Capítulo 7 - Foi mal mesmo.

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Passei o endereço da sorveteria pro Paulo e ele disse que ligaria quando chegasse. Eu poderia ter dado o endereço da minha casa, mas eu nem conheço ele direito. Fiquei com medo.

Passaram 30 minutos e eu estranhei, já que Paulo disse que era perto da casa dele também. Decidi descer e esperar ele na sorveteria mesmo.

Esperei mais 20 minutos, esperei 40 minutos, esperei 1 hora. Ele não apareceu e eu fiquei lá que nem idiota esperando.

Eu mandei 3 mensagens pra tentar saber aonde ele estava, mas ele não visualizou, nem respondeu.

Peguei toda minha dignidade de volta, recolhi minha bolsa e voltei pra casa. Entrei no banho e mandei toda minha raiva embora, eu não queria desperdiçar meu tempo com ele.

Ainda estava relativamente cedo quando eu sai do banho, então decidi chamar Bea e Ju pra irem em casa. Mas elas eram muito preguiçosas e me pediram para busca-las. Peguei meu carro e fui correndo, estava um transito infernal e minha raiva voltou. Xinguei todos que pude, meti a mão na buzina incontáveis vezes e quase bati com uma moto.

Cheguei na casa da Júlia e as duas estavam la a minha espera, logo pedi pra Bea dirigir, afinal eu estava distraída e ela dirigia muito bem.

Contei pra elas o que havia acontecido e elas ficaram tão bravas quanto eu.

- Porra, que folgado, meu! Você já falou com ele? - Ju disse.

- Ele não responde minhas mensagens e eu também não vou ligar.

- Tô puta.

- Eu também, né!?

- Calma gente, ele pode ter tido algum imprevisto. - Bea disse seria.

- Mas custava avisar?

- Ai Li, sei lá, espera ele te responder.

- Você acha que eu vou fazer o que?

- GROSSA!

- Desculpa, tô irritada.

- Te entendendo, mas vamos esquecer isso, só um pouquinho.

- Ta bom, é o melhor a fazer.

Fomos pra casa, conversamos e assistimos um filme.

- Que tal a gente ir no Mc? - disse Bea.

- To sem grana. - disse Ju.

- Você nunca tem dinheiro, mas deixa que eu pago o seu. - respondi.

- Então vamos logo que eu to com fominha.

Chegamos no Mc, comemos e tomamos sorvete, naquele momento tinha esquecido da mancada que o Paulo tinha feito.

- Vamos indo? Eu preciso ir pra casa estudar. - disse Ju.

- Você? Estudar?

- Milagres acontecem!! - ela disse levantando as mãos ao céu.

- Vamos lá, então, eu te deixo em casa e a Bea na casa dela.

- Mas eu não quero ir pra casa. - disse Bea.

- Então você vai pra minha casa comigo.

- Aeeee!!

Deixei a Júlia na casa dela e fui pra minha casa, Bea estava junto então nós chegamos, nos jogamos no sofá e ficamos conversando.

- Sabe, amiga, eu gostei dele, mas essa não é a primeira mancada que ele faz comigo.

- Pô, Li, dá um descanso pro garoto, ele ainda nem é nada seu.

- E se continuar desse jeito, nem vai ser.

- Para de ser marrenta, espera o moleque se explicar.

- Não quero esperar porque eu sei que ele vai inventar alguma desculpa e não vai falar a verdade.

Ficamos um bom tempo lá conversando sobre Paulo até que Bea decidiu ir embora. Ela queria ir de ônibus mas eu insisti em leva- la.

- Brigada pela carona, Li, fica bem ai, ta? - ela disse saindo do carro.

- Pode deixar, Bea.

Voltei pra casa, eram 21h, estava com fome mas com muita preguiça pra preparar alguma coisa. Fui pro meu quarto, liguei meu notebook, olhei as redes sociais e adormeci. Acordei com o notebook jogado no chão, rezei mentalmente para ele nao ter quebrado, eram 4h da manhã, levantei para ir ao banheiro e perdi meu sono completamente.

Sentei na cama e fui mexer no meu celular. Tinham muitas mensagens no WhatsApp, e uma só do Paulo. Era um áudio. Eu queria que ele soubesse o quanto eu odeio áudios.

"Oi, Alice, me desculpa por hoje, eu estava saindo de casa e meus amigos me ligaram e eu precisei ir encontrar eles. Eu espero que você não esteja brava. Enfim, foi mal mesmo."

Ele parecia tão calmo, estava em lugar silencioso e estava sendo cuidadoso com as palavras. Por um momento até esqueci o porque de estar brava com ele, mas logo voltei a realidade. Lembrei de como eu fiquei 1 hora lá esperando ele, sentada naquela cadeira colorida.

Não quis ser grossa, então apenas respondi em uma frase.

"Tá ok, essas coisas acontecem."

Eternal Love - Banda FlyOnde histórias criam vida. Descubra agora