Eco 27- ALONE AGAIN?

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LUKE

– A noite não parecia ter fim, chegamos na emergência às 3:00 a.m, e desde que deixei minha esposa com a equipe médica, não tive mais notícias, Marisol interrompeu seu plantão e voou para a emergência, meu pai e Jack também vieram, Nora mantinha contato pelo telefone ela estava fora da cidade, e eu... Eu estava apavorado. Os episódios de hipoglicemia que já eram frequentes nunca me deixou tão preocupado como esse, Cass não reagia, ela não acordou, a ambulância chegou muito rápido e de imediato a entubaram, eu não sei o que estava acontecendo, só sei que nunca vi minha esposa daquele jeito, eles usaram o desfribilador, eu estava desesperado, os paramédicos tiveram que pedir para que eu me acalmasse, ou eu não poderia acompanha-los, mas como? Como eu vou me acalmar vendo a minha esposa desfalecida sem saber se ela ainda tinha vida, e não era apenas Cass, Elize também corria risco, aquilo parecia um pesadelo.

– Calma irmão, vai dar tudo certo! Calma estamos com você...

– Filho, ela é forte, vai ficar tudo bem... - Papai e Jack me consolavam enquanto eu tentava manter a calma, sem notícias nenhuma, olho para o lado e vejo Marisol sentada na poltrona, curvada segurando algo parecido com um terço, seus olhos estavam fechados e ela não parava de sussurrar, acho que ela estava rezando, será que eu deveria fazer o mesmo? Uma vez eu tentei fazer isso, mas não adiantou, minha mãe morreu no dia seguinte.

– Jack, se Cass me deixar, eu juro que não sei o que eu vou fazer com a minha vida...

– Ei, isso não vai acontecer... Não se preocupe, ela vai ficar bem, Elize também Luke... - Jack se aproxima e me abraça, eu já havia chorado tanto que não tinha mais forças, aquela espera me consumia a cada segundo, meu coração se apertava todas as vezes que eu via um médico sair daquele corredor para ir ao encontro de alguém, eu tinha muito medo do que eu poderia ouvir.

...

– Cass é tão teimosa, ela é tão teimosa, eu juro que quando ela sair daqui, ela vai ouvir... - Marisol parecia ter tanta fé, mas ao mesmo tempo ela estava apavorada, parecia estar em negação, eu me mantinha quieto, mas meu coração estava destruído por dentro...

– Familiares de Cassandra Salazar! - Aquela voz, meu corpo inteiro gelou, meus lábios secaram, meu coração triplicou seu ritmo, minhas mãos começaram a formigar, uma crise aqui? Não! Agora não é a hora... Todos nos aproximamos, Marisol seguia com seu terço ela o apertava com tanto força, caminhamos até o doutor, ele estava muito serio.

– Doutor como está minha filha e minha neta... Por favor nos diga...

– Doutor minha esposa, e minha filha, por, por, por favor, me diga como elas estão?

– Bom, sua esposa chegou aqui com um episódio de hipoglicemia noturna severa, ela teve duas paradas cardíacas, felizmente conseguimos reanima-la, porém tivemos que ceda-la e entuba-la. Agora os níveis de acucar estão controlados, mas temos que checar o tempo todo, pois ele baixa repentinamente. A criança está ótima, ela está muito bem, vamos tentar manter a bebê ainda no útero até a mãe despertar, mas vamos ter que induzir o parto, ela não vai aguentar sustentar essa gestação até as 40 semanas, a bebê está consumindo muita dela, mas fiquem tranquilos ela está sendo monitorada, assim que acordar vocês podem ve-la.

– Quando o médico terminou de falar e se retirou, parece que haviam tirado um peso enorme de cima de mim, Senti um alívio no peito, eu não aguentei, me retiro apressadamente caminho até o banheiro adentro a cabine me assento e começo a chorar, eu choro tanto...

– Ahh... Obrigada, obrigada, - Eu chorava, de imediato ouço a voz do meu pai, ele veio atrás de mim.

– Luke, filho? - Respiro fundo, limpo as lágrimas do meu rosto, saio da cabine do banheiro, meu pai está lá, com aquele sorriso fraco e terno, ele abre os braços eu me agarro a ele.

Purple Hearts 2 Ecos da Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora