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Lucca completou quinze semanas de gravidez e amanhã é dia da primeira tentativa de ver o sexo do nosso bebê, espero que dê certo. De uns tempos pra cá o Lucca tem ficado agoniado já querendo comprar o enxoval e montar o quarto do bebê, tenho medo que ele volte a ter aquelas malditas crises, antes era pra engravidar e agora pra saber o sexo do bebê, ele me disse que já tem os nomes, eu deixei ele escolher, desde que seja uma escolha coerente não vou o aborrecer sendo do contra.

Nem em nossa lua de mel fizemos tanto sexo, os hormônios o deixam com bastante tesão e bastante gostoso também, chego cansado do trabalho e ainda dou conta de satisfazer meu marido, se tiver vida melhor que essa desconheço. Ele só se estressa quando demoro um pouco, mas aprendi um truque e acho que não vou pro céu por isso. Descobri que ele grávido ama o cheiro e o gosto que a nicotina deixa em minha boca e já vou dirigindo pra casa fumando um cigarro, funciona. Ele chega a devorar a minha boca do tanto que me beija, seria pedir muito se depois que o nosso filho nascer o Lucca continuasse assim? Eu me casaria novamente com ele.

Nesse exato momento estou indo pra casa e já passa das dez da noite, hoje foi foda. Aniversário do dono do salão e ele fez questão que todos jantassemos com ele, depois teve comes e bebes e bolo, eu só esperei cortar o bolo o chamei de canto e expliquei que precisava ir embora, a esposa dele ainda mandou uns docinhos e um pedaço de bolo pra Lucca acho que ele vai gostar, e caso não goste dos doces o cigarro está acesso.

Chego em casa e Lucca está na cozinha.

_ Oi amor.

Abraço ele sentindo a sua barriguinha já um pouquinho saliente entre nós, ganho um beijo devorador de língua antes de mais nada, eu disse que o cigarro funciona, eu não fumo perto dele pra não prejudicar ele e o nosso bebê mas ele sente o cheiro a léguas de distância e já vem todo saliente pro meu lado.

_ Demorou.

Ele reclama quando nos soltamos.

_ É que eu fiquei sem jeito de sair antes de cantarmos parabéns pra ele.

Dou um beijo na barriga dele e como sempre desde que soube da gravidez, me declaro ao meu filho.

_ Oi amor da minha vida, eu te amo meu filho, amo você e seu papai.

_ Pensei que já tivesse dormindo.

_ Esse bebê está com fome, cê acredita que eu pedi lanche por delivery, estava tão gostoso, eu comi dois com coca cola e esse bebê me fez botar tudo pra fora?

Eu dou risada da indignação dele.

_ Agora está aqui, com fome denovo e não tem nada que eu queria nessa geladeira. O bom de vomitar é que eu não engordo tanto né.

Ele fala olhando pro corpo.

_ Eu queria tanto engravidar e esqueci da parte em que viro uma jamanta.

Eu o abraço beijando seu pescoço.

_ Não tem jamanta nenhuma aqui, você está a cada dia mais gostoso. E quanto a fome, eu trouxe bolo e uns docinhos..

_ Cadê?

Ele nem me deixa falar e eu pego a sacola de cima da bancada que havia deixado lá. Ele a abre e come os brigadeiros e beijinhos virando o olho até. Eu trouxe de um tudo, até os salgados. Só parou de comer quando não cabia mais nada. Ele escova os dentes e deita na cama pra me esperar, eu tomo um banho e me junto a ele, deito a cabeça dele em meu ombro.

_ Eu tenho uma fofoca pra te contar sobre o Théo.

Eu e o Theodoro cortamos relação mesmo, eu não o procurei mais e ele também não. Quanto a minha mãe eu ainda falo com ela por telefone, ela me liga e diz que está se sentindo sozinha e quer que eu vá visita lá. Não sei se vou pois não irei admitir que ela fale uma vírgula do Lucca ou do nosso filho, então estou evitando.

_ Não sei se quero saber. É algo que irei me estressar?

_ Não.

_ Então fala.

_ Um amigo nosso em comum foi cortar o cabelo, e comentou que a um mês atrás Théo procurou um médico junto com a esposa, eles queriam ter um filho e fizeram exames..

_ Depois não é invejoso, isso foi praticamente depois dele descobrir a minha gravidez.

_ Pois é, percebi isso também. Só prova que você estava certo, Théo nunca tinha comentado comigo sobre a vontade de ter filhos.

_ E a Laura engravidou?

_ Não. Com os exames o Théo descobriu que é estéril.

_ O que?

Lucca me olha parecendo querer conferir se não estou brincando mas eu estou sério. Lucca solta uma risada inesperada e muito sincera.

_ Lucca. Coitado dele.

_ Coitado é o caralho.

Ele fala segurando o riso.

_ O filho da puta veio aqui todo afrontoso me dizer que poderia ter filho no momento que quisesse, que Laura não precisaria separar dele pra engravidar e blá-blá-blá. Tomou no cú. Eu jamais pensaria numa resposta tão bem elaborada pra dar a ele.

_ Amor. Isso é sério. Já pensou se fosse com a gente.

_ Tá amarrado, não é. Não desejei o mal pra ele mas já que veio é porque ele está colhendo exatamente o que plantou. Se quiser ter um filho agora terá que usar o esperma de outro como ele me acusou de ter feito. Tenho dó apenas da Laura, eu quero muito que o Théo se foda mesmo.

_ Que maldade Lucca, não sabia que era rancoroso.

_ Nessa história eu sou o vilão meu amor, não tem mocinho aqui não. E você nem pense em prestar as condolências pra ele, morro de vontade mas te deixo um mês sem sexo.

_ Não fala isso nem brincando.

Falo já dando um beijo nele mas ele me empurra, então coloco ele deitado no meu ombro novamente.

_ Não se anima não que hoje eu só quero dormir aqui no meu lugar favorito. Não vejo a hora de ver o sexo do nosso bebê amanhã, meu bebê vai ser o bebê mais bem vestido que você já viu, já elaborei looks bafonicos tanto pra ele ou ela, tô ansioso pra comprar.

Lucca ainda fica falando as ideias incríveis dele pra vestir nosso bebê e eu não sei quem dorme primeiro se é ele ou eu, só sei que se esse bebê não colaborar pra vermos o sexo dele, o Lucca irá surtar e acho que eu também.

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