Nova agente

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Lauren.

Acordei com o sutil toque do despertador interno, que me fez abrir os olhos e olhar para o relógio. Três e meia da madrugada. A luz suave da lua que entrava pela janela do meu quarto iluminava parcialmente o rosto de Camila, que dormia serenamente ao meu lado. O ritmo tranquilo da sua respiração me trouxe um misto de paz e preocupação.

Fiquei ali, observando-a, lembrando de como as coisas mudaram rapidamente. Foi apenas um dia desde que decidi que ela precisava ficar comigo, mas a dúvida começou a se insinuar na minha mente. Será que fui precipitada? Será que era certo trazê-la para minha casa assim, sem pensar nas implicações? Mas enquanto eu a observava, percebi que, apesar das incertezas, essa decisão parecia ser a escolha certa. Ela estava segura aqui, e eu não queria que ela voltasse àquele lugar. Não agora.

Levantei-me com cuidado para não a acordar, evitando qualquer movimento brusco. O chuveiro estava chamando. A água quente seria um alívio, não só para o corpo, mas também para a mente. Enfiei-me rapidamente no banheiro e deixei a água escorrer sobre mim, sentindo cada gota como uma pequena renovação. O vapor envolveu o ambiente, ajudando a dissipar os pensamentos pesados que se acumulavam na minha cabeça.

Após o banho, fui até o closet, onde as minhas roupas estavam organizadas. Escolhi uma camiseta preta básica, uma calça cinza do uniforme da delegacia e um coturno militar nos pés, algo confortável para um dia de trabalho, mas que ainda assim transmitia um ar de seriedade. Enquanto me vestia, minha mente ainda divagava sobre a confusão dos últimos dias. Sabia que a vida de Camila estava completamente de cabeça para baixo, e isso me deixava inquieta. Queria ser seu porto seguro.

Depois de me vestir, coloquei minha arma no coldre. A sensação do metal contra a pele me trouxe um pouco de conforto. Em um mundo como o nosso, estar preparada era essencial.

Fui até minha escrivaninha, onde mantinha alguns materiais de escritório. Peguei uma caneta e um pedaço de papel, e comecei a escrever:

"Camila, fui pra a delegacia. Fique a vontade pois agora a casa também é sua. Caso precise de um táxi pra a faculdade, aqui está o dinheiro e as chaves do apartamento. Um beijos. -Lauren"

Deixei a nota de cinquenta dólares cuidadosamente ao lado da mensagem e as chaves de casa, garantindo que tudo estivesse pronto para ela. Era um gesto simples, mas queria que ela soubesse que eu me importava, que ela não estava sozinha.

Antes de sair, olhei uma última vez para o quarto, onde Camila ainda dormia, seu semblante tranquilo me dando esperança. Fechei a porta suavemente atrás de mim e desci as escadas até o elevador. O barulho das portas se fechando ecoou no corredor silencioso.

Ao chegar ao estacionamento, o cheiro do asfalto fresco me envolveu. O silêncio da madrugada era reconfortante, quase como um abraço. Abri a porta do carro e sentei-me, respirando fundo enquanto ligava o motor. Sabia que tinha um longo dia pela frente, mas também sabia que, ao final dele, estaria de volta para a minha casa e para a mulher que eu esperava estar ajudando a reconstruir.

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Assim que deixei o estacionamento, não pude deixar de pensar na reviravolta que a vida havia tomado. Camila merecia ser feliz, e eu estava determinada a fazer o possível para ajudá-la a encontrar esse caminho.

A porta do estacionamento da delegacia se abriu com um rangido familiar, e o cheiro do café fresco me envolveu como um abraço acolhedor. A luz dos fluorescentes iluminava os corredores quase desertos, e o som do relógio na parede marcava a passagem do tempo de forma hipnótica. Era uma madrugada tranquila, o que era raro em nosso trabalho.

Cumprimentei alguns dos policiais que ainda estavam por ali, alguns com olheiras profundas, outros tentando manter o foco no que ainda restava de seus turnos. Mas algo parecia fora do comum. O clima estava tenso. Quando vi Normani sentada em uma mesa com uma mulher ruiva, minha intuição começou a apitar.

ENTRE A LEI E O CORAÇÃO. -CAMREN G!POnde histórias criam vida. Descubra agora