Laura Mendonça
Que esse enfermeiro era folgado era... Mas ao mesmo tempo ele parecia se preocupar de verdade comigo, eu sinto isso e toda vez ele me desafia, é debochado e charmoso ao mesmo tempo, mas isso eu não vou admitir na frente dele obviamente. Ele acabou de ir embora me deixando no jardim, estou me dirigindo até a porta para entrar, aí sorrio mesmo não sabendo o motivo. Vejo Maria vir até mim com um sorriso, deve ter visto o meu passeio pela fazenda, pela primeira vez desde o acidente, todos viram não é, confesso que apesar da minha resistência, eu gostei, a fazendo mudou um pouco, está mais bela, isso me lembrou de que de certa forma eu ainda estou viva, mesmo presa nessa cadeira de rodas.
- Senhora Laura quer almoçar? E o enfermeiro?
- Sim, e ele já foi.—falei fria.
- Pensei que ele almoçaria por cá com a senhora.
- Claro que não, me sirva lá na sala de jantar.
- Claro, com licença.
Entro em casa e passo pela sala de estar, passando pelo corredor isolado, chegando até a porta que dava acesso até a sala de jantar, me acomodo e fico mexendo no telefone trocando mensagens com pedro o meu único amigo, ele foi o único que não me abandonou depois do acidente, ele estuda em Luanda, é meio louco mas boa pessoa, óptimo estudante.
***
Após o almoço eu fui para o meu quarto, as palavras dele não saíam da minha cabeça, girando como um furacão. "Eu gosto de desafios." A maneira como ele disse isso, com aquele sorriso autoconfiante, me deixou inquieta. Ele se inclinou tão perto de mim que eu podia sentir o calor de sua respiração misturada à minha. O que ele pensava estar fazendo? Era como se estivesse tentando quebrar minhas defesas, derrubar os muros que construí ao meu redor.
E o pior de tudo, eu senti algo. Um frio na espinha, um arrepio estranho que não queria admitir que estava ali. Ele estava tão perto, tão invasivo. Mas não era só isso. Havia algo sedutor em sua confiança, em como ele parecia determinado a me fazer reagir, a me provocar.
"Entregando a quê?" perguntei, tentando manter minha voz firme, mas sentindo-a tremer um pouco. Eu estava tensa, tentando esconder o turbilhão de emoções que ele causava dentro de mim. Ele parecia perceber isso, e em vez de recuar, ele avançou.
"A mim," ele sussurrou, suas palavras deslizando suavemente para dentro de mim, mexendo com algo que eu havia enterrado há muito tempo.Eu não sabia como lidar com isso. Ele mexia comigo de uma forma que me fazia querer recuar e avançar ao mesmo tempo. Era como se ele estivesse determinado a arrancar de mim tudo o que eu estava tentando manter trancado. E o pior? Parte de mim queria ver até onde ele iria, até onde eu iria, e isso só no segundo dia.
Como ele ousava? Como ele ousava me fazer sentir dessa maneira, como se eu ainda tivesse algo a perder, algo a ganhar? Ele estava me fazendo questionar tudo, me desafiando de uma forma que ninguém havia feito antes.
Eu estava encurralada, presa entre o que eu queria e o que eu precisava evitar. E ele sabia disso. Ele estava gostando disso. Mas eu... eu não sabia como sair dessa. Não sabia se queria sair dessa.
********
Na manhã seguinte, Leonardo já estava me levando para o ginásio. O lugar era imenso e impressionante, quase um santuário dedicado à minha reabilitação. Equipamentos modernos preenchiam cada canto do espaço. Havia bicicletas ergométricas, esteiras, aparelhos de musculação, pesos livres, e uma seção inteira com máquinas para exercícios de alongamento e fortalecimento. O ginásio também tinha uma piscina coberta, com água morna, especialmente preparada para as sessões de hidroterapia. Tudo estava ali, pronto para me ajudar a recuperar o que eu havia perdido.Mas o que me deixava mais irritada era a forma como Leonardo parecia estar no controle de tudo. Enquanto ele me guiava pelo ginásio, eu tentava me concentrar nos aparelhos, mas a presença dele era esmagadora. Ele andava ao meu lado com aquele ar confiante, como se soubesse exatamente o que estava fazendo, como se tivesse todo o direito de estar no comando da minha recuperação.
- Você precisa voltar a se consultar com a psicóloga—ele disse de repente, o tom de voz firme, mas suave, como se estivesse me dando uma simples instrução.
Eu o encarei, surpresa e irritada.
- O quê?
- Eu já tratei disso, ele continuou, ignorando minha reação.—Pedi o contato aos seus pais e já agendei uma sessão. Acho que isso vai te ajudar a lidar com tudo isso.
Fiquei furiosa. Como ele ousava se intrometer assim na minha vida?
- Você pediu o contato aos meus pais? Sem me consultar?— Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia, mas eu estava além de irritada.
- Estou aqui para ajudar, Laura. Isso faz parte do meu trabalho— ele disse com aquela calma irritante, como se estivesse fazendo um favor ao mundo.
Eu o fuzilei com o olhar. Ele não tinha o direito de tomar essas decisões por mim, de decidir o que era melhor para mim sem sequer perguntar. Antes que eu pudesse responder, ele já estava me ajudando a ficar de pé nas barras verticais.
Ele veio para trás de mim, apoiando minhas costas contra o peito dele. O toque firme de suas mãos me deu uma sensação estranha, uma mistura de segurança e vulnerabilidade. Era como se eu estivesse segura ali, mas ao mesmo tempo, completamente exposta. Podia sentir a força dele enquanto me mantinha de pé, e isso fez meu coração acelerar.
- Vamos lá, Laura. É hora de se esforçar um pouco mais— ele sussurrou, a voz baixa e próxima ao meu ouvido.
Eu não queria admitir, mas havia algo reconfortante em tê-lo ali, mesmo que eu odiasse essa dependência. O calor do corpo dele contra o meu era quase... tranquilizador. Mas ao mesmo tempo, cada parte de mim gritava para resistir, para não ceder à proximidade dele. Eu odiava o fato de que meu corpo reagia de maneiras que eu não conseguia controlar.
De repente, senti minhas pernas vacilarem, e por um momento, o pânico tomou conta de mim. Mas antes que eu pudesse cair, Leonardo me agarrou, as mãos dele segurando firme em minha cintura enquanto ele me puxava contra ele.
- Cuidado, Laura—ele murmurou, a voz suave, quase sedutora, enquanto mantinha meu corpo firme contra o dele.
A proximidade dele era quase insuportável, mas ao mesmo tempo, algo em mim queria se entregar. Ele estava tão perto, tão protetor, mas também... provocador. Eu sentia o calor do corpo dele contra minhas costas, o som da respiração dele tão próximo ao meu ouvido, e isso estava me deixando completamente desnorteada.
As mãos dele deslizaram de leve pelos meus ombros, e um arrepio percorreu minha espinha. Eu estava paralisada, sem saber como reagir, quando senti os dedos dele pressionando de leve meus seios. Um gemido escapou dos meus lábios, sem que eu pudesse evitar.
- Olha só—ele sussurrou, a voz carregada de uma provocação suave.—Esses seios ainda estão durinhos..
Eu estava em choque, minha mente girando.
- Você... você não devia fazer isso—consegui dizer, mas minha voz estava fraca, quase trêmula.
— E por que não?—ele retrucou, a boca tão próxima do meu ouvido que o calor da respiração dele me fez estremecer.—Eu sei que você gostou...
Eu queria negar, queria empurrá-lo, mas as palavras não saíam. Era como se ele tivesse algum tipo de controle sobre mim, sobre meu corpo, que eu não conseguia quebrar. Cada toque dele me fazia perder o foco, me fazia esquecer de tudo o que eu deveria dizer ou fazer.
- Você não sabe de nada.—sussurrei de volta, mas sabia que ele podia sentir o quanto eu estava dividida.
- Sei mais do que você imagina—ele respondeu, a voz ainda suave, mas com uma intensidade que me fez tremer.
Ele pressionou meu corpo um pouco mais contra o dele, os dedos ainda tocando meus seios com uma leveza que era ao mesmo tempo torturante e deliciosa. Eu estava perdida, completamente à mercê dele, e isso me assustava mais do que qualquer outra coisa.
⚠️Isso foi só o começo, imagina quando duas mãos forem parar em outro lugar😏
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Além Do Toque
RomanceNo coração do Bengo (Angola), em uma vasta e próspera fazenda chamada "Fazenda Nova Esperança", a vida de Laura Mendonça, uma jovem de 20 anos, mudou drasticamente após um trágico acidente de cavalo. Outrora uma jovem cheia de vida e paixão pela equ...