capítulo 18: pequena liberdade

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- não sei porque sempre se arruma tanto se vai trocar de roupa na casa da tua mulher.

Roger estava deitado na minha cama, ele vestia uma camisa polo azul e uma calça jeans escura. Eu estava de frente pro espelho, com um vestido verde escuro e um tênis branco juntamente com um colar simples dourado. Estava dando um jeito no meu cabelo depois de ter feito uma maquiagem básica, irei mudar ela quando chegar a hora de usar o vestido que Nique comprou.

- se continuar me apressando eu vou me estressar e não saio mais daqui !

Escuto ele reclamar, mas ignoro completamente. Termino de passar a chapinha nele todo e analiso se está tudo alinhado, depois passo um reparador de pontas e pego uma bolsinha.

- tô pronta. Vamos ?
- finalmente ! - ele se levanta e pega as chaves do carro em cima do criado mudo - sai de perto desse espelho antes que você queira mudar pela décima quinta vez essa droga de roupa !

Ele me puxa até a saída do quarto, descemos as escadas e saímos de casa, o seu carro já estava esperando, entramos e ele começa a dirigir e por sorte o trânsito estava bom.

- você sabe o que vai usar ou o Santino que escolheu ? - digo enquanto olho meu celular buscando alguma informação de Nique, fico sem sucesso.
- uma camisa social branca e uma calça preta de alfaiataria, além da máscara. E você ?
- ela não me disse - bufo - vou demorar no mínimo duas horas pra terminar de me arrumar pra combinar com o vestido.
- oh céu! Por favor não ! - ele faz graça, depois se recompõe - você sempre demora pra se arrumar, não é saber ou não que vestido vai usar que muda isso.
- eu sou curiosa ! Não tenho culpa disso...
- controla ou surta, mas nem vale tanto a pena assim, falta uns dez minutos pra chegar na minha casa, miga.
- pisa no acelerador.
- e correr o risco de levar uma multa ? Jamais ! Aquieta teu fogo que já já a gente chega.

Não obedeci, fiquei resmungando o tempo todo. Depois de um tempo a gente entra na propriedade de Roger, ele morava sozinho em uma casa enorme com um terreno grande e com várias possibilidades de entrada e saída escondidos, ou seja, local perfeito.

Ele estaciona próximo da casa, assim que ele para o carro eu saio rapidamente e entro dentro da casa, quando eu chego na sala estavam os dois irmãos sentados no sofá, aparentemente conversando mas pararam quando me viram entrar.

- voi demoraram demais, a colpa é de quem ? - Santino diz, olho para Nique, ela estava me analisando.
- você alisou o cabelo...
- sim, você não gostou ? - passei a mão pelo meu cabelo, nervosa.
- você fica linda de qualquer jeito, amore mio, mas sinto falta das suas ondulações...
- da próxima vez eu deixo ele ondulado, prometo. Cadê meu vestido ?
- ela ficou três horas reclamando, até eu quero saber que vestido você comprou. - Roger chega e se joga no sofá, do lado de Santino.
- terceira porta a direita. - ela diz, cruzando as pernas.

Assim que ela termina de falar eu saio quase que correndo até o quarto, abro a porta rapidamente e reparo que tem algo em cima da cama, chego mais perto e fico impressionada.

Era um vestido azul royal escuro longo, pelo tamanho, iria ficar um pouco colado na parte de cima e solto na parte de baixo e tinha duas fendas na área da coxa e um decote em v na parte de cima, além de uma máscara prateada e um salto alto fino preto.

Me visto rapidamente e me olho no espelho, eu tinha trazido algumas maquiagens na bolsa, mas antes mesmo que eu pudesse me maquiar escuto a voz de Nique do outro lado da porta.

- gostou do vestido ? - ela fala enquanto entra.

Me viro e olho a roupa que ela estava usando, era uma camisa pret simples de botão, os três de cima estavam abertos o que deixava um decote muito sexy, a calça era de um terno e também preta, com uma corrente pendurada. Se fosse definir como ela estava em três palavras seriam "gostosa pra caralho" e se eu fosse pedir algo seria "me come".

- não querendo te apressar, mas estamos bem atrasadas. Os meninos querem te matar se demorar mais um segundo - seu olhar desce e vai levantando devagar, até o meu rosto - Non tutti gli aggettivi del mondo descriverebbero la tua bellezza, amore mio...
- por mais que eu ame seu idioma, eu não o entendo, lembra ?
- vamos ? Os meninos estão nos esperando e...cadê a sua máscara ?

Pego a máscara e a minha coleira que deixei guardada dentro da minha bolsa e me aproximo dela, estendendo a mão com a coleira.

- não finja que eu não perguntei. Quero usar a coleira...posso, senhora ?
- não era nada demais. E já que pediu com jeitinho..

Ela pega a coleira da minha mão e me vira, eu seguro o meu cabelo para que ela tenha mais facilidade na hora de colocar o acessório, antes da sensação do objeto no meu pescoço eu sinto seus lábios dando uma leve mordida, me fazendo soltar um pequeno gemido e um beijo depois, logo em seguida ela coloca a coleira.

- agora sim, estou perfeita - falo depois de me virar, ficando de frente pra ela, depois pego a sua mão e a puxo pelo corredor - vamos ! Não quero perder a festa !

Saímos de casa e trancamos a porta da frente, nós quatro fomos para onde Nique e Santino tinham estacionado seus carros (de forma escondida) e entramos e seguimos por um caminho conhecido apenas por nós quatro.

A viagem não foi tão longa, Nique mantinha uma de suas mãos parada na minha coxa até o final do trajeto. Quando chegamos reparei em cada detalhe da entrada, antes de chegar no portão de entrada rinha uma escadaria e ela estava iluminada com uma luz que parecia que a algumas de suas partes eram douradas.

Nique parou o carro e pediu para que eu esperasse, fiquei meio confusa no início, mas depois entendi. Dois homens se aproximaram e abriram a porta do motorista e a do passageiro e nós duas saímos ao mesmo tempo, reparo que o homem me olhava, como se estivesse me analisando.

- venha. - era uma ordem simples e direta e eu a obedeço rapidamente ficando bem ao seu lado, que estava perro a escada da entrada. - já ouviu falar de não cobiçai a mulher do próximo, garoto ? - sua voz era firme e mostrava insatisfação e raiva.
- m-me desculpe, não vai acontecer novamente, senhora Moretti - o homem parecia ter um pouco de medo em sua voz.
- eu espero mesmo. Vamos. - a última palavra foi direcionada a mim, ela fica do meu lado e segura com um de seus braços a minha cintura, para mostrar para todos com quem eu estava.

Conforme a gente ia subindo degrau por degrau eu ia me desfazendo da Charlie Jones Disfarce, a garota hétero filhinha de papai. Essas festas eram o único momento que eu poderia exalar não só os meus desejos, mas o mais importante: a minha sexualidade. Aqui eu sou livre, não há julgamentos porque estou dentro dos pilares da ética, e não estou falando da religiosa que é a que todos tem por verdade universal.

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Para os curiosos:

Non tutti gli aggettivi del mondo descriverebbero la tua bellezza, amore mio: Nem todos os adjetivos do mundo descreveriam sua beleza, meu amor.

Meu celular voltou! Capítulo toda terça-feira, menos nas duas semanas do ENEM, sou uma escritora de HOT BDSM ? Sim, mas o estudo vem primeiro :D
(Sejam p*tas estudadas galera, vai que tem uma Dominique Santino por aí nesse mundo acadêmico? Nunca se sabe...)

Entre Quatro ParedesOnde histórias criam vida. Descubra agora