Capítulo 29

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Sophia

Um ano e meio depois

— Você é a noiva mais linda do mundo, Anahi — Dulce diz, controlando para não chorar e não borrar a maquiagem. Claro que ela já falhou nessa missão mais vezes do que consigo contar, porque retocou a maquiagem infinitas vezes. — Nunca pensei que te veria assim tão linda, Anahi.

— Eu preciso concordar, minha filha — minha mãe diz, sentada na poltrona, corujando no Emiliano, meu pacotinho de amor babão.

— E eu nem preciso dizer, não é mesmo? — É dona Ruth quem fala dessa vez, com a voz carregada de emoção. — Não sabe o presente que é para mim ver meu filho se casando, finalmente. E com uma mulher boa, inteligente e que o ama.

É a minha vez de controlar para não chorar de emoção enquanto me olho no espelho, vendo o vestido do sonho de qualquer mulher, completamente deslumbrante. Estou parecendo uma princesa, e parece que é isso que sou mesmo, pela grandeza do casamento que Alfonso fez questão de bancar. Meu Deus, foi um ano de planejamento. Fiz questão de esperar Emiliano nascer e crescer, pois nada ia me tirar o momento de ver meu filho sendo meu pajem na igreja, andando todo de terninho até o altar, lindo como o pai. Hoje vai ser o dia de realização de sonhos. Estou nervosa demais. Alfonso não queria esperar, mas assim que expliquei minhas motivações foi fácil de convencer meu noivo carrancudo e lindo. Meu amor de toda a vida. Se um dia eu deixei de acreditar em conto de fadas, não deixo mais. Desde que nos reconciliamos, Alfonso não tem sido nada menos do que perfeito. Quer dizer, ele segue bruto, grosseiro às vezes, mal-humorado, cabeça dura e ciumento, mas é meu. Meu homem das cavernas que me ama tanto que consigo saber pelo seu olhar.

— Está pronta, Anahi? Está atrasada.

— Nunca vi uma noiva atrasar para dar de mamar — respondo, conferindo a tiara de brilhantes na cabeça antes de sair de frente do espelho e ir em direção ao meu filhote. — Mas vale a pena, não é, meu amor? Você é o pajem mais lindo do mundo, não é? Pego Emiliano do colo da minha mãe e o paparico. Meu filho grande, pesado e a cara do pai solta uma risada gostosa e tenta se encaixar no espacinho do véu para ter acesso aos meus seios. — Você está cheio, seu sem-vergonha. Você é guloso que nem seu papai, lindão — brinco. As três mulheres soltam uma risada. Não demora para Dulce o tirar de mim para encher Emiliano de mimo. Preciso estar atenta à criação do meu filho, porque não quero que ele cresça sem ouvir "não". Se depender de Alfonso e de todo o resto, vai ser uma criança cheia de manhas e que tem tudo na mão. Não quero isso para meu bebê. Mesmo sendo filho de um CEO rico e poderoso, quero que Emiliano saiba valorizar as coisas.

— Vamos. Seu pai está te esperando lá fora — mamãe diz, me abraçando de leve e me guiando até a porta. A relação com meus pais foi melhorando no decorrer do tempo, principalmente depois da chegada de Emiliano. Ainda sou ressentida por tudo o que me fizeram, mas não deixo que isso me impeça de os amar. Eu os perdoei, só não esqueci. Eles são apaixonados pelo neto. Nunca vi um amor tão grande como o que vejo nos olhos dos dois, e para mim isso é o suficiente, porque não existe pessoa que eu ame mais no mundo do que o meu bebê. Desejo que ele seja amado também. Ando até a porta com as pernas bambas, sabendo que até a imprensa me espera lá fora. Finalmente, o solteiro mais rico e cobiçado do Rio de Janeiro vai ser amarrado. É o que dizem as manchetes dos jornais. Sorrio boba por saber que eu sou a sortuda que vai ter Alfonso Herrera para sempre ao seu lado. Não pelo dinheiro, pela fama ou pelo sexo que ele faz, mas por ter sido a única a ver a melhor versão do homem, a que só eu conheço, a amável, doce, cuidadosa, protetora e excessivamente carinhosa. Eu amo aquele homem. Quando encontro meu pai na entrada da igreja imensa, esqueço de qualquer medo que tenho porque sei que lá na frente é Alfonso que está me esperando. O homem que me resgatou de pessoas controladoras, e mesmo sendo um tanto controlador também, me deu a chance de descobrir coisas novas, talentos, sonhos. Que me deu a chance de me conhecer. Alfonso segue me estimulando até hoje. Faz o que pode para ficar com nosso filho sempre que preciso ir às aulas e, quando não pode, contrata infinitas pessoas para atender a necessidade do nosso menino. Está sempre controlando tudo através das câmeras que espalhou pela nossa casa. Assim que o vejo em cima do altar, os mais de duzentos convidados do casamento desaparecem, restando apenas ele. E nosso bebê, que anda de um jeito desajeitado em direção ao pai. Alfonso se agacha, com um sorriso que não saiu mais do seu rosto, para receber nosso menino do outro lado enquanto eu espero na porta da igreja, vendo meu sonho sendo realizado. Ver Alfonso com Emiliano, com essa expressão amorosa no rosto, me deixa sem fôlego e preciso muito me controlar para não chorar. Meu futuro-marido o ergue no colo, e nosso filho faz a festa no colo do pai, recebendo um beijo no pescoço. A marcha nupcial começa e é a minha vez de ir em direção aos homens da minha vida. Olho apenas para eles, sentindo os flashes pipocando no meu rosto, mas não me importo. Demora até que eu percorra o tapete vermelho estendido no chão da igreja e quando finalmente chego, meu coração incha no peito ao ver Alfonso e Emiliano me encarando.

Uma virgem resgatada pelo CEO - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora