Depois da noite conturbada de ontem, eu dormi muito para poder me recompôr. Acordei bem tarde com o sol batendo no meu rosto. Eu estava toda esparramada na cama, olhei em volta á procura das minhas amigas mas elas não estavam lá.
Fui ao banheiro, lavei o rosto, e fui até a sala, estava um dia bem quente, bem como eu gosto. Fui até a cozinha e encontrei as meninas na cozinha, tomando café da manhã.
- Bom dia. - eu disse sonolenta.
- Boa tarde, né? - disse Bea.
- Que horas são? - eu disse.
- Olha ai no seu celular. - Julia disse e apontou para o mesmo que estava jogado no chão da sala.
Peguei o celular no chão e quando apertei o botão para desbloquear, tive uma surpresa. Uma mensagem de Paulo.
Fiquei meio espantada e as meninas perceberam minha reação.
- Que foi, Ali? Viu fantasma? - disse Ju.
- O Paulo.. ele me mandou mensagem... - disse pausadamente.
- Sério? Abre ai!! - disse Bea animada.
Obedeci e abri a mensagem, era uma foto minha, de ontem, encostada no sofá vermelho de vinil daquela balada e de olhos fechados, dormindo.
- COMO ELE CONSEGUIU ISSO? - eu gritei. - Se foram vocês, podem sair, eu não acredito que vocês fizeram isso.
- Do que você tá falando? - Bea perguntou.
- Olha aqui essa merda! - joguei o celular em cima dela e abri a geladeira bufando.
- Não foi a gente que mandou. - Julia disse séria.
- Então aonde ele arrumou essa bosta? - eu continuava brava.
- Pergunta pra ele.
- Eu não.
- Nem adianta, já digitei e mandei. - disse Bea.
- Dá essa merda aqui. - peguei o celular de volta e fui tomar um banho.
...
Saí do banho e as meninas estavam arrumadas, achei até que elas iam embora.
- A gente vai pro shopping, se troca. - disse Julia.
- Tá, tô indo.
...
O dia no shopping foi bem legal, compramos bastante coisa e comemos temaki. Encontramos uns "amigos" lá. Uns meninos que estudavam com a gente e tal. Um deles é o Henrique, ele era muito fofo e ele foi o primeiro garoto que eu fiquei na vida. Mas ele foi muito filho da puta comigo e eu desencanei dele.
- Nossa, Ali, cada vez mais linda, hein! - Henrique disse.
- Tô mesmo, brigada. - eu disse seca.
- Você ainda guarda rancor de quando a gente tava no 9° ano?
- Não, eu só não quero me meter com gente que me traz problema, no caso, quem dizia ser meu amigo e nunca foi de verdade.
- Para com isso, Alice! Cê sabe que eu sempre me importei muito com você.
- Eu achava isso, mudei de ideia a partir do momento que você começou a ferrar comigo.
- Eu nunca ferrei com você,
- Você foi tão cuzão comigo, cê não lembra? Quando fez meus pais serem chamados na escola porque você tava fumando no banheiro da escola e disse que eu tava junto? Ou quando você ficou bêbado, naquela festa, e me largou lá sozinha e eu tive que voltar de ônibus pra casa? E quando você disse pra sua mãe que eu bancava as bebidas de todas as festas porque eu queria deixar todos bêbados?
- Tá, eu fiz muita merda.
- Já que você reconhece, me erra. Eu não tenho mais nada a ver com você.
Saí andando e deixei Henrique lá sozinho, chamei as meninas que estavam falando com os outros meninos, dei tchau pra ele e nós seguimos nosso caminho.
Eu realmente guardava muito ódio do Henrique, ele fez eu perder boa parte da minha adolescência porque depois de tudo o que ele fez meus pais ouvirem por coisas que ele inventou, meus pais não me deixavam sair de casa. Eu fiquei mais de um ano sem sair com meus amigos. Eu só podia recebê-los em casa e com a supervisão de alguém, foi o pior ano da minha vida. Tudo graças a Henrique.
- Vi você e o Henrique conversando, o clima estava péssimo. - Bea comentou enquanto andávamos em direção ao meu carro.
- Foi horrível, falei um monte. - eu disse.
- Imagino, você estava fuzilando ele com o olhar.
- Pois é, relembrei tudo o que ele já fez por mim, se é que você me entende.
- Claro que entendo, eu passei boa parte dessa época com você.
- O bom é que isso já passou e esse moleque saiu das nossas vidas. - Ju disse.
- Graças a Deus, amiga!
...
Paulo's POV
Preciso confessar que esse tempo sem falar com a Alice me deixou meio bolado, na moral. Era tão bom falar com elas todos os dias e tal, tô até com saudade.
Não sei se devia ligar pra ela ou não, não sei se devia mandar mensagem ou não, tá difícil, ainda mais agora que o Caíque conheceu uma mina e só sabe falar dela, falar que foi no cinema com ela e ela não o deixou pagar, por mais que eu esteja feliz por ele, acho que ele tá se iludindo e acho também que ele deveria perceber a minha situação e parar de falar de mulher.
Acordei e decidi ligar pra Alice, mas não pra me desculpar nem nada, só pra dizer que eu tô com saudade, espero que dessa vez dê certo.
- Alô? - ela disse calma.
- Oi, é o Paulo. - disse sem graça.
- Eu sei, eu tenho seu número. - ela soltou um risinho.
- Você tá bem?
- Só tô cansada. E você?
- Tô bem...
- Por que você ligou? - ela disse rápido.
- Saudade...
- De novo essa história?
- Pô, Ali, me dá um descanso, eu já pedi desculpa.
- Eu sei, Paulo, mas é que eu fiquei chateada.
- Eu sei..
- Na verdade eu nem devia ter ficado, a gente nunca ficou, a gente não tem nada, eu nem te conheço direito, não sabia o que esperar de você. Esperei demais e recebi isso, agora eu sei quem você é. - ela disse sincera.
- Assim cê me magoa... - eu disse.
- Igual você fez comigo ou pior?
- Quer saber? Você tem uma ideia muito errada de mim. E eu vou te mostrar o certo, o verdadeiro Paulo Augusto.
- Eu quero ver.. - ela disse debochada.
- Vamos sair então? Pra eu te mostrar quem eu sou?
- Eu adoraria, mas hoje eu não posso, tenho um compromisso.
- E quando você vai estar livre pra mim?
- Eu te aviso, tá?
- Tudo bem, você que sabe. Só não demora, senão eu vou ficar com saudade.
- Preciso ir, Paulo. Foi bom falar com você.
- Tchau, linda, se cuida!
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Eternal Love - Banda Fly
Fanfic"Nosso amor foi o mais improvável, o mais louco e o mais forte que eu já ouvi falar, nós nos amamos tão intensamente que até doía. Eu te amo como eu nunca mais vou amar ninguém, mas na vida, nós somos obrigados a seguir em frente. Me desculpe por te...