Capítulo 30

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Leonardo Monteiro

   Agora percebo porque Mateus simplesmente dizia que Laura estava bem quando eu perguntava, porque estava interessado nela, e não devia gostar do tanto que eu perguntava por ela, eu também não ia gostar, eles namoram agora, faz um ano. Ela está bem e linda, espero realmente que ele a faça feliz como eu não pude, nem chegamos a ter nada sério. Vê-la com o anel que era da minha avó, uma parte de mim, foi um misto de emoções...

   Meu horário de trabalho terminou finalmente, tive plantão aqui na clínica, e tudo que quero hoje é descansar um pouco. Pego minhas coisas depois de deixar tudo em ordem e vou saindo da clínica assim que me despeço, entro em meu carro e vou dirigindo até casa, Laura... Como ela estava linda naquele vestido que eu dei, melhor nem pensar muito nela.

    Não demoro muito tempo para chegar a casa dirigindo pelas estradas de terra batida, saio do carro para abrir o portão de casa e avisto as crianças filhos do tio Beto jogando a bola, pedi que abrissem o portão pra que eu entrasse com o carro e assim eles fizeram. Quando sai do carro finalmente dentro do quintal eles me contaram que uma mulher veio falar com o meu avô e que perguntou por mim, os deixei continuarem com o tal jogo e entrei em casa vendo o tio Beto sentado no sofá.

- Tio Beto o senhor por aqui, aconteceu alguma coisa?—coloquei minha mochila no sofá.

- Seu avô passou mal.—sua voz saiu em tom de preocupação

- Que! Porquê não me ligou?

- Bom, não foi nada de grave.

- As crianças me falaram que uma mulher veio para cá, quem era?

- Ninguém, ela veio apenas dar os pêsames pela morte da sua avó.

- Fazem três anos que ela morreu.

- Sim mas ela soube agora.

  Meu tio estava nervoso e eu não sou burro ele está escondendo algo.

- Por causa dela meu avô passou mal?

- Sim...

  Entrei no quarto do meu avô o vendo deitado na cama ele parecia bem, me sentei ao lado dele.

- O senhor está bem?

- Claro Leonardo eu sou bem forte, vou levantar dessa cama.—ele tentou se levantar mas eu o impedi.

- Melhor descansar mesmo velho, não quero que pase mal, vou te examinar ok.

- Não precisa meu filho.

- Claro que precisa.

  Pego os meus equipamentos que ficam em um caixinha e volto a me sentar no seu lado pra medir sua pressão.

- Quem era a mulher que veio cá hoje?

  Eu pressão está um pouco alta deve ser por isso que passou mal.

- Ninguém.

- Tem certeza?—o encaro com firmeza.

- Claro que tenho, vai duvidar do seu avô?

- Não, claro que não.

- Então não se preocupa.—pegou no meu ombro.

                         ********

   Na manhã seguinte, acordei cedo, como sempre. Preparei o pequeno-almoço para o meu avô, sabendo que ele logo sairia do quarto. Enquanto mexia os ovos e o cheiro de café se espalhava pela cozinha, fiquei pensando na rotina, nas coisas que fazíamos, e em como eu tentava manter tudo no lugar, principalmente depois que a minha avó se foi.

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