Além Do Toque

Capítulo 12

Laura Mendonça

   Ele me beijou...

   Ele realmente fez isso, sem se importar se perdia o trabalho ou não, Leonardo é um homem inteligente, já se deu conta que mexe comigo e continua fazendo de propósito, não sei ao certo o que ele quer, mas eu não vou cair, ou já cai como uma tola, não deveria ter permitido que ele me beijasse e duas vezes, mas também eu queria aquilo, sentir seu lábios nos meus, despertou cada musculo do meu corpo só não voltei a andar porque isso é meio impossível.

  Depois desse acidente e traste do meu ex namorado ter me deixado daquela forma eu me fechei para o mundo, ou para os homens, não quero que ninguém sinta pena de mim, mas Leonardo despertou meu desejo, a chama que antes estava adormecida retornou, e eu quero senti-lo, queria que ele explorasse o meu corpo de maneiras que eu nunca poderia imaginar

                      
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     Já faziam três semanas desde que Leonardo começou a trabalhar na fazenda, quer dizer como meu enfermeiro, e ele não tinha mudado em nada o seu comportamento provocador. Cada dia, ele me desafiava de uma nova forma, seja durante os exercícios no ginásio ou mesmo em momentos mais descontraídos. Eu sabia que ele estava tentando me fazer ceder, mas me recusava a dar-lhe esse prazer, mesmo que, secretamente, algo dentro de mim se agitasse com as provocações.

   Hoje, ele me falou que seria a consulta com a psicóloga. Eu disse que o motorista podia nos levar, mas Leonardo não aceitou. Ele queria dirigir, dispensando qualquer ajuda. No caminho, pelas estradas de terra que cortavam a fazenda, ele não perdeu a oportunidade de tentar conversar, usando aquele tom de voz que já conhecia tão bem, um misto de provocação e charme.

- Você está muito calada hoje, Laura. — Ele olhou para mim de soslaio enquanto dirigia, um sorriso de canto que ele sempre usava quando queria me irritar. — Isso não combina com você. Alguma coisa te incomodando?

- E se estiver? — Respondi, tentando manter minha voz neutra. — Você acha que preciso dividir tudo com você?

- Não precisa, mas eu posso ajudar. — Ele insistiu, inclinando-se um pouco em minha direção enquanto mantinha os olhos na estrada. — Sabe que pode confiar em mim.

- Confiar em você? — Ri, sem humor. — Você quer mais uma coisa para poder me provocar?

- Não exatamente. — Ele sorriu abertamente agora, um sorriso que fazia meu estômago dar um nó. — Quero ver você sendo você mesma, sem esconder o que sente.

    Quando finalmente chegamos ao consultório, após quase uma hora de viagem, Leonardo saiu do carro e veio ao meu lado. Antes que eu pudesse protestar, ele me pegou no colo, com aquela expressão tranquila que me irritava profundamente.

- Eu posso fazer isso sozinha, você sabe, não é? — Falei, sentindo-me desconfortável com a proximidade.

- Sei. Mas eu prefiro assim. — Ele respondeu, mantendo o sorriso enquanto me colocava na cadeira de rodas com suavidade. — É bom ter você perto.

  Ele começou a empurrar a cadeira em direção ao consultório, e eu tentei ignorar a sensação que sua proximidade causava.

   Dentro do consultório, a atmosfera era calma, com paredes de tons suaves e móveis confortáveis. A psicóloga, Dra Clarisse Nogueira, me recebeu com um sorriso acolhedor. Ela era uma mulher na casa dos cinquenta anos, com cabelos grisalhos e olhos que sempre pareciam ler minha alma. Sentia-me um pouco vulnerável ali, mas sabia que esse era o lugar para ser honesta, mesmo que fosse doloroso.

- Como você está hoje, Laura? — Dra. Clarisse Nogueira perguntou, começando nossa sessão com sua voz calma e profissional.

- Estou... bem, eu acho. — Respondi, mas a hesitação em minha voz era óbvia.