Capítulo 33

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Antes mesmo de pensar em acordar, minha cabeça começa a doer. Aperto os olhos na tentativa falha de fazer a dor passar. Afundo o rosto no travesseiro. Espera. Esse não é o cheiro do meu travesseiro.

Abro os olhos apenas para perceber que realmente não estou no meu quarto. A cama macia com jogo de lençóis branco e o quarto com tons claros me causa confusão. Olho para os lados na esperança de lembrar o que aconteceu e porquê estou aqui, mas fica pior quando vejo o uniforme do The Angle's escrito "Bia" bem grande.

O que caralhos eu estou fazendo na cama da Bia?

Calma.

— Eu tenho que manter a calma. — respiro fundo e baixo para aonde quer que ela esteja, não me ouvir.

Eu lembro bem que fui com o time em um bar bem famoso entre os jovens aqui de LA. Depois, eu bebi... bebi para caramba. E depois eu acordei aqui.

Observar a situação. Eu, na cama da Bia, sem camisa, com mais dor de cabeça do que antes e desesperado. Essa situação não é nada boa. Meu celular. Cadê? Merda.

Ok. Respira, respira.

Quando escuto passos, volto a deitar, fecho os olhos e me cubro.

— Tá dormindo ainda? Aff.

Ela dá passos largos e abre alguma gaveta ou porta e abre as janelas. Posso sentir Bia chegando bem perto da cama, e agora do meu rosto, para checar se estou dormindo.

Ela se vira e sai do quarto. Abro os olhos e posso vê-la saindo. Ela está de pijama, um pijama meio indecente para quem tem hóspede em casa, um short curtíssimo e uma regata, ambos de cetim branco com estampa de coroas de princesa. Seguro o riso para que ela não perceba.

Meu Deus. Ela acordou por agora e o cabelo está perfeito, impecável.

Ok. Eu estou aqui porque provavelmente agi como uma criança e vim atrás da primeira pessoa que veio em minha mente, ela foi a última, então provavelmente seria a primeira que estaria lá.

Considerando que estou limpo e bem, ela deve ter me ajudado. O cheiro do quarto dela é tão agradável quanto ela. Decido me levantar para entender melhor a situação. Vou até a cozinha, ela está fazendo café da manhã e cantarolando uma música em português, nunca imaginei ver isso. Encosto-me na parede até que ela perceba que estou alí.

— Ah, bom dia!

— Bom dia, princesa. — digo olhando para o pijama fofo que ela provavelmente esqueceu que veste.

Ela cora, solto um riso fraco e dou passos para ir ao seu encontro. Ela se vira para mim, mais focando no meu tronco do que em meus olhos.

— Então, o que aconteceu?

Bia me olha confusa, como se eu fosse um idiota. O que, talvez, não seja totalmente mentira.

— Você não se lembra?

Meio que sem querer, inclino a cabeça para o lado com a expressão de tipo "sério?".

— Tá bem. Você bebeu muito ontem em algum lugar, veio até minha casa que nem um cachorrinho caído da mudança, vomitou no meu banheiro e em si mesmo, falou coisas estranhas e dormiu na minha cama.

Minha cabeça dói ainda mais. Odeio quando ela joga a verdade assim na minha cara.

— A gente...

— Não. — ela sabia o que eu ia dizer antes de terminar, e de pronto já responde e se vira voltando a fazer o café.

Respiro fundo. Eu ia me odiar por toda a eternidade se tivéssemos feito algo e não me lembrar, nem que fosse apenas um simples beijo. Me sento no banco á frante da bancada.

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