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Imaginei-a forte e de presença imponente, mas ao mesmo tempo com uma beleza exótica e desafiadora – nada menos para a filha do Lord das Trevas. Seu nome, Seraphine, parecia ecoar em minha mente como uma maldição tentadora.
Seraphine nasceu para ser adorada. Não sou de me permitir tais pensamentos – sempre fui devota ao meu mestre, nada mais. Mas desde que ela surgiu ao lado de Voldemort, com aquele porte destemido e sorriso predador, senti algo que só poderia descrever como… obsessão. Uma necessidade crescente de me aproximar.
Eu a observava de longe, meus olhos dançando entre cada movimento, o modo como ela falava, a forma como ela ria – um riso cortante, um lembrete de que a malícia pode, de fato, ser bela. Minhas veias ferviam. Nunca pensei que alguém pudesse me fazer duvidar de minha devoção inabalável ao Lorde das Trevas.
Até aquele dia em que nossos olhares se cruzaram, e um sorriso discreto curvou os lábios dela. Aproximou-se de mim, sem um pingo de hesitação, como se soubesse do poder que tinha sobre mim. “Bellatrix, entendo que és fiel ao meu pai…” Suas palavras foram quase um sussurro, mas com uma arrogância natural que quase me fez tremer. Como ela ousa? E, ao mesmo tempo, como eu desejava que ousasse ainda mais.
“Fiel a ele, sim, mas agora, também a você,” respondi, sem nem reconhecer minha própria voz. Havia algo em Seraphine – algo que me consumia. Uma chama nascida de escuridão.
Seraphine sorriu, aquele sorriso de triunfo e mistério, como se tivesse esperado minha resposta o tempo todo. Era fascinante vê-la agir; havia nela uma autoridade silenciosa, que eu sabia que vinha do sangue que corria em suas veias – o sangue do Lorde das Trevas. Mas Seraphine era mais do que uma sombra de Voldemort; ela era astuta, afiada como uma lâmina encantada, e eu estava perigosamente enfeitiçada.
Dias se passaram, e cada vez mais nos encontrávamos à sós – como que por acaso, embora eu soubesse que de acaso nada havia. Seraphine sabia o poder que exercia sobre mim. Ela se aproximava, sussurrava promessas de segredos e trevas, e meu coração, aquele órgão que sempre julguei frio e dedicado apenas ao meu Lorde, palpitava como o de uma tola.
Uma noite, enquanto todos se reuniam para ouvir os planos de Voldemort, senti o olhar de Seraphine sobre mim. Não consegui resistir. Quando a reunião terminou, segui-a pelos corredores úmidos de pedra, até que ela parou de repente, virando-se para me encarar. Os olhos dela brilharam com uma malícia encantadora.
"Bellatrix," disse ela, a voz baixa, perigosa. "O que estás disposta a fazer por mim?"
Meu corpo todo tensionou; minha lealdade ao Lorde desafiada pelo desejo arrebatador que ela despertava. "Qualquer coisa, Seraphine." As palavras saíram antes que eu pudesse pensar, uma confissão que senti que ela esperava.
Ela deu um passo à frente, encurtando a distância entre nós, seu rosto apenas a centímetros do meu. "Qualquer coisa? Mesmo se isso significar colocar-te contra ele?" A pergunta era uma armadilha – e eu sabia disso.
