38| Colapso Mental

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7 dias antes

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7 dias antes...

O saco de pancadas à minha frente sofria com cada golpe que desferia, balançando com o impacto e rangendo nos suportes a cada acerto.

Não tinha ideia de quanto tempo estava aqui, usando toda a minha força, como se pudesse dissipar, através dos socos, algo pesado dentro de mim.

Os músculos dos meus braços latejavam, protestando, e minha respiração, por mais que tentasse manter o ritmo, escapava em ofegos irregulares. O suor escorria, quente e denso, desenhando trilhas pela pele já avermelhada pelo esforço.

A academia estava vazia, era só eu e meu cansaço.

Para muitos, aquilo poderia parecer um tipo de sofrimento sem sentido, mas, para mim, essa descarga de energia era uma terapia crua, intensa, como se cada golpe fosse um grito sem voz.

Meu punho encontrou o saco mais uma vez, dessa vez com mais força do que pretendia. O impacto fez ecoar um estalo, e, de repente, uma pequena fenda se abriu no tecido resistente.

Vi a areia começar a escorrer lentamente, espalhando-se pelo chão em pequenos montes pálidos.

— Droga. — Resmungo, passando o braço pela testa, tentando afastar o suor.

Retiro as luvas de boxe, jogando-as no chão.

— É o segundo só essa semana. — Killian diz, entrando na academia, olhando para a bagunça que fiz. — Devia tratar esse seu probleminha com a raiva, Lúcifer.

Ele pega uma toalha que estava por ali, jogando-a para mim. Estendo a mão e a apanho no ar, colocando-a sobre o ombro. Me dirijo ao outro lado da academia, indo até um refrigerador, e o abro para pegar uma garrafa fria de água.

— Temos um problema. — Killian diz, e me viro para ele, vendo sua expressão séria, o que me dizia que o problema era dos grandes.

Abro a garrafa e tomo alguns goles, sentindo o frescor aliviar meu peito ofegante.

— Coloque na lista, porque esse não é o único. — Respondo.

— Mas devemos dar prioridade a esse. — Ele insiste, com um tom firme.

Solto um suspiro e uso a toalha para secar meu rosto.

— Deixa eu só tomar uma dose de algo com muito álcool antes, e então você pode me contar tudo o que quiser.

— Não dá tempo. Já falamos com Tristan e ele está vindo.

Junto as sobrancelhas, começando a me preocupar.

— É o Dean. — Killian esclarece, após ver minha expressão interrogativa.

— O que aconteceu?

— Só mais uma de suas crises. Faz horas que ele está lá, dentro da jacuzzi, e não quer sair por nada. Ele disse que só vai sair quando estiver "limpo". — Killian faz aspas com os dedos. — Quando todo o sangue sair dele.

Príncipes do Caos (Destinados ao Caos I)Onde histórias criam vida. Descubra agora