Repouso

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Camila.

Três horas se passaram como uma eternidade. Eu mal percebia o tempo enquanto me levantava da cadeira, andava de um lado para o outro, e tentava manter a calma. Dinah e Normani estavam ali, me ajudando a segurar o peso da ansiedade, mas a cada minuto que passava, o medo de que algo pudesse dar errado aumentava. O hospital era frio, impessoal, e o silêncio das paredes brancas só piorava minha angústia.

Então, finalmente, o som de passos apressados no corredor me fez parar. O médico apareceu, ainda com a roupa da cirurgia, o rosto cansado. Ele vinha em nossa direção, e eu senti meu coração parar por um segundo.

Me levantei rapidamente, com Dinah e Normani logo atrás de mim, visivelmente aflitas. Assim que o médico parou diante de nós, ele suspirou profundamente, o que só aumentou minha tensão.

-Doutor? -Minha voz saiu fraca, quase num sussurro. -Como ela está?

O médico respirou fundo antes de começar a falar, como se estivesse escolhendo as palavras com cuidado.

-A cirurgia foi muito complicada. A bala atingiu um nervo importante, perto do ombro, o que tornou o procedimento mais delicado. Tivemos que agir rápido para evitar danos permanentes.

Eu senti um aperto no peito, as palavras dele ecoando na minha mente. Normani colocou a mão no meu ombro, me dando apoio, enquanto Dinah apertava os lábios, também nervosa.

-Mas... a boa notícia. -ele continuou. -é que conseguimos remover a bala sem comprometer funções vitais. O nervo afetado controla parte dos movimentos do braço, por isso Lauren vai precisar de fisioterapia para que não sinta dor ao movimentar a área após a cicatrização.

Eu soltei um suspiro tremido, sentindo as lágrimas começarem a encher meus olhos, mas agora era de alívio.

-O estado dela é estável. -o médico acrescentou, com um tom mais tranquilo. -Ela está sedada no momento e ainda não pode receber visitas. Precisamos monitorar sua recuperação nas próximas horas e como seu corpo reagirá com a remoção da bala.

Meus olhos se fecharam por um segundo, tentando processar tudo o que ele dizia. O alívio por saber que Lauren estava bem era avassalador, mas o medo da recuperação ainda me rondava.

-Então... ela vai ficar bem? -perguntei, com a voz trêmula.

O médico assentiu.

-Sim, com o devido tempo e fisioterapia, ela irá. Mas é importante que ela siga as orientações médicas rigorosamente.

Eu balancei a cabeça, ainda sentindo as emoções se misturando dentro de mim.

-Obrigada, doutor. Obrigada por tudo.

Ele deu um pequeno sorriso cansado.

-Só estou fazendo meu trabalho. Ela é forte, vai sair dessa.

O médico se afastou, deixando-me ali com Normani e Dinah. Assim que ele desapareceu pelo corredor, desabei, minhas pernas fracas. Normani foi rápida em me segurar, e Dinah me abraçou apertado, enquanto as lágrimas finalmente escorriam.

-Ela vai ficar bem, Mila. -Dinah sussurrou, passando a mão nas minhas costas. -Ela vai ficar bem.

Eu soluçava, sem conseguir conter o alívio e o medo misturados.

-Eu... eu achei que ia perdê-la.

Normani, ainda segurando meu ombro, disse firme:

-Você não vai. A Lauren é uma guerreira. Ela vai sair dessa mais forte do que nunca.

Eu respirei fundo, tentando me acalmar, sabendo que, por mais difícil que fosse, Lauren estava viva, e isso era tudo o que importava naquele momento.

-Quer que eu pegue uma água pra você? -Normani perguntou suavemente, a mão no meu ombro.

ENTRE A LEI E O CORAÇÃO. -CAMREN G!POnde histórias criam vida. Descubra agora