Capítulo 26

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Anahi

Quando saio do quarto, completamente vestida e pronta para o tal jantar, Alfonso me olha de um jeito que mexe comigo.

— Você está maravilhosa, pequena. — Seu olhar para na minha barriga, que ficou mais saliente graças ao tecido mais apertado.

— Obrigada — respondo baixinho, desviando o olhar do seu.

— Senti saudade de te ver corando. Não gosto de ver raiva no seu olhar. Ele se aproxima de mim e segura meu rosto com uma mão, acariciando minha bochecha. Quando se inclina como se fosse me beijar, eu sussurro:

— Um jantar apenas, Alfonso.

— Tudo bem. — Suspira de um jeito que não combina nada com ele, provavelmente porque está acostumado a ter tudo o que quer de todo mundo sempre.

— Vamos? Estende o braço para que eu o pegue e assim que vou fechar a porta, vejo Dulce saindo do seu esconderijo. Faço uma careta para ela e sussurro uma ameaça silenciosa, mas a safada só ri. Acho que a surpresa fica clara na minha expressão enquanto Alfonso age como um cavalheiro durante todo o caminho. Não sei para onde estamos indo, porque não perguntei. Ficamos em um silêncio embaraçoso durante o percurso, que é interrompido assim que seu carro entra na garagem de uma casa.

— Onde estamos?

— Você vai ver — ele responde, abrindo um sorrisinho de lado. Inclino meu corpo com curiosidade para tentar enxergar no escuro da noite, mas não consigo ver nada. Alfonso desliga o veículo rapidamente e dá a volta para abrir a porta para mim. Segura meus dedos para me ajudar a descer, e preciso muito segurar o sorriso para essas cenas surreais desde que a gente saiu da casa de Dulce. Falando nela, me lembro da sua fala e preciso concordar que realmente Alfonso parece estar tentando. Ou finge muito bem para conseguir o que quer.

— Esse lugar é lindo — digo, olhando para o jardim imenso que se estende a se perder de vista.

— Gostou? Nós sumimos os degraus da escada que leva até a porta de entrada, e Alfonso a abre para que eu entre. Franzo a testa ao ver que a casa provavelmente é dele, mas não tenho tempo de pensar porque logo escuto um gritinho animado. Vejo dona Ruth vindo de algum cômodo, com os braços abertos e o sorriso radiante no rosto.

— Anahi, minha linda... Não sabe como é magnífico te ver aqui.

— Boa noite, dona Ruth. — Estendo a mão para ela, que a recusa e me dá um abraço apertado. É estranho, mas ao mesmo tempo reconfortante estar nos braços dela. A senhora que parece ter bem menos idade do que provavelmente tem se afasta e me segura pelos ombros.

— Você é a grávida mais linda que esse mundo já viu.

— Obrigada, dona Ruth — respondo com um sorriso tímido, sentindo meu rosto quente.

— Cadê o inútil do meu irmão? — Alfonso pergunta após abraçar a mãe com carinho e dar um beijo na sua testa.

— Alfonso, respeita seu irmão... Espero que agora que você criou juízo que possa colocar um pouco naquela cabecinha também — fala, sacudindo a cabeça de desgosto. — Às vezes me pergunto o que fiz de errado. Ele está na cozinha, com um bico igual ao de um adolescente.

— Nada, mamãe. A senhora não fez nada de errado. Fico sem graça ao presenciar o momento familiar e aproveito para observar a casa que está me matando de curiosidade. Se eu achava o apartamento de Alfonso luxuoso, é porque nunca tinha vindo aqui. Que lugar... Tem branco a se perder de vista e o hall já é maior do que a casa dos meus pais.

— A senhora tem uma casa muito bonita, dona Ruth.

— Ah, meu amor, mas não... — Ela se cala de repente, e eu me viro para olhá-la. A senhora sorri e me encara de um jeito divertido.

Uma virgem resgatada pelo CEO - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora