𝐂𝐥𝐚𝐫𝐢𝐬𝐬𝐞 𝐋𝐚 𝐑𝐮𝐞 - 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 𝟐

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Continuação...

Eu acordei com uma sensação estranha

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Eu acordei com uma sensação estranha. O ambiente ao meu redor era diferente do que eu estava acostumada. As paredes, o cheiro de maresia, o leve balançar sob meus pés… Eu definitivamente não estava no chalé de Hermes.

Sentei-me na cama, olhando ao redor, tentando entender onde estava. Ao lado, sobre uma mesa de cabeceira, vi uma fita de vídeo. Uma fita? Quem ainda usava fitas? Algo me disse que deveria assisti-la, então me levantei e encontrei um aparelho antigo ao lado da TV. Curiosa, coloquei a fita e sentei de volta na cama, esperando.

A tela ficou preta por alguns segundos, e então o vídeo começou. Primeiro, apareceram meus amigos, encenando algo que parecia uma peça de teatro, mas com uma atmosfera boba e divertida. Estavam reencenando, de forma exagerada, o dia em que eu perdi a memória. Eles riam, faziam piadas, e até Sherman e Mark pareciam atores improvisados. Não consegui segurar o riso também. Era engraçado, sim, mas havia algo nostálgico e melancólico ao mesmo tempo. Algo que eu deveria lembrar, mas não conseguia.

E então, a imagem mudou.

Clarisse apareceu na tela. Ela estava sentada em um lugar ao ar livre, o vento bagunçando um pouco o seu cabelo enquanto olhava diretamente para a câmera. Por um momento, eu senti uma pontada no peito. Mesmo que eu não me lembrasse de tudo, aquela sensação de vê-la era sempre poderosa.

— Emily... — começou Clarisse, com um sorriso suave, diferente do seu usual jeito durão. — Eu sei que provavelmente você não se lembra de muita coisa agora, e isso é normal. Já faz tanto tempo que lidamos com isso, né?

Ela riu um pouco, como se estivesse lembrando de algo que só ela sabia. E continuou:

— A primeira vez que nos conhecemos, você não fazia ideia de quem eu era, mas algo em você me chamou a atenção. Não sei se foi seu jeito meio perdido, ou o jeito que você olhava para o mundo como se tudo fosse novo. Mas, de algum jeito, me vi conquistando você... todos os dias. Todos os dias, você acordava sem saber quem eu era, e todos os dias, eu fazia de tudo para que se apaixonasse por mim de novo. Eu queria que você soubesse que, mesmo que tudo fosse apagado ao anoitecer, o que sentíamos uma pela outra era real. Cada sorriso, cada palavra trocada, cada olhar. Era tudo real para mim.

Eu senti meus olhos começarem a arder, e minha garganta se apertar. Clarisse tinha feito tudo isso por mim? Todos os dias?

Ela sorriu novamente, mas desta vez seu sorriso carregava mais emoção.

— Doze anos, Emily. Passaram-se doze anos desde o acidente. Doze anos que venho lutando para manter viva a nossa história. E, quer saber? Funcionou. Porque há algo em você que nunca esquece de mim completamente, mesmo que não se lembre dos detalhes. E, nesses doze anos, nos apaixonamos tanto, que... bem, acabamos nos casando.

Minhas mãos foram até a minha boca em choque. Casadas? Eu me casei com Clarisse?

— Sei que isso deve ser muito pra processar de uma vez. Mas, antes de você subir, quero que saiba que tem alguém lá em cima esperando para te conhecer. Alguém muito especial para nós duas.

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