Na mira

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Lauren.

A  luz suave da manhã começava a entrar pelas frestas da cortina, iluminando o quarto aos poucos. Eu me levantava com cuidado, tentando não fazer barulho para não acordar Camila, que ainda dormia profundamente, encolhida debaixo do cobertor. Ela sempre parecia tão tranquila quando dormia, como se os problemas do mundo não conseguissem alcançá-la. Sorri de leve, observando-a por um momento antes de me afastar da cama.

Sabia que o dia seria longo, cheio de complicações no trabalho. Havia uma operação importante, e eu precisava estar 100% focada. Já me vestindo, optei pelo uniforme habitual: calça preta, camiseta justa, coturno militar e jaqueta de couro. O coldre com a arma ficava pendurado na cadeira ao lado da cama, mas eu só o pegaria por último, como sempre.

Ao passar pela cozinha, decidi preparar algo para Camila comer quando acordasse. Eu sabia que ela tinha que ir para a faculdade logo mais, e com certeza sairia de casa apressada como sempre, sem comer direito. Peguei algumas coisas no armário e na geladeira: ovos, bacon, torradas e um suco de laranja. Rapidamente, comecei a preparar o café da manhã, deixando o som suave da frigideira tomar conta da cozinha.

Enquanto os ovos fritavam, olhei para o relógio no micro-ondas. Ainda tinha tempo. Eu sabia que Camila provavelmente ficaria brava se acordasse e visse que eu saí sem dizer nada, mas não queria incomodá-la tão cedo. O cheiro do café recém-passado se misturava ao da comida, preenchendo o ambiente com um ar reconfortante.

Em pouco tempo, o café da manhã estava pronto: ovos mexidos com bacon, uma pilha de torradas douradas e crocantes, e o suco de laranja fresco. Arrumei tudo com cuidado na mesa, deixando também uma xícara de café pronta para ela. Peguei uma caneta e um pedaço de papel que estava jogado em cima da bancada, e deixei um bilhete ao lado da comida.

"Deixei café pronto para você, não saia para faculdade antes de comer. Te gosto muito, mais tarde estou de volta.

Lauren."

Dei uma última olhada para a mesa posta, e um sorriso pequeno escapou. Não era nada demais, mas era meu jeito de cuidar dela, de garantir que ela estivesse bem, mesmo quando eu não pudesse estar por perto. Peguei minha jaqueta de couro e coloquei o coldre por baixo, ajustando o peso familiar da arma em minha cintura. Respirei fundo e, antes de sair, voltei até o quarto.

Aproximei-me da cama, observando Camila por mais um instante, o cabelo bagunçado sobre o travesseiro, a respiração leve e tranquila. Dei um beijo suave em sua testa, tentando não acordá-la. Ela se mexeu um pouco, mas não abriu os olhos.

Saí do apartamento em silêncio, já me preparando mentalmente para o dia à frente.

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O clima estava tenso enquanto eu me preparava para a batida. Havia algo sombrio no ar naquela manhã, um peso que eu não conseguia explicar. Metanfetamina no porão de uma casa, um drogado violento com denúncias de estar armado, não era o tipo de operação que você entra despreparada.

Já havíamos feito o reconhecimento da área, conversado com informantes, e agora, eu estava de pé na frente daquela casa, um velho sobrado caindo aos pedaços. A madeira das janelas estava podre, a cerca da frente havia sido destruída há tempos. Sabíamos que o sujeito estava lá dentro, mas ele estava se recusando a sair.

Eu conferi meu coldre mais uma vez, sentindo o peso da arma contra meu quadril. O colete apertava meu peito, mas o que apertava mesmo era a sensação de que algo estava para dar muito, muito errado. Olhei para Normani, que estava logo atrás de mim, e ela assentiu, tensa, mas determinada.

-Pronta? -ela perguntou, com a voz firme, mas eu percebia o nervosismo.

-Vamos acabar logo com isso. -murmurei, tentando esconder minha inquietação. Era uma operação como qualquer outra, eu repetia para mim mesma.

ENTRE A LEI E O CORAÇÃO. -CAMREN G!POnde histórias criam vida. Descubra agora