Capítulo 21 - Ombro Amigo.

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Alice's POV

Sabe quando você só se da conta de uma tragédia depois que alguém te "acorda pra vida"? Pois é, Paulo tinha acabado de fazer isso comigo. Eu não fazia ideia do tamanho da besteira que Caíque havia feito, até Paulo me mandar uma mensagem, dizendo algo sobre "confiar nas pessoas certas".

Eu estava prestes a dormir quando Paulo me mandou essa mensagem, eu respondi como se não soubesse de nada. Como se fosse trouxa. Mas aquilo me perturbou durante a noite toda, nem consegui dormir.

...

Ao acordar, senti uma tristeza grande, me senti traída, coisa que não havia acontecido quando Bea me contou o acontecido.

Entrei no banho e chorei, chorei com intensidade. Não chorei porque amava Caíque, e ele havia me traído. Chorei porque havia depositado minha confiança nele, e porque eu tinha ouvido de sua boca, que ele nunca me trairia.

Eu precisava desabafar, mas Julia não me atendia, muito menos Beatriz. Eu precisava de alguém pra conversar, precisava de um ombro amigo.

"Me passa seu endereço, por favor..." - enviei.

"Agora eu não posso."

"Por favor, Paulo!"

"Eu não to em casa, Alice."

"Não importa, quando você chegar eu vou, eu só preciso te ver."

"O que aconteceu?"

"Depois a gente conversa, só me passa, por favor."

"Tá aí."

"Que horas você chega?"

"Pode ir saindo de casa, eu to chegando."

"Obrigada."

Eu não podia, me sentia desconfortável, mas precisava vê-lo.

...

Paulo's POV

Eu sabia que Alice faria isso. Logo que ela descobrisse o que Caíque fez, ela viria correndo pra mim, mas eu não quero saber, não sou só um cara que vai ajudá-la a superar o chifre. Porém, vê-la desesperada pra me ver me deu um aperto no coração. Eu não queria, mas precisava vê-la.

Saí do banco correndo, peguei meu carro e fui rápido para casa. Estacionei meu carro na garagem e subi de elevador até o 8° andar. Abri a porta e me joguei no sofá.

Enquanto Alice não chegava, fiquei ensaiando um discurso para fazer, eu pretendia dizer coisas como "Você só veio atrás de mim depois de perceber que o Caíque é um cachorro, mas agora, eu não quero mais você".

Logo o interfone tocou, e eu autorizei a entrada de Alice. A campainha tocou, respirei fundo, arrumei meu cabelo e abri a porta.

Naquele momento, toda minha vontade de falar alguma coisa foi embora. Ela estava com o resto inchado, com os olhos cheios de lágrimas. Parecia frágil. Estava de um jeito que não se parecia nem um pouco com a garota que eu havia conhecido a 2 meses atrás, que era confiante, que parecia ter domínio sobre todos os seus sentimentos.

- Oi. - ela disse fraco.

- Oi. - respondi sem graça. - dei espaço para que ela entrasse e ela sentou no sofá.

- Sua casa é bonita. - fungou.

- Obrigado. - disse sentando ao seu lado.

- Olha, Paulo, eu e você sabemos que eu estou te evitando a semanas. E você deve estar achando que eu só vim aqui porque levei um chifre, mas eu só quero conversar. Eu quero um ombro amigo. Não precisa de muito, só fica aqui comigo, tá bom?

Eternal Love - Banda FlyOnde histórias criam vida. Descubra agora