Capítulo 14

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Anahi

A conferência está sendo um sucesso, e eu me sinto feliz como não me sentia há muito tempo. É muito ter alguém contando comigo, com o meu trabalho. Eu me sinto realizada, tanto que me esqueci completamente dos meus problemas, de que provavelmente agora sou uma sem-teto. Mas isso vai ficar esquecido por mais alguns dias, porque agora sou apenas dele. Desvio meu olhar da mulher simpática que conversa comigo, falando sobre os produtos da empresa de Alfonso com tanto afinco que parece garota propaganda. Assim que minhas vistas se distanciam, vejo que ele está me olhando. Com uma taça de champanhe na mão, Alfonso a levanta para mim de leve e segue a sua conversa com um senhor que parece importante.

— Ele é um gato, não é? — a mulher ao meu lado diz, e eu a encaro.

— Er... Quem?

— Seu chefe. — Ela aponta com o queixo na direção dele e se abana de leve no pescoço. — Um espécime de limpar as vistas. Reparei que ele não tira os olhos de você. Vocês já...

— Ah, não, não. Somos apenas chefe e secretária. — Meu rosto esquenta, e sinto vontade de bater em Alfonso por ser tão óbvio nos olhares que me lança.

— Não parece, querida.

— Mas é verdade. Juro... — falo rapidamente, mas ela não parece acreditar. Nós voltamos para assuntos leves de trabalho, e aproveito para beber um pouco de champanhe antes do jantar ser servido. Após o segundo dia de conferência, o tal amigo importante de Alfonso nos convidou para um jantar com alguns colegas empresários e conhecidos. A maioria é super simpática, mas sempre tem os esnobes, como a mulher siliconada que me está me encarando com cara de nojinho desde que cheguei com Alfonso. Não é muito difícil imaginar o motivo da raiva direcionada a mim.

— Boa noite, senhoritas. Espero que estejam sendo bem servidas. — Me viro em direção ao som da voz grave e me surpreendo ao ver um homem muito, muito bonito. — Meu pai tende a conversar demais e se esquecer dos convidados mais... impressionantes. Ele me fita de um jeito curioso, e fico sem graça quando não desvia o olhar.

— Estamos sim, querido.

— A senhora está belíssima, dona Lúcia. — Ele a cumprimenta com um beijo na bochecha e rapidamente se vira em minha direção. Me perco por alguns segundos nos olhos verdes brilhantes. — E você é...?

— Anahi Portilla. É um prazer.

— Gabriel Vilar. O prazer é todo meu, Anahi. — Ele segura minha mão e dá um beijo ali, como um galã de novela das oito. Sinto meu rosto ficando quente, mas aprecio o gesto tão diferente. — Posso ter o prazer de dançar contigo, Anahi?

— Mas... — Olho ao redor, vendo as pessoas conversando baixinho e apreciando suas bebidas caras ao som da música baixa. — Não tem ninguém dançando. — Não tem problema. Gabriel estende a mão para mim, e eu a aceito meio relutante, mas não consigo dizer "não" quando ele me olha com tanta expectativa. Morta de vergonha, me deixo ser conduzida para o meio da sala que mais parece um salão de festas. Tento não olhar para ninguém enquanto o homem alto me guia. Ele me gira em uma pirueta fora do ritmo que me faz soltar uma risada.

— Você é muito bonita, Anahi — diz, quando volto a me posicionar direito para seguir com a dança.

— Obrigada. — Você veio acompanhada de alguém? Não consigo te imaginar sendo deixada de lado. — Vim, na verdade. Do meu chefe. Estou aqui a trabalho. Sou do Rio. Ele acena e segue me fitando daquele jeito que parece tentar ler minha alma. Desvio o olhar por uns segundos e encontro o de Alfonso. Ops, ele não parece muito feliz. Noto isso pela cara rabugenta que não estava ali minutos atrás e pela pequena ruguinha que se forma na sua testa. Danço com Gabriel em silêncio e agradeço pelo convite, dizendo que preciso ir ao banheiro. O homem parece relutante em me deixar ir, mas me agradece também. Me afasto do centro da sala e ando pela casa procurando pelo banheiro. Me perco na quantidade de corredores gigantes até finalmente achar um. Vejo meu rosto corado e cheio de maquiagem no espelho e solto um suspiro alto. O que vai ser da minha vida? Após usar o banheiro, lavo minhas mãos e arrumo o vestido no corpo, conferindo minha aparência. Abro a porta e estou quase saindo daqui quando vejo Alfonso entrando de uma vez e me empurrando. Ele tranca a porta rapidamente e me ergue do chão, me imprensando na parede.

Uma virgem resgatada pelo CEO - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora