14. Taylor

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OOOOOi! 

Queria mais uma vez pedir desculpa pela demora, mas eu fui acampar. Enfim, eu estou lendo uma fic chamada Wildfire, alguém já leu? Eu indico, mas é em inglês. Boa leitura!

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Não acreditei quando a vi. Os cabelos ruivos esvoaçando no momento em que ela entrou na sorveteria.  

Agora, eu já tinha me levantado e andava na direção dela.

Os cabelos continuavam os mesmos, mas o rosto... Eu a tinha visto pela última vez havia dez anos, ela era apenas um pouco mais velha do que eu sou agora.

- Hum... Sou eu. - Ela respondeu, me olhando um pouco confusa. Ela não tinha me reconhecido. Uma garota muda dos sete aos dezessete anos.

- Susie, sou eu, Taylor... Swift.

Seu rosto esboçou um sorriso.

- Não, não pode ser Taylor Swift... Ela mora em Berlim.

- Estou em Auremberg por causa da guerra, Susie... e sou eu! Swizzle!

Ela sorriu de orelha a orelha e me abraçou.

- Swizzle, como você cresceu...! Eu pensei que nunca mais iria vê-la!

Eu me virei e acenei para Harry, Selena, Calvin e Ella, pedindo que esperassem.

Saí com Susie da sorveteria e nos sentamos em um banco ali perto.

- O que faz aqui? - perguntei. - Pensei que morasse em Berlim.

- Eu vim para cá depois de, bem... Você não vai se lembrar, era muito pequena. Houve um dia em que estava havendo um baile na sua casa...

- Eu me lembro. Você veio porque... porque ele ta machucou muito? -Questionei hesitante.

Ela virou o rosto, para que eu pudesse ver melhor a cicatriz. Aquilo que um dia havia sido um corte, partia de pouco abaixo do olho esquerdo até o queixo. Dava para perceber que ela havia tomado muitos pontos e a pessoa que tinha costurado não era muito experiente, mas era do que ela dispunha naquele momento.

- Os seus pais estão aqui também? - Perguntou Susie.

- Não. Meu pai está em Berlim ou no Campo de Concentração de Auschwitz. E minha mãe deve estar fazendo um monte de nada em Berlim.

- Seu pai continua... raivoso? - Ela perguntou sorrindo de leve com o adjetivo.

- Mais do que tudo.

- Quando vocês voltarão a Berlim?

- Não tenho muita ideia sobre isso... Mas espero ficar longe daquela cidade e dos meus pais o quanto possível. Só sinto falta dos meus avós. Quer dizer, meus e da Selena.

- Era ela ali dentro? - Ela perguntou feliz. - Como os pais dela estão? A mãe dela é uma ótima pessoa.

Oh, não.

- Susie... a casa da Selena foi bombardeada há dois anos. Só minha prima conseguiu sobreviver.

- Ah...! - Ela foi pega de surpresa. Sua expressão radiante pareceu perder um pouco do brilho. - Taylor, eu tenho que ir. Minha filha deve estar me esperando á essa hora. - Ela me abraçou.

E então sussurrou no meu ouvido.

- Taylor, muito cuidado com o seu pai. Naquela noite, me bater não foi a única coisa que ele fez. Scott Swift me fez fazer coisas que eu não queria no dia do baile. É disso que eu fugi.

Com um último aperto, ela me soltou e deu as costas, indo embora.

Entrei dentro da sorveteria, Calvin estava pagando a conta no balcão.

- Por que eu é quem tenho que pagar? - Falou ele.

- Porque você é o mias velho. - Ella respondeu piscando para ele.

- Ótimo argumento. - Ele bufou sarcasticamente.

Selena olhou para mim, se levantando junto com todos.

- Taylor, está tudo bem? Você está meio verde...

Era assim que eu me sentia. Eu estava com nojo. Com vontade de vomitar.

Calvin gargalhou.

- Mas já? Harry, Harry...

- Cala a boca, Calvin. - Harry disse friamente, e depois andou até mim. - Está tudo bem? Quem era aquela ruiva?

- Não foi nada... Não importa. Só acho que devemos voltar. Está ficando escuro.

O caminho de volta para o vale foi silencioso. Quando Calvin estacionou na frente da casa, já era noite e tudo o que podíamos enxergar era o que era iluminado pelas luzes fracas da casa.

Entramos silenciosamente, fechando a porta atrás de nós. Andamos até a sala de estar, onde tia Jude estava parada bem no meio, as mãos na cintura.

- Posso saber o que os cinco foram fazer com o meu carro? E como vocês fizeram para crianças de oito e dez anos não me contarem?

- Nós fomos na cidade, dar um passeio... - Selena falou. - E eles não sabiam onde nós tínhamos ido.

- Vocês sabem por quê estão aqui? Para não morrerem na guerra. E eu fui encarregada de mantê-los vivos e seguros. Então vocês não podem sair assim sem me dizer onde foram. Estão de castigo. Sem lago por uma semana. Vão limpar o sótão amanhã, e vou providenciar que o Sr. Hubberman pegue bem pesado no conteúdo da semana. Estamos entendidos?

- Sim, tia Jude. - Respondemos em uníssono.

Começamos a andar para o quarto, sabendo que não haveria jantar.

- Mais uma coisa. - Tia Jude falou. - Recebi uma carta de Scott Swift essa tarde.Em duas semanas vocês voltarão a Berlim. Ele quer vocês todos para a comemoração do Partido.

Fiquei parada. Era como se aquele ano inteiro tivesse sido um sonho, e agora alguém estivesse jogando um balde de água fria em mim, me fazendo acordar.

- E nós... nós iremos voltar? - Perguntei vacilante.

Jude me lançou um olhar compreensivo.

- Não... não voltarão, minha querida.

Eu andei até ela, e a abracei forte.

- Eu não q-quero ir para Berlim... - Comecei a chorar. Eu sabia que estava parecendo uma criança chorona, mas não ligava.

- Eu sei... - Tia Jude passava a mão em meus cabelos. - Eu sei, minha menina... Mas ás vezes, temos que fazer coisas que não queremos. A vida funciona assim. Vocês não podem ficar aqui para sempre.

Para mim, não era ás vezes. Era sempre. Eu era forçada constantemente a seguir o que meu pai dizia. E viver ali, com aquelas pessoas que eu amava tanto tinha sido o mais próximo de liberdade que eu já tinha experimentado. E agora estava acabando. Eram os últimos momentos de um sonho de verão.

Funguei e limpei as lágrimas com as costas das mãos.

- Vai ficar tudo bem.

Eu estava mentindo. Mentindo para mim mesma. Uma mentira deslavada.

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