EU AINDA TE AMO

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LUCCA

Acho que estou a exatos dez minutos sentado no sofá da sala abraçado com o meu avô. O homem ficou tão emocionado que eu fiquei preocupado, ele não para de repetir o quanto sabia que era o bisneto ou bisneta dele que estava a caminho. Luis está no sofá ao lado nos olhando e sorrindo, eu ainda não consegui dizer a ele que pode vir dormir comigo, eu quero muito mas temos que ser cautelosos, não quero e nem posso me estressar.

Já passamos na farmácia e compramos o remédio pra enjoo e as vítaminas, Luis também comprou uma pulseira pra mim que segundo o farmacêutico diminui os enjoos.

_ Ele mal tomou o café da manhã Luis, o que comeu botou fora.

Meu avô fala olhando pra Luis.

_ Eu não estou com fome agora vô.

_ Não deixe o bebê com fome.

_ Acho que já vou fazer o almoço então.

_ Tem umas hortaliças que o Alfredo trouxe, as use e faça algo. Irei pedir que traga mais, não compre essas hortaliças de mercado cheia de agrotóxicos. Se comprar alguma coisa faça a desinfecção com água sanitária.

_ Bem lembrado vô.

_ Não vai trabalhar mais hoje?

_ Tirei o restante do dia de folga, Marcia encaixou meus clientes pra amanhã.

Ele se levanta me da um beijo na testa e eu sorrio, me surpreendendo completamente quando ele se ajoelha e da um beijo demorado em minha barriga, fala algo olhando pra barriga e eu me emociono, eu sonhei tanto com esse momento, sonhei tanto em ter um filho com ele. Esse poderia ser o melhor momento de nossas vidas se ainda não tivesse uma grande questão pra resolvermos. Ele sai pra cozinha e meu avô me da um peteleco na cabeça.

_ Porque me bateu?

_ Eu tenho que bater nos dois, vocês dois são cabeças dura.

_ Eu não fiz nada.

_ E é exatamente por esse motivo que apanhou.

Ele se levanta vai pro jardim e eu me ajeito no sofá pra me deitar.

_ QUER AJUDA LUÍS?

Pergunto um pouco alto pra ele ouvir.

_ Não. Só me avisa se sentir o cheiro de alguma coisa que te cause enjoo.

_ Tá.

Mas acabo cochilando no sofá. Acordo com ele me chamando.

_ Hum!

_ Vamos almoçar? Depois você dorme! Eu terei que dar um pulo no salão pra atender um cliente que irá viajar de madrugada e não teve como colocar pra amanhã.

_ Luis, não tenho certeza se é uma boa idéia você voltar a morar aqui, a gente briga demais e eu não quero me estressar.

_ Nem eu quero que você se estresse, eu quero cuidar de você. Já imaginou se estivesse sozinho hoje quando desmaiou? Não quero nem pensar nisso. Eu sei que não dá pra ficar vinte e quatro horas aqui com você pois eu trabalho, mas eu venho almoçar aqui, eu ligo, mando mensagens quando estiver trabalhando e durmo aqui, pode ser no sofá não tem problema. E ajudo a cuidar do vô também, não é seguro você o ajudar com o banho.

_ Ele tomou banho sozinho hoje de manhã.

_ E eu vi a cadeira que ele usou, deu certo mas ele poderia ter escorregado e caído com cadeira e tudo no banheiro.

_ Então vem Luis, mas é pra ajudar, por enquanto eu quero ficar na minha do jeito que eu estava.

_ Tudo bem. Eu sei que ja está fazendo muito, reconheço que o que fiz foi pesado. Mas você não vai mais continuar com a ação de divórcio né?

_ Não Luis, não vou..

O sorriso dele se rasga no rosto, um sorriso de alívio eu diria.

_ Eu vou fazer por merecer essa chance.

_ Eu não diria uma chance Luis..

_ Eu vou encarar assim, não tire esse doce da minha boca..

Eu sorrio diante do desespero dele.

_ Vocês vem ou não vem comer? Eu já estou chegando na sobremesa, vou me fartar nessa mousse de limão.

_ Mousse de limão?

Minha boca saliva fartamente e eu já planejo começar o almoço pela sobremesa, me levanto e vou a cozinha com Luis atrás de mim.

_ A mousse de limão você pode comer a vontade depois de comer proteína e verduras.

_ Vô..

_ Ele tem razão Lucca, coma sua comida, a mousse não irá fugir.

Sento bicudo ba mesa e eles riem de mim. Era o que me faltava esses dois contra mim. Mas o almoço estava gostoso e eu não enjoei, espremi mais limão no bife e ficou mais gostoso ainda, e a mousse eu comi quase a travessa toda, me senti uma criança com meu avô brigando comigo, mas prometi maneirar nos doces e me matricular numa academia.

Luis queria limpar a cozinha antes de ir ao salão mas eu praticamente o toquei daqui, a tá que ele irá me tratar como um inválido, posso perfeitamente limpar uma cozinha. Meu avô vai tirar um cochilo depois do almoço e eu termino de limpar a cozinha e coloco um filme pra assistir, acabo dormindo também. Acordo com Luis entrando em casa com uma bolsa que suponho ser com roupas dele e umas sacolas da padaria. Ele está sorridente como se estivesse aprontado algo.

_ Seu avô vai me bater mas eu não resisti. Te trouxe uns donuts de morango e limão, trouxe o iogurte grego que você gosta também.

_ Eu ouvi Luis, e também quero. Depois de comer eu brigo com você.

Meu avô grita do corredor e eu dou uma gargalhada. Fui feliz da vida com eles pra cozinha comer.

Luis já está a dez dias morando comigo, meu avô depois de uma semana voltou pro sítio e eu fui com ele, fomos sábado de manhã, Luis foi de noite pois estava trabalhando e viemos embora domingo a noite. Eu não tenho sentido desejo de comer algo diferente, Luis todo dia trás alguma coisa que eu gosto pra comer. O que está me incomodando é esse suador que sinto todo dia, estou subindo pelas paredes e o desejo que sinto não é de comer, é literalmente ao contrário, esse bebê vai me fazer passar por cima do meu orgulho, eu já pedi pra ele parar com isso mas o desejo só aumenta. Tô vendo a hora de eu pular em Luis implorando por sexo e não vai demorar muito.