EU AINDA TE AMO

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LUCCA

Preparei o jantar e estava disposto a conversar com Luis calmamente sobre o que está acontecendo mas ele chegou em casa dizendo que íamos jantar na casa da dona Coisa. Oi? Não mesmo. Nem morto.

_ Lucca por favor, ela te convidou também.

_ Não vou Luis, não há a menor possibilidade de eu entrar novamente naquele covil.

_ Da pra você respeitar um pouco? É a minha mãe poxa.

_ Da. Consigo fácil a respeitar, é só me manter longe dela.

_ E vai ficar sozinho em casa?

Eu não queria, realmente estou com receio mas irei trancar tudo.

_ Vou. Eu fiz uma janta, irei comer e dormir.

_ Eu queria que você fosse, não quero te deixar sozinho. Vamos Lucca, ela disse que tem uma pessoa pra nos apresentar, Jhoni me adiantou que a mamãe arrumou um namorado.

Eu não fico surpreso pois dona Coisa apesar de ser uma cobra já senhora, ela é uma senhora de boa aparência, os filhos tiveram a quem puxar.

_ Depois dessa eu acredito que talvez ela se comporte mas eu não quero ir mesmo assim.

Ainda mais pra conhecer alguém que transa com a dona Cobra. Ops, dona Coisa. Ele desiste de me convencer a ir com ele e segue para casa da mamãezinha. Eu tranco toda a casa e vou tomar banho. Termino e tiro minha comida, janto no sofá da sala assistindo e enquanto lavo meu prato ouço um barulho como se alguém tivesse jogado algo no quintal eu me assusto e vou até o tablet. Théo.

Pego o tablet e meu celular e corro o mais rápido que consigo pro quarto. Tranco a porta, pego minha almofada emcima da cama e me tranco no banheiro, estou ofegante, chorando e tremendo como nunca. Olho novamente pro tablet e Theodoro está parado em frente ao meu portão olhando pra dentro. Ligo pra Luis que me atende no segundo toque.

_ Lucca?

_ Me... me ajuda Luis..

_ O que está acontecendo Lucca?

_ Vem pra casa...

Eu sussurro pois mal consigo falar de tanto pânico que estou.

_ Eu estou indo, fica calmo por favor.

Deito no chão do banheiro e fico olhando o tablet. Estou ofegante e chorando, Théo já não está na calçada, não vi pra onde ele foi e não sei se isso é bom ou ruim. Fico chorando tremendo e atento ao tablet, só me permito ir me arrastando pra abrir a porta quando vejo o carro de Luís chegar. Me ajoelho e abro a porta do banheiro depois me levanto me segurando na parede e abro a porta do quarto, me deparo com um Luis assustado e me jogo nos braços dele.

_ O que aconteceu Lucca? Porque você está assim?

_ Vou pegar uma água com açúcar pra ele.

Não tinha reparado que meu cunhado estava junto.

_ Acho que irei leva lo ao hospital, tenho medo que seja a pressão.

_ Vamos medir então.

Luis me coloca na cama e mede minha pressão que está quinze por nove, alta pra um grávido mas ele liga pro médico e o médico diz que o perigo é estar acima de dezesseis por nove, recomendou que eu tomasse uma água um ar fresco, se em meia hora não regulasse a pressão eu teria que ir ao hospital. Eu tomo a água e Luís liga o ar condicionado e senta na cama me abraçando e me envolvendo em seus braços.

_ Ele parece ter levado um susto, estava todo trancado aqui.

_ É o que eu acho também mas vamos deixar ele se acalmar primeiro depois tento conversar com ele.

_ Claro. Eu preciso ir mas me mantenha informado. Deixei o Pedro com meu namorado lá na casa de mamãe, não quero que ela fale algo desagradável pra ele.

_ Melhor correr então.

Luís só leva Jhoni pra porta e volta pro quarto, dessa vez veste um pijama e se deita abraçado comigo.

_ Quer me contar o que está acontecendo?

Ele pergunta depois de uns vinte minutos. Eu olho pra ele e o puxo pra se sentar encostado na cabeceira da cama comigo.

_ Você me ama Luis?

Pergunto e ele franze a sombrancelha.

_ Claro que amo. Não vou negar que ouve um momento do nosso casamento que eu queria sumir, eu odiava voltar pra casa e te ver desmoronando daquele jeito mas é porque eu não sabia como agir pra te ajudar, eu não sabia o que fazer pra cuidar de você e tirar aquele clima pesado de dentro de casa. Mas depois que eu saí de casa eu tive a mais absoluta certeza que ainda te amo muito, tive essa certeza quando aquele advogado bateu em minha porta querendo marcar um dia pra assinar o nosso divórcio. Foi o pior dia de minha vida Lucca. Eu só consegui enxergar que não vivia sem você quando achei que tinha te perdido. Agora eu falo olhando nos teus olhos que te amo, que você é o homem da minha vida e eu te quero pra sempre do meu lado, você e a nossa filha são tudo pra mim.

Eu sorrio emocionado com as palavras dele, palavras essas que ouvi em meu casamento e também no começo dele, depois vocês já sabem, essas palavras foram se perdendo, a gente foi se perdendo e hoje eu agradeço muito por termos nos encontrado novamente, Luis é o amor da minha vida, eu o amo muito e foi ele que escolhi pra ser o pai dos meus filhos.

_ Eu também te amo muito.

Ele sorri e me dá um selinho.

_ Era por isso que estava triste por esses dias? Estava achando que eu não te amava mais?

_ Não era isso mas foi muito bom ouvir tufo isso de você, porque eu também te amo muito e preciso que você me ajude. Eu preciso que você tenha controle emocional pra juntos tomarmos a melhor decisão. Se você realmente me ama vai me ouvir sem surtar e depois me ajudar.

_ Eu te ajudo. Me conta o que está te deixando assim.

Conhecendo o marido que tenho eu me levanto da cama e tranco a porta do quarto tirando a chave e a colocação por dentro do meu moletom.

_ Que isso Lucca? Estou ficando bastante assustado. Porque trancou a porta? Eu acabei de te prometer que irei te ouvir sem surtar.

_ Porque te conheço e não quero que faça uma loucura, depois de nossa conversa talvez tenhamos que ir a delegacia, mas isso faremos amanhã cedo.

Ele arregala o olho.

_ Delegacia? É tão grave assim?

_ Lembra quando eu fui a supermercado sozinho?

_ Claro que me lembro, você chegou estranho naquele dia.

_ Eu estava confuso com a variedade de produtos a venda pra lavar roupas de bebês e comecei a gravar pra mostrar pra você, só que..

Pego meu celular e dou play no vídeo entregando na mão de Luís, não tem nossas imagens pois no momento que vejo ele coloco meu celular no bolso da blusa, mas nitidamente da pra reconhecer nossas vozes. A medida que o áudio vai avançando Luis vai arregalando os olhos e ficando vermelho. Novamente eu choro e fico mal ao ouvir tanta maldade denovo. Não posso desmoronar, preciso deter Luis caso ele queira sair atrás de Theodoro.