Capítulo 23

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Alfonso

Anahi. Grávida? Olho ao redor para ver se não está falando de outra pessoa, se não tem uma amiga com ela em algum lugar, mas vejo que está sozinha.

— Você está bem, moça? — um moleque qualquer pergunta e coloca a mão no braço dela. Uma sensação estranha toma conta do meu corpo, e um milhão de perguntas inunda a minha cabeça. Ela está grávida... de quem? Não sei qual alternativa é pior. Esse filho pode ser meu, e um bebê é a última coisa que pensei em ter nessa vida. Ou esse filho pode ser de outra pessoa, e isso significa que outro homem tocou nela.

— Eu estou bem — responde baixinho sem tirar os olhos de mim.

— Precisa de ajuda com alguma cois...

— Ela disse que está bem — eu o interrompo e me aproximo. Tiro a mão dele de cima dela, odiando ver essa cena. O homem arregala os olhos, joga as mãos para cima e se afasta. Toco seu antebraço e ela parece congelar no lugar. — Anahi... Seu lábio treme, e ela pisca meio erraticamente por alguns segundos. Aproveito que está desconcertada e olho para a sua barriga. Mal dá para notar o contorno da barriga por baixo da roupa. Ela dá um passo abruptamente para trás e fecha a cara.

— Alfonso — diz com uma frieza que me faz congelar no lugar. Ela está... diferente. Não parece mais a menina que eu conheci, não tem mais aquela inocência bonita no olhar. Anahi empina o queixo e pressiona os lábios fechados. Pela primeira vez na vida, eu não tenho a menor ideia do que dizer. Estou completamente perdido.

— Você... está grávida? — pergunto. Ela abraça o próprio corpo.

— Não é da sua conta — diz e tenta passar por mim. Seguro seu braço e impeço que ela se afaste.

— De quem é esse filho, Anahi? — pergunto, e ela trava. Os olhos verdes que têm atormentado meu sono nos últimos três meses se arregalam, e a boca dela cai aberta.

— De quem... — Ela ri e puxa o braço da minha mão. Anahi me olha de cima a baixo com uma expressão que nunca vi no seu rosto. — Meu — responde e começa a andar de novo para longe de mim. Eu vou atrás dela, e não é difícil a alcançar. Seguro seu braço de novo e ela puxa com força para longe da minha mão.

— Que droga, Alfonso, para com isso! — reclama e volta a andar em passadas duras.

— Eu te fiz uma pergunta, garota! — praticamente grito quando vou atrás dela. Olho ao redor e puxo Anahi pelo braço para um canto escondido entre os prédios. Ela protesta, mas não é difícil fazer com que venha comigo. Eu a coloco de costas contra uma parede e cubro seu corpo com o meu. A proximidade me atinge como um soco no estômago. Faz tanto tempo... O cheiro doce ainda é o mesmo. Quase posso sentir seu coração batendo forte quando a imprenso mais.

— Me deixa ir, Alfonso.

— Eu te fiz uma pergunta — insisto. Seguro seu rosto e me esqueço do mundo por um instante quando toco sua pele macia. Passo o polegar no seu lábio inferior e aproximo o rosto do dela.

— Eu te fodi sem camisinha algumas vezes. Eu me lembro agora. Não prestei atenção na hora e fico chocado ao perceber isso. Nunca transo sem camisinha com mulher nenhuma, mas Anahi comeu a porra do meu juízo e eu não estava conseguindo pensar direito perto dela.

— Você claramente não foi o único, já que eu estou grávida — ela cospe e é como um soco na minha cara. Eu a imprenso ainda mais na parede, com raiva.

— Quem encostou em você? — pergunto entredentes.

— Não é da sua conta — ela responde.

— Anahi... — digo entredentes e pouso a boca sobre a sua. — Quem foi que encostou em você? De quem é esse filho? Todas as imagens se misturam na minha cabeça de uma vez só. O jeito que ela me virou do avesso na sua primeira vez quando entrou debaixo da minha pele daquele jeito. Todas as vezes que eu me enterrei nela em todos os cômodos da casa. O jeito que seu corpo reage ao meu, o jeito que goza chamando meu nome. E a ideia de que algum filho da puta tenha tido isso me enche de mais raiva do que eu imaginei poder sentir.

Uma virgem resgatada pelo CEO - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora