ENTRE A LEI E O CORAÇÃO. -CAMREN G!P

Maquina de sexo

Lauren.

Acordei cedo, como de costume. Hoje era meu dia de folga e eu gostava de aproveitar o dia logo cedo. O relógio digital no criado-mudo marcava 5:30 da manhã. Eu sempre tive costume de acordar bem cedo, desde criança. Meu pai acordava cedo e passava no meu quarto para me dar um beijo antes de ir trabalhar e eu sempre já estava acordada à espera dele. Sinto saudades dele as vezes.

A luz suave da cidade ainda adormecida entrava pelas cortinas finas, mas eu já estava desperta. Acordar nesse horário me dava uma sensação de controle, uma calma antes de enfrentar o caos da delegacia.

Levantei da cama e fui direto para o banheiro. Gib, meu gato laranja, estava deitado no pé da cama, observando cada movimento meu, como se soubesse que sua primeira refeição do dia já estava a caminho. Fiz carinho rápido nele antes de soltar uma longa espreguiçada.

O banheiro tinha uma decoração minimalista, mas sofisticada do jeito que eu gosto. Mármore branco nas paredes, a pia era grande, com um espelho que ocupava boa parte da parede. Abri o chuveiro e deixei a água quente começar a correr. O vapor começou a preencher o ambiente, e eu entrei sob a ducha, deixando a água escorrer pelo meu corpo.

Meus pensamentos, inevitavelmente, voltaram para Camila. Fazia uma semana desde o depoimento dela na delegacia, mas a imagem do seu rosto, o jeito que seus olhos brilharam quando ela me olhou, não saía da minha cabeça. Isso era perigoso. Eu sabia que não devia me envolver com ninguém relacionado ao trabalho, e com Camila era ainda pior. Ela era jovem, com tantos sonhos pela frente. E eu... bem, eu era uma delegada com muito mais responsabilidades e cicatrizes da vida. Tudo bem que tenho só meus 29 anos, mas me sinto como uma velha.

Sacudi a cabeça, tentando afastar esses pensamentos. Era estranho pensar em Camila durante o banho. Peguei o sabonete com aroma de jasmim e esfreguei no meu corpo, tirando o cansaço e as distrações que tentavam tomar conta de mim. Terminando o banho, me enrolei na toalha e voltei para o quarto.

Fui até o closet para escolher minha roupa para a corrida. Eu gostava de correr logo cedo, era a minha forma de clarear a mente antes de começar o dia. Na época da escola eu corria como ninguém, graças ao meu talento na corrida eu consegui uma bolsa de estudos pra faculdade, o que me ajudou muito pois na época o salário de faxineira da minha mãe, não daria conta de pagar a faculdade e administrar as contas de casa. Vesti um short de compressão, era pessimo correr só de cueca, tudo aquilo balançando não é muito confortável pra mim. Peguei também uma camiseta de manga longa cinza, justa, mas respirável. Amarrei o cabelo úmido em um rabo de cavalo alto, deixando algumas mechas soltas ao redor do rosto. Olhei no espelho por um momento, ajeitando as mangas e observando o reflexo. Nada de mais, só pronta para a minha corrida de sempre, eu não estava querendo impressionar ninguém mesmo.

Passei pela cozinha rapidamente, colocando ração na tigela de Gib. Ele correu até lá, como se estivesse faminto há dias. Dei uma última olhada no meu apartamento,. A sala tinha uma grande janela que dava para a cidade, e a luz natural sempre iluminava tudo durante o dia. Era um lugar bonito, mas um pouco vazio, como eu gostava. Era prático e eficiente, exatamente o que eu precisava. Alguém solteiro como eu não gosta de muita extravagância. Não depois de se relacionar por dois anos com alguém que fez da sua casa simples, um lugar parecido com um centro de antiguidades. Mas enfim, não quero lembrar de coisas ruins, o meu dia está ótimo para eu estragar com pensamentos negativos.

Saí para a rua e comecei minha corrida. O ar fresco da manhã batia no meu rosto enquanto eu corria pelas ruas tranquilas. O som dos meus tênis no asfalto e a respiração ritmada eram quase hipnóticos, ajudando a clarear minha mente. Durante esses momentos, eu sempre conseguia encontrar foco. Mas hoje, os pensamentos sobre Camila continuavam a surgir. Eu tentei me convencer de que não passava de um interesse passageiro, algo superficial, mas mesmo assim, não conseguia evitar pensar nela.