𝐒𝐫𝐭𝐚. 𝐏𝐞𝐫𝐞𝐠𝐫𝐢𝐧𝐞

204 22 0
                                    

Acordei com o primeiro raio de sol deslizando pelo quarto, iluminando suavemente as paredes com uma tonalidade dourada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Acordei com o primeiro raio de sol deslizando pelo quarto, iluminando suavemente as paredes com uma tonalidade dourada. Meus sentidos despertaram rapidamente, como sempre, mas dessa vez havia algo que me manteve imóvel. Ao meu lado, ela ainda dormia.

Virei a cabeça para observá-la, tentando não fazer o menor som. Seu corpo estava envolto no vestido de seda preto que ela havia escolhido na noite anterior — um contraste hipnotizante com a palidez suave de sua pele. Cada detalhe dela parecia perfeitamente colocado, como se até o próprio universo tivesse se organizado para criar este momento.

Minha mão instintivamente flutuou na direção do rosto dela, mas parei antes de tocá-la. Havia algo de sagrado na quietude de seu sono, no jeito como sua respiração estava estável e profunda, no modo como seus lábios estavam ligeiramente curvados, como se sonhasse com algo sereno.

Eu, Alma LeFay Peregrine, sempre tão atenta ao tempo, tão controlada em cada aspecto da minha vida, me encontrava ali, em um raro momento de pura contemplação. Com ela, eu não precisava ser a guardiã incansável, a que sempre protege. Podia simplesmente existir, e isso, de certo modo, era mais reconfortante do que qualquer certeza que o loop temporal pudesse oferecer.

Ela se mexeu levemente, o vestido de seda deslizando pela cama como água, e eu sorri para mim mesma. Mesmo enquanto dormia, havia uma beleza inegável em cada gesto, uma graça que me fascinava dia após dia. Acompanhar seu sono tranquilo era uma pausa na rotina incessante que tantas vezes me consumia.

Com todo o cuidado do mundo, deslizei para fora da cama, desejando não perturbá-la. Antes de sair, deixei um leve beijo na sua testa, tão suave quanto o bater de asas de um pássaro.

"Durma mais um pouco, meu amor", sussurrei, sabendo que, quando ela acordasse, estaríamos prontas para enfrentar o mundo juntas. Mas por ora, eu lhe daria esse pequeno presente — mais alguns momentos de paz, enquanto o caos lá fora ainda estava distante.

Deixei o quarto, já sentindo o peso das responsabilidades que me aguardavam, mas com o coração mais leve. Afinal, era por ela que eu lutava, por nossa vida juntas e pelos momentos roubados como aquele.

Desci as escadas em silêncio, cada passo medido para não fazer ruído. O lar estava ainda envolto em um silêncio profundo — as crianças ainda dormiam, e o ar da manhã carregava aquela quietude momentânea antes do despertar de todos. Caminhei até a cozinha, onde preparei o chá, meus movimentos automáticos após anos de prática.

Enquanto a água fervia, meus pensamentos vagavam de volta para ela, ainda adormecida no quarto. Havia algo na sua presença que sempre trazia um tipo de equilíbrio à minha vida — como se, ao seu lado, o peso que carrego todos os dias fosse mais leve. Por mais que o loop temporal nos mantivesse presos em um ciclo, estar com ela fazia cada dia parecer novo, único.

O aroma suave do chá se espalhou pelo ar, e coloquei duas xícaras na bandeja. Sabia que ela logo desceria, com aquele sorriso preguiçoso que sempre me fazia sentir um calor inexplicável no peito. Era uma rotina simples, mas uma das poucas que eu poderia chamar de nossa. Um momento que pertencia apenas a nós duas, antes que o caos do dia começasse.

Enquanto esperava, ouvi um som suave de passos vindo do corredor. Virei-me a tempo de vê-la aparecer à porta, ainda ajustando o vestido de seda preto, com os cabelos ligeiramente bagunçados pelo sono. Ela esfregava os olhos com delicadeza, mas quando me viu, um sorriso iluminou seu rosto, e meu coração, como sempre, reagiu àquele pequeno gesto.

"Bom dia," ela disse, a voz ainda rouca de sono.

"Bom dia," respondi, tentando manter minha habitual compostura, mas sentindo o calor em minha voz. "Preparei chá para nós."

Ela se aproximou, pegando uma das xícaras e se sentando ao meu lado. Ficamos em silêncio por um momento, apenas desfrutando da companhia uma da outra. Não eram necessárias palavras — entre nós, havia uma compreensão implícita, uma conexão que não exigia explicações.

"Você estava me observando dormir, não estava?" ela perguntou com um sorriso divertido, quebrando o silêncio.

Desviei o olhar por um segundo, um raro momento de vulnerabilidade escapando antes que eu recuperasse minha postura. "Talvez. Você estava... particularmente serena esta manhã."

Ela riu suavemente e tomou um gole do chá. "Sempre tão séria, minha Alma." Ela se inclinou para frente, os olhos dela, cheios de doçura, encontraram os meus. "Mas eu sei que por trás dessa fachada de aço, você tem um coração tão suave quanto o meu."

Antes que eu pudesse responder, ela se aproximou, seus lábios tocando os meus em um beijo suave e cheio de carinho. O mundo parou por aquele instante — o tempo, sempre minha maior preocupação, perdeu completamente o significado.

Quando ela se afastou, seus olhos brilharam com uma expressão de ternura que só eu conhecia. "Eu te amo," disse ela, simples e direto, como se fosse a verdade mais natural do mundo.

"Eu também te amo," respondi, permitindo-me um raro sorriso. O dia ainda traria desafios, o tempo não esperava por ninguém — mas ali, naquele momento, nada mais importava além dela.

E enquanto o sol continuava a subir no céu, eu soube que, com ela ao meu lado, poderia enfrentar qualquer coisa.

E enquanto o sol continuava a subir no céu, eu soube que, com ela ao meu lado, poderia enfrentar qualquer coisa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
imagines girl x girl Onde histórias criam vida. Descubra agora