15. Harry

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Oooooi gente linda!

Sei que estou demorando para postar, mas eu estou mais ocupada durante as ferias do que achei que iria estar. Boa leitura!

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Eu nunca achei que duas semanas se passariam tão rápido.

Mas ali estávamos nós, passando de carro pela cidade, com nossas malas no porta-malas. Haviam sido semanas tristes, mas felizes ao mesmo tempo. Tentávamos aproveitar ao máximo o tempo que ainda tínhamos, porém o tempo todo éramos atormentados pela sombra da verdade, de que tudo aquilo acabaria.

Dessa vez, tudo foi mais apertado. Calvin iria para Berlim também, nem sei o objetivo disso, mas ele vai. Nós fomos em apenas um carro para a estação de trem, com Tia Jude na frente junto com o motorista e atrás, espremidos, Taylor entre mim e Calvin e ao lados dele Ella com Selena no colo. Gemma meu colo e Austin no colo de Taylor. Mas as malas no porta-malas deviam estar piores do que nós.

Era triste ver o lago e o vale onde nós haviamos vivido, amado, gritado, chorado tantas vezes durante um ano.

Nós saímos do carro e cada um de nós pegou suas malas. Andamos até a plataforma, que não estava muito cheia.

- Crianças, queria dizer que há muito, muito tempo... - Tia Jude falou. - Eu não ficava tão feliz quanto fiquei durante esse ano que se passou. Eu amo vocês como meus filhos.

Ela então abraçou cada um de nós. O apito do trem soou, dizendo que todos deveriam subir.

Um por um, Selena, Calvin, Ella, Gemma e Austin entraram no trem. Mas por último, enquanto o trem apitava e soltava fumaça, puxei Taylor para trás, a fazendo olhar para mim confusa. Tirei uma caixinha do bolso.

- Eu queria te dar isso aqui, em Aurenberg. - Eu disse. - Quando voltarmos a Berlim, tudo será mais difícil, mas nunca se esqueça de que eu nunca vou parar de lutar por você e pelo nosso amor.

Abri a caixa e lhe dei o relicário de ouro que eu havia comprado no dia anterior. Ela abriu e viu, em um dos lados uma foto nossa, e no outro a frase: "This love is difficult, but it's real. I love you and that's all I really know."

- É lindo. - Ela disse, enquanto eu o prendia em seu pescoço. - Mas eu não sei o que está escrito, está em inglês.

Eu a beijei.

- Você não precisa entender agora. Mas se um dia você precisar de mim, e eu não estiver, lá procure saber.

Entramos no trem, nos sentando na cabine junto com os outros.

Logo Austin e Gemma saíram da cabine, brincando, a Calvin foi buscar um copo de água. Ella pareceu se lembrar de algo.

- Harry, se lembra daquele dia no lago quando todos nós falamos nossos problemas familiares e não deu tempo?

Eu quase havia me esquecido disso.

- Lembro sim.

- O que você ia dizer?

Me levantei e fechei a porta da cabine, depois me sentando no banco novamente.

- Gemma. Foi por conta dela que viemos para cá. Não foi pela guerra, não completamente.

- Como assim? - Selena colocou as pernas para cima do banco, as abraçando.

- Ela tem algo que o médico da família disse ser bipolariadade. O humor dela oscila, nós começamos a notar isso quando ela tinah seis anos. Minha mãe tem isso também, em um caso mais forte. A bipolaridade de Gemma é mais leve, porém ainda é perceptível. Nosso médico disse que minha mãe é um caso perdido, mas que se Gemma vivesse durante algum tempo em um lugar mais calmo, ela poderia melhorar um pouco. E foi o que aconteceu.

O silêncio pairou na cabine durante alguns segundos até que Taylor comentou:

- Eu vi isso acontecer algumas vezes. Duas ou três, mas pensi que fosse coisa de criança.

- Era quase impossível em casa. Com Gemma e minha mãe junto, era difícil fazer com que as duas voltassem a seu estado normal.

* Flashback *

Eu estava no quintal dos fundos da nossa casa em Berlim quando ouvi gritos dentro de casa.

Gemma, de seis anos, estava caída no chão em frente á escada, com o joelho sangrando.

- SERÁ QUE VOCÊ NÃO PODE TOMAR CUIDADO? - Minha mãe gritava. - EU ESTOU CANSADA DE CUIDAR DE VOCÊ TODOS OS DIAS.

- Mamãe, me desculpa... - Gemma chorava.

- EU NÃO QUERO SABER DE DESCULPAS...

Eu a interrompi.

- Mãe! Ela tem seis anos!

- Harry, fique fora disso!

Ela estava brigando com Gemma como se estivesse brigando comigo ou com o meu pai. Andei até elas e peguei Gemma no colo.

Minha mãe começou a chorar feito uma criança.

- M-me desculp-pe... Gemma querida...

Levei Gemma até cozinha e limpei com água e limpei o machucado. Depois fiz um curativo, e Gemma ainda chorava.

- Ei. - Eu levantei seu rosto. - A mamãe está doente. Ela não quis brigar com você de verdade.

Inexplicavelmente, ela fungou, limpou as lágrimas e sorriu.

- Tudo bem. - Ela pulou da pia e saiu correndo.

E eu percebi como ela era parecida com minha mãe. Do nada, seu humor mudou.

*Flashback off*

A viagem continuou em silêncio. Até que o inspetor do trem entrou.

- Senhores e senhoritas, sinto dizer que houve uma confusão entre os trens e que teremos que fazer uma parada em Frankfurt. A viagem até Berlim será retomada amanhã pela tarde. Sinto muito pelo transtorno.

- Com licença. - Calvin se levantou. - Não há nenhum trem para Berlim antes disso?

- Sinto muito, senhor, mas não.

Congelamos. Nós estávamos sem dinheiro para pagar uma diária para todos nó em um hotel. A única opção seria...

- Selena... Vai ficar tudo bem se passarmos a noite na sua casa? - Taylor perguntou com cautela.

- Sim... Eu tenho a chave. Tudo bem.

Mesmo com aquelas palavras, eu percebi o quanto ela estava com medo de voltar para onde ela morava com os pais. A casa onde os pais dela haviam morrido.

Desembarcamos e pegamos um táxi até a casa. O bairro era sossegado, afastado do centro. Frankfurt era quente. A casa de Selena tinha dois andares, amarela e sem muitos detalhes. Selena fuçou sua bolsa e tirou um saquinho azul marinho, de onde tirou um chaveiro com muitas chaves.

Abrimos o portão e entramos no jardim. Parecia ter sido belo anos atrás, mas agora, as flores estavam mal-cuidadas e os arbustos e a grama mal-cortados. Entramos dentro da casa. Os móveis estavam todos cobertos por panos brancos como na última sala da casa em Auremberg, mas o ambiente antes havia sido arejado, iluminado e vivo. Abrimos as janelas da casa, descobrimos alguns móveis principais como os sofás, a mesa da cozinha e abrimos o tapete sobre o chão da sala.

Por fim andamos até os fundos. A casa vizinha na parte de trás ainda estava sendo reconstruída, e a parte de trás da casa estava totalmente quebrada e queimada.

Selena desabou no chão, chorando.

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