EU AINDA TE AMO

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LUÍS

Me atrasei um pouco pro meu primeiro cliente mas deu tudo certo, liguei pra Lucca uma vez e ele disse que estava tudo bem, não vou ficar ligando toda hora porque eu quero que ele durma e descanse, ele dormindo não faz arte. Depois do meu primeiro atendimento liguei para o avô dele, o homem tomou um susto mas eu o tranquilizei dizendo que agora estava tudo bem, liguei também pra Jhoni, ele disse que está trabalhando e mais tarde vai em nossa casa pra ajudar com a mudança.

Deu a hora do meu almoço e eu fui praticamente correndo pra casa, quando chegar pergunto o que ele quer comer e peço por aplicativo, ele não deve ter pedido até porque teria que se levantar pra atender o entregador. Deixo meu carro na rua e entro no quintal onde já sinto cheiro de comida feita. Você não tem jeito mesmo Lucca, se levantou pra fazer o almoço e se eu brigo com ele sou ruim. Entro dentro de casa e o encontro sentado no sofá, ele dá um sorriso lindo e travesso quando me vê, não adianta fazer essa carinha linda Lucca, vai levar bronca sim.

_ Lucca, eu falei que..

_ Oi Luis.

Vô Mauro aparece na porta da cozinha e eu levo um susto mas respiro aliviado.

_ Chegou bem na hora da bóia.

_ Vô Mauro? Não sabia que viria.

_ Você disse que meu neto se machucou, então eu vim correndo cuidar dele.

Dou um beijo na testa de Lucca e um beijo na barriga.

_ Eu já ia ganhar bronca sua pelo visto.

_ Ia mesmo, eu falei pra você ficar quieto nesse sofá.

_ E eu fiquei, já levei bronca demais por hoje, o vô se pudesse teria me batido.

_ Teria mesmo, apesar de eu nunca ter feito isso hoje você merecia. Eu já tirei comida pro seu marido Luis, vai comer você também.

Vô Mauro entrega um prato de comida pra Lucca e eu vou a cozinha tirar o meu. Lavo as mãos, tiro meu prato e volto a sala pra comer com eles.

_ Como farão a mudança agora com o Lucca machucado?

_ Ja tem várias coisas encaixotadas. Hoje quando chegar do trabalho eu encaixoto o restante e amanhã logo cedo o caminhão de mudança vem. Depois aos poucos vou arrumando.

_ Isso aí, aos poucos. Não faça como certas pessoas que quis fazer tudo aos atropelos e agora não pode fazer mais nada.

_ Indireta recebida com sucesso vô. Fiz besteira e não acho certo Luis ter que fazer tudo sozinho agora, podemos esperar mais alguns dias até eu poder ajudar..

_ De jeito nenhum. Eu dou conta sozinho mesmo e me desculpe dizer mas já dizendo, é até melhor. Você é teimoso demais, eu vivo de coração na mão com você querendo fazer quase tudo sozinho.

_ Eu que o diga. Fiquei de cabelo branco cedo por conta da vó desse garoto que era a versão feminina dele. Força Luis!

_ Vô!

Lucca fala indignado com o avô que não perde uma oportunidade de o alfinetar.

_ Obrigado vô Mauro, eu vou precisar de forças mesmo.

Entro na brincadeira também e Lucca me olha sério.

_ Não posso xingar o meu avô mas você eu posso querido, então cuidado.

_ Pode xingar desde que me xingue sentado sem fazer esforço algum, eu não ligo.

Lucca mostrando toda maturidade que tem, me mostra a língua arrancando uma gargalhada do avô e eu balanço a cabeça em negação, ele é um idiota as vezes, um idiota lindo mas um idiota. Depois do almoço lavo a louça e volto pro trabalho, vô Mauro diz que ficará o final de semana cuidando do neto então eu fico mais tranquilo, até segunda-feira acho que ele está um pouco melhor. Está passando pomada pra dor e usando faixa até o inchaço melhorar.