CAPÍTULO 22.

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ANGEL WALKER

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ANGEL WALKER.

Arrasto meus pés ao lado do Jake, sentindo como se estivesse andando em areia movediça. o peso da minha derrota me puxa para baixo, cada passo uma luta.

Jake é louco, e a realização me atinge como uma tonelada de tijolos. nunca me senti tão preso, tão completamente desamparado. sua ameaça de me colocar no subterrâneo paira sobre mim como uma nuvem escura.

Imagino estar enterrada, enclausurada em um pequeno espaço sem saída, e meu coração dispara. começo a questionar se ainda quero escapar dele.

Ele aperta meu braço com mais força, me puxando para mais perto.

Lembro-me do jeito que ele me fez gozar em seu pau na floresta, a intensidade do meu orgasmo. minhas bochechas queimam com a lembrança, e uma parte de mim anseia por essa sensação novamente.

É doentio e distorcido, mas não posso negar que ele está trazendo à tona sentimentos que eu não sabia que tinha, o que me assusta.

Olho para ele, observando seu maxilar afiado e as tatuagens que adornam seus braços musculosos. já algo nele que me atrai, mesmo que eu o tema e odeie.

Tento entender a complexa mistura de emoções girando dentro de mim - medo desejo e confusão. é como estar em uma montanha-russa, meu estômago caindo conforme chegamos ao pico antes de despencar para baixo.

Minha mente corre enquanto contemplo meu próximo movimento. continuo tentando escapar, sabendo da futilidade de tudo isso? ou me resigno ao meu destino, a ser sua cativa? penso em como ele me toca, nas faíscas que acendem em meu corpo, apesar dos meus esforços para resistir.

Desacelero meus passos, meus pés parecem chumbo. — eu nunca mais vou correr, Jake. - minha voz é baixa. — mas, por favor, não me leve para o subterrâneo. tenho medo do escuro. - as palavras escapam antes que eu possa detê-las, expondo meu medo mais profundo.

A tensão entre nós é palpável. eu me preparo para a reação dele, para a tempestade irromper. mas, em vez disso, olhos do Jake suavizam, buscando os meus. ele hesita, e naquele momento, eu vejo o conflito dentro dele a alma torturada por trás do exterior implacável.

— Okay, Angel. nada de cela subterrânea para você. - sua voz é baixa. — mas isso significa que você não pode tentar escapar de novo. nunca. você tem que me prometer isso.

Eu sei o peso das minhas palavras antes mesmo que elas saiam da minha boca. — eu prometo.

Estou me comprometendo com um futuro com Jake, aceitando meu cativeiro.

O aperto do Jake no meu braço afrouxo e ele me puxa para mais perto, seus olhos queimando nos meus. — bom. está resolvido então. agora, vamos te levar de volta para trailer. você precisa descansar.

Concordo, sentindo-me atordoada enquanto ele me leva de volta para a motocicleta que ele deixou na beira da estrada. o ar frio da noite roça minha pele, mas estou entorpecida pela temperatura, minha mente girando.

Imagino como será minha vida daqui para frente. Jake manterá sua palavra? e a minha promessa? acabei de me condenar com uma vida de um cativeiro?

Perguntas giram em minha mente, mas eu as afasto, focando no aqui e agora. um passo de cada vez. eu tenho que jogar este jogo se eu quiser sobreviver.

Deslizo para a traseira da motocicleta, meu coração pesado enquanto me inclino nas costas do Jake e envolvo meu braço em volta dele. ainda não consigo acreditar que estou cedendo a ele, concordando em retornar para minha prisão. mas que escolha eu tenho? a ideia de ficar preso no subsolo no escuro me aterroriza mais do que qualquer coisa.

— Desculpe, sem capacetes. tive que pegar essa moto emprestada de um amigo às pressas. - Jake diz enquanto chuta a moto para a vida com um rugido.

Conforme nos afastamos, o vento chicoteia meus cabelos, e sinto uma sensação fugaz de liberdade. respiro o ar fresco da noite, sabendo que pode ser a última vez que sinto o vento no rosto por um tempo. estou dividida entre o alívio por não ser colocada em uma sala subterrânea e o medo de retornar ao trailer dele.

Eu limpo minha garganta quando a moto desacelera no carnaval, e o motor silencia — posso te perguntar uma coisa?

Jake fica um pouco tenso. — claro.

— Você entrou em pânico porque perdeu o controle sobre mim ou porque se importou? - exijo.

Sinto seu corpo ficar tenso sob minhas mãos enquanto ele aperta as maçanetas com mais força. sei que minha pergunta atingiu um nervo. estou sondando as profundezas de sua psique, tentando entender o homem que me sequestrou.

— Há alguma diferença? - ele pergunta.

Meu coração dispara diante da sinceridade crua em sua resposta.

— Eu acho que sim. - digo, me inclinando para mais perto dele. — cuidar sugere um nível de emoção e apego. e perder o controle significa que você quer me manter como sua posse.

Jake fica em silêncio por um momento, como se estivesse considerando sua resposta. — talvez sejam os dois. talvez eu me importe, e perder o controle signifique perder você.

Sua admissão me dá um choque. Jake se importa? a ideia parece absurda, e ainda assim, neste momento, posso acreditar nele. — vamos. - ele desliza para fora da moto e me ajuda a sair dela.

De volta ao trailer, Jake destranca a porta e me conduz para dentro. tudo o que eu quero fazer é sair correndo, para colocar a maior distância possível entre nós, mas minhas pernas parecem gelatina, e eu sei que é inútil.

Jake quebra o silêncio. — você está com fome? eu posso cozinhar alguma coisa.

Meu estômago ronca em resposta, e eu concordo. pontadas de fome me percorrem quando percebo que não como desde...n consigo nem lembrar.

Ele desaparece na pequena cozinha, e eu afundo na cadeira, observando-o se mover pelo espaço. estou agudamente ciente do silêncio e do som da minha respiração.

— Então... - tento uma conversa fiada, sem saber o que mais fazer. — há quanto tempo você está no carnaval?

Jake corta vegetais, de costas para m — 14 anos agora. eu fico sozinho na mais parte do tempo.

Minha testa franze, pois ele devia ser uma criança quando se juntou a nós. — quantos anos você tem?

Sua mandíbula aperta. — 28. Por quê?

— Então você tinha quatorze anos quando se juntou? como você veio parar aqui? - pergunto, genuinamente curioso.

— Bill me encontrou. - ele faz uma pausa como se estivesse debatendo se deveria dizer mais alguma coisa. — eu não tinha mais para onde ir.

Espero que ele elabore, mas ele fica em silêncio, sem vontade de divulgar mais. quero pressionar mais para entender a conexão deles, mas algo em seu comportamento me impede.

O chiado da comida batendo na panela e o cheiro de alho e cebola enchem o trailer. a fome aperta meu estômago, e percebo o quão faminta estou. eu o observo se mover confiantemente pelo pequeno espaço, um homem em seu elemento. minha mente pisca para como ele se move sobre mim com a mesma confiança e graça. calor sobe às minhas bochechas com a lembrança.

— Aqui. - Jake coloca um prato de macarrão na minha frente e senta-se na minha frente. — coma.

Eu cavo. a massa é simples, mas delicioso e eu saboreio cada mordida. Jake me observa enquanto eu como, seus olhos semicerrados.

— Isso é delicioso. - digo entre garfadas, quebrando o silêncio. — obrigada.

— De nada. - ele oferece um pequeno sorriso naquele momento, vejo um vislumbre do homem por trás da máscara.

Meu coração dispara diante da visão, e rapidamente olho para o meu prato, sem saber como processar essa versão do Jake. estou atraída por ele. isso está claro. mas também sou sua cativa, e essa realidade me deixa nervosa.

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