LUCCAChego em casa exausto com Helena. Pego ela dormindo da cadeirinha e coloco no berço, Helena está enorme e pesada com os seus oito meses. Volto ao carro e pego as sacolas, deixo tudo na mesa de jantar e sem me aguentar mais em pé me deito na cama, não sem antes pegar a baby Sister, só me lembro de tirar os sapatos encostar na cama e não vejo mais nada.
Acordo um tempo depois com Luis entrando no quarto com Helena no colo e me assusto sentando na cama.
_ Meu Deus já é de noite? Eu apaguei e não cuidei de minha filha.
_ Calma, ela está bem e não é noite ainda.
Eu me levanto meio tonto e me abraço a ele e Helena.
_ Eu que fiquei preocupado e vim rapidinho aqui em casa ver se estão bem. Você não atendia o celular.
_ Eu apaguei, estava cansado demais. Helena estava chorando né?
_ Estava. Mas eu já a troquei.
Me sinto culpado e tenho vontade de chorar.
_ Me desculpa filha. Estou me sentindo péssimo.
Ela ainda está soluçando e chorando um pouquinho.
_ Não chore Lucca, agora está tudo bem. Você deve estar bem cansado mesmo, nem sei como conseguiu comprar tudo aquilo e ainda carregar a Helena, ela está pesada.
Pego ela no colo e Luis sai do quarto.
_ Cadê o seu celular?
Ele pergunta enquanto vai a cozinha.
_ Deve estar no carro ou junto a aquelas sacolas.
Luis faz a mamadeira dela e eu peço a ele pra colocar o colchão na sala. Me sento no colchão pra dar mamadeira a Helena e Luis da comida a cebolinha e volta ao trabalho.
_ Porque não me acordou cebolinha? Quando não precisa você abre essa sua boca e não para nunca mais de latir.
Cebolinha me ignora completamente e se deita no colchão conosco depois de ter enchido a barriguinha.
_ Você também estava dormindo né seu preguiçoso? Até parece que está prenho também.
Me sinto tão culpado por ter deixado a minha filha chorando sozinha que o sono e cansaço se esvai do meu corpo completamente.
Depois de Helena mamar e arrotar eu ligo a televisão pra ela num desenho da barbie e preparo um lanche pra mim. Ela está entretida então eu pego o notebook e trabalho um pouco enquanto como.
Luis chega a noite e vai dar banho em Helena enquanto eu faço o jantar, faço macarrão com frango que é uma comida gostosa e rápida, Helena tem a comidinha dela pronta.
Faço também suco natural de abacaxi, faço Luis tomar bastante porque depois o gosto dele fica de revirar os olhos, eu me farto se é que vocês me entendem.
Jantamos e Luis limpa a cozinha enquanto eu cuido de Helena, ele termina a cozinha e vai tomar banho e eu faço mamadeira pra Helena. Ela mama, arrota e fica chupando a chupeta e enrolando o cabelinho com os dedos no meu colo, antes dela dormir Luis a pega do meu colo e eu vou tomar banho. Tomo um banho morno demorado e quando termino visto e pijama e passo pelo quarto de Helena que já está no berço, dou um beijo nela e passo a mão em cebolinha que está deitado no tapete.
Vou a sala e Luis abre os braços pra eu sentar perto dele, me sento e deito a cabeça em seu ombro.
_ O que você comprou hoje no shopping?
_ Alguns presentes de Natal e os presentes de amigo secreto, mas não consegui comprar tudo.
_ Hum rum. Podemos voltar la amanhã se você quiser.
_ Quero. Eu vi a sua mãe no shopping.
Percebo ele ficar tenso.
_ Viu? E ela estava sozinha?
É claro que ele ia perguntar sobre isso. Ele se preocupa com o fato dela afastar todos de perto dela e depois viver uma vida solitária.
_ Estava. Lanchamos juntos.
_ O que?
Ele levanta a cabeça e eu sou obrigado a me levantar também. Sentamos um de frente pro outro, ele está de olhos arregalados.
_ Porque lancharam juntos? Você está bem? Ela te machucou?
_ Claro que estou bem Luis, a dona Coisa nunca me atacou fisicamente, ainda mais numa praça de alimentação com dezenas de testemunhas.
_ Mas... eu não estou entendendo nada. Porque vocês lancharam juntos?
_ Eu a vi na praça de alimentação e me sentei com ela na mesma mesa.
_ Porque?
_ Propus uma trégua. Disse a ela que você sente a falta dela...
_ Amor...
_ Me deixa falar Luis. Eu sei que você sente a falta dela e eu juro que entendo, por mais difícil que ela seja ela é sua mãe. Não se sinta constrangido em admitir isso. Existem mães péssimas e narcisistas e ela é uma delas, só que você tem o coração enorme e aceita isso, você é um bananinha e eu preciso aceitar que o seu coração é de manteiga.
Eu dou risada e ele também.
_ Eu não sou um banana.
_ Você é. Minha banana preferida.
_ Obrigado tá. E o que ela disse?
_ Praticamente só me ouviu e admitiu que fala o que não deve, eu disse a ela te ligar e disse que alguém a irá avisar quando o Rael nascer. Não quero que fique triste se ela não der o braço a torcer e não quiser contato, você tem a mim e a nossos filhos.
_ Eu sei... eu queria tanto que vocês se dessem bem, que ela frequentasse nossa casa e amasse nossos filhos como o vô Mauro.
Eu dou um selinho nele.
_ Talvez seu sonho um dia se realize. A parte de eu ter amizade com ela e sentarmos no sofá pra assistir seção da tarde esqueça.
Ele dá uma gargalhada.
_ Eu me contento só dela me ligar e perguntar de nossos filhos, eu me imagino contando pra ela as peripécias de Helena, mostrar o álbum de fotos pra ela..
El está com olho embaçado e eu fico com dó, tadinho ele não merece isso. E vamos de distração Luis, você não vai chorar agora.
_ Então vamos torcer pra que isso aconteça.
Me sento no colo dele de frente pra ele e o beijo amassando a bola de basquete que abriga Rael. Ele me abraça e me beija cheio de fome.
_ Bebeu o suquinho de abacaxi?
Pergunto com um sorriso safado.
_ Bebi quase um litros e ainda comi bastante da fruta como sobremesa meu safadinho.
_ Delícia!
_ Eu amo que seus hormônios da gravidez te deixam com a corda toda.
Ele se levanta comigo no colo e me leva pro quarto, lá eu me farto com a minha sobremesa preferida.
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EU AINDA TE AMO
RomanceQuando a vontade de engravidar se torna uma obsessão e atrapalha o seu casamento. Atrapalhou tanto que cegou os dois de um jeito que os separou, só um milagre, ou talvez dois milagres os façam voltar... Lucca e Luis chegando com a sua história de am...