Capítulo vinte oito

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Maven Dawson
Quatro anos atrás

Às vezes eu sentia vontade de matar o Will. Para ser bem franco, quase sempre eu tinha vontade de fazer isso.
Mas não é como se ele não me desse motivos. Por exemplo, agora, ele simplesmente confirmou minha presença em um racha sem nem falar comigo antes.

Não passei em casa para trocar de roupa, não dava tempo, então simplesmente entrei no carro e dirigi rapidamente até a corrida clandestina.

Eu certamente não estava muito bem, mas correr era como um remédio para meus problemas. Amo a forma como me sinto durante as corridas, a forma como sinto um frio na barriga, a forma como a excitação se dissemina fácil e rapidamente pelo meu corpo. Era por isso que eu ansiava e é assim que eu lido com os meus problemas, eu os substituo por adrenalina.

Acho que eu sempre gostei disso.

Lembro da vez que dirigi pela primeira vez, em um carro do meu pai, um camaro vermelho bem antigo dele. Eu tinha sete anos, e, obviamente, bati o carro. Fiquei de castigo por meses depois daquilo, já que aquele carro, um z28 rally, era relíquia do velho.

Bem, meu pai é um homem bem tranquilo, mas não gostava nem um pouco quando mexiam naquele carro. Aquilo era a maior paixão dele. Não posso culpá-lo por isso; odiaria que meu filho de sete anos batesse meu carro.

De longe, já consegui ver as luzes ao redor do circuito de rua, onde a corrida ocorrerá.

Buzinei de leve para que me dessem espaço para passar com o carro e, assim que me viram, começaram a gritar. Podemos dizer que sou um pouco famoso por aqui por conta dessas corridas.

Assim que consegui parar o carro na linha de início, ao lado de outros três carros, ouvi Will bater na minha janela.

- Eu ainda te mato, Will. - Essa era uma promessa de anos que até hoje não foi cumprida.

- Ah, que isso, eu sei que você me ama. - Saí do carro e pude ver melhor a multidão que ocupava o local. - Cheio, não é? Vê se não se empolga com tanta atenção assim, Dawson.

É claro que eu ia me empolgar. Correr já é bom, mas quando se tem tantos olhares em você, a emoção triplica.

- E com quem eu tenho que lidar aqui hoje? - perguntei.

- Jake Kurt, David Kieran e aquele amigo do teu irmão, Elliot Graves.
Graves.

Ele e meu irmão são velhos amigos, sempre saindo, curtindo e fumando juntos. Faz anos que eles se conhecem, mas há algo nele que ainda me deixa desconfiado.

Olhei ao redor e o encontrei encostado em seu carro, conversando com um pessoal.

O carro dele era uma Mercedes AMG 1.6, do mesmo ano que o meu Jaguar. É um carro muito bom, devo admitir, mas não depende só do carro, depende também do motorista e Elliot com certeza perderia para mim.

Até que meus olhos foram atraídos por um fulgor laranja no meio da multidão. Aqueles olhos verdes brilhavam tanto quanto os cabelos ruivos, atraindo atenção por onde quer que fosse. Suas orbes olharam ao redor até pousarem em mim. Apesar das luzes fortes, eu consegui ver um tom rosado surgir em suas bochechas e um pequeno sorriso se formar em seus lábios.

Caralho.

Ela era um anjo. Tão linda, mais que só inefável, que ofuscava qualquer outro pensamento meu, minha mente só focando naquele par de olhos que me faziam sentir uma escola de samba em meu estômago. Não tentei controlar meu olhar ao analisar seu corpo de cima a baixo. Usava calças jeans, uma blusa de frio preta e um boné sobre a cabeça. O acessório dela era ser perfeita; era como se eu estivesse em sua órbita, sendo atraído sempre para perto dela sem nem perceber.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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