Capítulo 7

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Qual é o meu maldito problema? O dia foi um desastre. A porra de um trem desgovernado. Onde eu estava com a cabeça para chegar tão perto dela assim? Desde quando eu trato qualquer funcionária minha desse jeito? Mas Anahi... Ela me irrita tanto quanto me provoca sem nem tentar. Aquela cara de menina inocente, sempre com os olhos curiosos, sempre com aquele lábio preso entre os dentes. Tem alguma coisa naquela garota que me tira do sério e agora sei exatamente o que é ela é a louca da boate que me largou de pau duro na mão e saiu correndo. E posso apostar que se lembra de mim. Soco o volante do carro enquanto dirijo sem mal ver nada que está na minha frente. Alguns veículos buzinam na pista do lado, mas não presto atenção. A única coisa que vejo é raiva. É claro que ela se lembra de mim. Posso apostar que é mais uma dessas vadias interesseiras tentando me amarrar. Com aquela pose de mocinha inocente que cora por tudo, usando aquele maldito perfume tentador, se fingindo de desentendida. Mas ela foi longe demais. Mal noto que não estou indo para casa. Só percebo onde cheguei quando estaciono na entrada do prédio de meu irmão. O porteiro autoriza a entrada sem interfonar, porque estou na lista de visitantes, e estaciono em uma vaga qualquer. Assim que chego ao andar certo, abro a porta sem esperar por convite, já que tenho a chave. Christopher dá um pulo no lugar, e eu reviro os olhos ao ver a cena. A mulher seminua, com os seios para fora do vestido apertado, praticamente cai do colo dele de tão rápido que meu irmão levanta. O que não é nenhum problema. O problema é que assim que se recupera do susto, a ruiva me olha de cima a baixo e abre um sorriso, sem fazer questão de se cobrir.

— Que porra você está fazendo aqui? — Christopher grita, arrastando a mão pelo cabelo depois de enfiar o pau de volta dentro da calça. — Você não pode sair invadindo minha casa assim!

— Eu pago por essa merda, posso o que eu quiser — digo, terminando de entrar no apartamento e seguindo direto para onde sei que ele guarda as bebidas.

O lugar é quase tão grande quanto a minha cobertura, e me surpreende que seja só uma mulher com ele aqui e não uma orgia inteira acontecendo no tapete da sala. Eu me sirvo de uma dose dupla de uísque e viro de uma vez só antes de voltar a olhar para os dois. A garota ainda está como a encontrei, com o vestido embolado no corpo, parecendo só esperar um convite para continuar a festa. Christopher se inclina por cima dela e a beija.

— Me espera no quarto — manda, e ela faz um bico manhoso.

— Tem certeza? — ela pergunta, passando um dedo pelo peito despido dele. — Não me importo de ficar aqui. Bufo e me sirvo outra dose de bebida. Patético. Depois de finalmente conseguir convencer a mulher a sair do cômodo, Christopher me olha feio enquanto vem na minha direção.

— Que merda está pegando fogo para você ter atrapalhado minha foda desse jeito? — pergunta, tomando o copo da minha mão e terminando de beber o uísque.

— Está com pressa por quê? O efeito do Viagra vai passar? — provoco, e ele me dá um soco fraco no ombro.

— Pau no cu do caramba — ele resmunga, andando até o Anahiá. — Que bicho te mordeu? Rio seco, andando de um lado para o outro. Estou inquieto.

— Não posso só ter ficado com saudades do meu irmãozinho? — debocho, e é a vez dele de rir. — Como se você se importasse se eu estou vivo ou estou morto — responde baixo e desvia os olhos, soltando um suspiro pesaroso. Aperto os olhos, sem entender por que ele parece chateado. Não é a primeira trepada dele que eu interrompo, e Christopher já me retribuiu esse favor algumas vezes também.

— Fala logo o que você quer que a ruivinha ali é mais interessante que ficar olhando para essa sua cara feia — diz, apoiando um braço nas costas do sofá.

Volto para outra dose de uísque e viro o copo mais uma vez antes de soltar:

— Lembra da loira da boate? De um mês atrás? Christopher explode em uma risada, balançando a cabeça que sim.

Uma virgem resgatada pelo CEO - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora