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4 de Abril, segunda-feira.
01:01am.
P.O.V Richard.

Chácara | Comemoração Pós Jogo.

Era o álcool. Tinha que ser.

Eu não estava em sã consciência quando fiquei ouvindo a conversa do Piquerez e da Emily no corredor.

Eu não estava em sã consciência quando fiquei a olhado, mesmo ela percebendo e ficando nervosa.

Que porra eu estava fazendo? Essa pergunta ficava rondando minha cabeça.

Assim que ela passou por mim, toda atrapalhada e nervosa, os passos que eu dei atrás dela foram totalmente sem pensar.

Quando dei por mim, eu já estava atrás dela. Antes mesmo que eu pudesse sair dali, ela se vira e se bate contra mim.

Ali eu decretei meu fim.

Ali eu já sabia que estava fodido, e que provavelmente o que eu faria a seguir iria me trazer arrependimento mais tarde.

Mas eu não conseguia mais me controlar. Fosse o álcool, o calor do momento, ou o turbilhão de coisas que vinham se acumulando em mim desde o dia que Emily cruzou meu caminho, nada parecia me frear.

Eu estava agindo em modo automático.

- Acho que você não respondeu a pergunta do uruguaio, Emily...- Eu digo com as palavras saltando da minha boca.

Estavamos muito perto um do outro, o seu perfume, como de costume, me tirava ainda mais a razão.

A encaro. Ela está sem reação, apenas me olhando assustada.

Emily então tenta sair de perto de mim, dando um passo pro lado e se esquivando. Eu me coloco na sua frente mais uma vez, a impedindo.

Ela respira fundo e fecha os olhos, tentando evitar a todo custo o contato comigo.

- Olha pra mim. - eu ordeno. Ela o faz.

- Por que não respondeu a maldita pergunta dele, Emily? - Eu começo a me alterar. A falta de paciência se fazendo presente novamente.

Como sempre, Emily sendo o combustível para me deixar ainda mais irritado.

- Sai da minha frente. - Ela diz, com a voz fraca.

Eu dou um sorriso de lado e nego com a cabeça.

- Não é você que dá as cartas agora, Emily. - Digo em ironia.

- Sai da minha frente, Richard. - Ela me pede mais séria, me olhando com raiva.

Eu mais uma vez balanço a cabeça, negando.

- Richard, por favor... Me deixa em paz. - Ela pede com a respiração um pouco alterada. Sei que estou a deixando nervosa, assim como eu já estou.

- Não. Você não me deixa em paz, você fica o dia inteiro na porra da minha cabeça, então por que eu não posso fazer o mesmo com você? - Começo a falar sem pensar, só deixando que o calor do momento fale por mim.

Ela me olha surpresa. Como se tentasse entender as entre linhas do que eu estava tentando falar.

- Para de me olhar assim, Emily. - Eu peço. Totalmente tomado por minhas emoções. - Para! Só para, sai da minha vida, para de estar toda hora presente, para de ser tão querida com os outros, para de ser tão boa no seu trabalho... Porra, para de ser desse jeito, preciso conseguir viver minha vida normal de novo.

Respiro fundo. E passo as mãos no cabelo, tentando me controlar.

Eu estava fazendo merda.

Era a bebida. Era a bebida me fazendo passar por essa humilhação.

• DESTINO • | Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora