já saí.

Eu gostava da minha fama de pegador, já que era assim que os sites de fofoca me chamavam, mas eu estava apenas aproveitando todas as oportunidades que eu tinha em mãos.

E acha mesmo que eu iria negar quando uma mulher chegava em mim? De jeito nenhum.

Se era em uma festa, ou em um lugar privado, ou até mesmo pelas minhas redes sociais, eu não perdia tempo.

Caiu na rede é peixe, como dizia Endrick.

Sorrindo eu então percebo que o sinal abriu, já que escuto altas buzinas atrás de mim.

Eu reviro os olhos e acelero, sem olhar para meu lado antes de mudar de faixa.

Então escuto uma buzina alta e logo o barulho vem, a cena parece acontecer em câmera lenta. Olho assustado pelo retrovisor e vejo que um motoqueiro caiu, ao se bater na lateral do meu carro, quando fiz a mudança de faixa sem atenção.

Paro imediatamente meu carro no acostamento e então colocando o capuz do meu moletom eu desço correndo do carro.

Pra minha sorte não havia parado nenhum carro junto comigo, apenas olhares curiosos.

Já estava vendo a minha cara estampada em mil sites amanhã, falando sobre minha falta de atenção no trânsito e a possível lesão do motoqueiro.

Me aproximo da moto e do rapaz caído no chão.

- Ei, está bem? - Pergunto nervoso, não consigo ver o rosto da pessoa, já que está com o capacete, mas quando o mesmo tenta virar o rosto para me olhar eu o seguro. - Espera, não se mexe! Você pode ter se machucado... Estou ligando agora para a ambulância. - digo nervoso e digito rapidamente o número da emergência no celular, percebo que estou tremendo.

- Eu... Tô bem... Só tô... Tonta. - a voz fraca diz. Então percebo que não é um rapaz, e sim uma mulher. Merda.

Olho para a moto, então olho para o corpo dela, tentando ver se tem algum machucado mais grave ou evidente, mas por sorte não vejo nada. Foi só a queda mesmo, já que eu não estava tão rápido, e ela também não.

Mas a culpa que me invade é imensa. Maldita falta de atenção. Maldito momento de distração no celular.

Sempre fui tão consciente no trânsito, era uma merda essa situação.

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora