Capítulo 28

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Leonardo Monteiro

   O trabalho tem sido um dos pontos mais importantes da minha vida além do meu avô, tenho dedicado minha vida a cuidar dele, assim como fazia quando a minha avó estava viva, ele fica deprimido de vez em quanto tal como eu, mas tentamos ser a âncora um do outro. Pelo menos hoje eu estou com o dia livre e vou a uma festa fui convidado especialmente pelo doutor Mateus, estou bem animado.

  Não vou mentir, foi difícil e continua sendo ficar longe de Laura mas é o melhor... Ainda estou em terapia porém estou muito melhor que antes hoje eu sei que consigo lidar melhor com isso de compromissos, mesmo que o medo ainda esteja presente... Se passaram 3 anos acho que ela deve estar bem e já deve ter lido todo o livro que eu mandei. E para um homem que antes era mulherengo eu deixei de lado as mulheres, ou pelo menos não era como antes, acho que Laura veio para me fazer mudar quanto a isso, a vida não era só sexo, algo que aprendi meio tarde mas pelo menos eu aprendi.

    Até tentei ter uma relação e tal com Vanessa mas não deu pois eu ainda pensava muito em Laura então terminou que não deu certo e nem temos mais nos falado, acho que ela se sentiu magoada e eu a entendo... Desde então não tenho saído com alguma mulher, estou focado no trabalho e interessado em fazer mais formações, será benéfico para mim. Estava vestido a rigor, não era algo tão fabuloso, mas estava bom, coloco o telefone no bolso da calça social que estou usando e saio do quarto vendo meu avô lá na cozinha procurando algo.

- O que procura velho?—o encaro.

- Fubá, não tem mais?

- Acho que acabou, se quiser eu posso ir lá comprar!

- Não, eu vou já estás a sair então vai lá...

- O senhor está bem?

- Sim, vamos lá vou aproveitar para ir contigo.

    Fico preocupado com ele, agora somos os dois é difícil de lidar com a morte da minha avó até hoje, são 3 anos sem ela, normalmente sou eu quem faz a comida mas de vez em quando ele faz, não queria o deixar sozinho por isso chamei o tio Beto, parar vir tomar conta do velho, se ele não puder pelo menos manda as crianças que serão uma distração boa para ele. O acompanhado até a bancada e ele compra o que precisa, assim que vejo que ele entrou em casa entro no carro, não é um carro de luxo mas é o que consegui comprar então gosto dele e me ajuda muito.

  Estou ansioso eu confesso, esperei esse momento por um bom tempo, dirijo pelas estradas de terra batida, tendo apenas o som do motor do carro como campainha, meus pensamentos voltam a uma época em que eu me sentia bem feliz, antes de tudo ou de conhecer Laura, mesmo com as minha dores eu era feliz. Ainda sou feliz mas não é como antes nada é... Tudo mudou, não consigo dizer se foi para melhor ou pior.

   Minha ansiedade aumentou ao passar pelos portões da fazenda Nova esperança, um lugar que outrora era o meu local de trabalho, continua bonita, com os trabalhos seguindo a todo vapor... Desço do carro ao parar aonde estavam os carros elegantes, gente rica em festa de gente rica, nem sei de quem é o aniversário talvez de Marta, ou dos pais de Laura, pois eu sei o dia do aniversário dela e não é hoje. Doutor Mateus me convidou, acho que podia, eu sempre ligava para ele ou ia para o hospital que ele trabalha para perguntar de Laura e tudo que ele responde é que ela está bem, nunca mais que isso o que me irrita mas eu não queria procurar ela ainda... Mas agora eu queria vê-la e presenciar pelos meus olhos que ela está bem

   Então uns dias atrás quando eu liguei para ele o mesmo me convidou para essa festa para constatar pelos meus olhos. Começo a andar com o coração na mão, sentindo algo bem estranho, a festa estava sendo no jardim tudo estava bem bonito e decorado mas era uma festa de criança pois era o que a decoração indicava.

- Leonardo!—ouvi então me virei.

- Maria, como vai?—pergunto feliz Maria sempre me tratou bem.

- Muito bem meu filho, que bonito você está, a Luara vai ficar feliz por ver você.—ela sorri segurando a bandeja com algumas coisas na mão.

- Nem tanto.

- Tenho que trabalhar fica á vontade.

   Maria se afastou de mim, enquanto eu procurava o doutor Mateus ou alguém da família para cumprimentar, mas até agora nada. Continuei a andar até dar de cara com ela.

Laura....

  Ela estava deslumbrante de cabelo amarrado, assessórios que combinavam com aquele vestido vermelho que lhe ficava tão bem, é o vestido que eu lhe dei... E ela está andando, não me contive e logo sorrio de leve, enquanto ela me olhava com certa surpresa.

- Oi—falamos os dois.

- Como você está aqui?—ela me perguntou com uma voz tão suave que foi como uma brisa de ar fresco.

  Antes que eu pudesse abrir a boca um menino chega chamando ela de mãe, parecia ter 3 ou 2 anos.

- Mamã, eu quero comer doces.—o rapaz falou.

  Naquela momento mil coisas passaram pela minha mente, ele tinha um filho? Será que era... Não pode ser, se fosse ela não me esconderia.

- Não Lúcio, vai brincar com os teus amigos.—ela falou para a criança que estava bem do seu lado.

     Eu estava tentando processar isso, doutor Mateus chegou também e ficou do lado dela.

- Querida, espero que não te incomodes por ter convidado o Leonardo, sabe ele se preocupa muito contigo e pensei que seria bom ele vir...—fala olhando para mim por instantes,  fixando seu olhar nela

- Não faz mal—sorri para ele enquanto o olhava, mas logo olha para mim.

- Leo— Mateus me deu a mão e eu retribui.—aproveite a festa.

- Muito obrigado pelo convite.

- Mateus pode levar o Lúcio para brincar com os amigos.

- Claro, vem cá garoto.—o pegou no colo e saiu de perto de nós.

  Eu e Laura estávamos nós encarando, de novo sozinhos, nem sabia o que dizer direito ela está reagindo bem a isso, significa que está tudo bem sem ressentimentos, acho que ela percebeu o meu olhar para o menino e logo foi explicando.

- Sei o que estás a pensar e não... Ele não é meu filho, é filho da Marta.—fala.

- Nunca imaginei Marta como mãe.—sorrio meio aliviado.

- Tu sabes como ela é....

   O clima ficou tenso, estranho, por pela conversa se tratar de Marta.

- Tu estás muito bonita! O vestido ainda está novo.—falo observando ela dos pés a cabeça.

- Obrigada, também não estás mal.

- Estás muito bem, mesmo, fico muito feliz por isso Laura.

   Minha vontade era de abraça-la e sentir seu perfume, como essa mulher está linda, e ainda com o vestido que eu dei... E justo hoje que estou aqui, que coincidência.

- Mais uma vez obrigada, é o aniversário do Lúcio.

- Que pena que não tenho um presente.

   Laura sorri um sorriso lindo e genuíno, que mulher... Meu coração está batendo com tanta intensidade que parece uma bomba que vai explodir, mas foi a coisa que eu vi que me fez quase cair de emoção, ela estava com o anel, o anel de noivado, estava em um fio em seu pescoço, o que significa que ela leu o livro todo, e também significa que está vivendo o que tanto desejou mesmo sem mim, fico tão feliz em ver ela o usando mesmo que não em seu dedo. Eu a olhava tão intensamente que acho que ela reparou mas eu estava tão feliz só por isso que sorria feito bobo.

- Leonardo, estás bem?—perguntou me olhando preocupada.

- Estou muito bem, ainda mais por te ver assim.—o sorriso não saía dos meus lábios.

- Bom que tal beber algo, se sentar, eu tenho que ir falar com algumas pessoas.

- Claro eu fico bem, já conheço a casa...

  Nos encaramos por uns instantes como se quiséssemos falar algo, mas logo ela passou por mim indo falar com seus convidados.

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