Our Match Point

Capítulo 28

Vecemos o primeiro jogo dos playoff's! Ontem a nossa vitória foi o assunto mais comentado nas redes sociais. O ginásio estava extremamente cheio e eu extremamente feliz.

O time masculino estava lá, nem todos, mas Jake estava. Tudo bem, eu tenho falado muito sobre, pensando também.

Cameron também estava, mas pelo o que pude observar, não ficou até o final. Em determinado momento ele sumiu da arquibancada e depois não falou comigo... sendo que horas antes estava ansioso como eu e me desejando sorte. Mandei mensagem mas ele não respondeu, provavelmente está treinando.

Não temos treino e nada marcado. Ontem após a vitória viemos direto para casa. Hoje provavelmente as meninas vão comemorar com suas famílias...

Basicamente, passei o dia sem fazer absolutamente nada, só deitada e assistindo tv. Isso não me ocorria há muito tempo, foi ótimo.

Dia seguinte tivemos academia. Postei uma fotoca bem gym girl, lógico. Checo as notificações e me lembro que Cameron ainda não me respondeu. O que foi que eu fiz?

Não que eu esteja reclamando da paz, mas me preocupo com ele, por incrível que pareça.

Vou para casa descansar. Durmo a tarde inteira, amanhã o treino vai ser bem puxado, segundo Liam, então um descanso cai bem. Acordei para fazer janta: pipoca. Amo muito.

Em alguns dias temos o segundo jogo das classificatórias, estou animada.

[...]

Os rapazes estão na arquibancada assistindo nosso treino, todos. Ordens dos treinadores. Quatro da tarde e o treino de defesa hoje está muito frenético, eu estou amando e me saindo bem. Ao fim do treino, comprimentamos os meninos e nos retiramos da quadra.

Chego em casa e já vou direto para o chuveiro, coloco um top e uma calça de pijama. Tempo depois, não vejo notificações no celular. Cameron ainda não respondeu.

Mandei mensagem. "cam??" e "ei" não foram respondidas. Ainda pensando se fiz algo de errado para o cara que há alguns dias atrás estava que nem um chiclete de tão grudento, recebo uma mensagem sua.

"não posso mais falar com você". Minha primeira reação foi dor de barriga. Como assim? Não pode mais falar comigo? Pergunto qual a razão disso, e parece que ele reformula sua resposta várias vezes, já que os três pontinhos de "digitando" sumiam e apareciam algumas vezes.

"porque seu 'amigo' disse que se eu conversasse com você de novo, ele ia me bater"

Fico completamente parada, a comida por pouco para na minha garganta. Fica pior quando eu mando pontos de interrogação e ele manda uma foto com o texto "estava bem pior que isso, acredite".

O olho dele está machucado, e segundo ele, estava pior. Eu ainda não entendo mas ele para de visualizar e de me responder. Um "amigo" meu bateu nele, e que ele não pode falar comigo...

Merda. Agora eu entendi. Que merda. Eu tenho certeza que Jake que fez isso, conhecendo o pouco que o conheço, ele faria isso.

O calor consome meu corpo, a dor de barriga fica pior. Respiro fundo e agora consigo manter a calma, relativamente. Não consigo assimilar. Por que ele bateria no Cameron? Quando? Onde?

A confusão vira raiva. Ele tinha mesmo que se intrometer assim? Pelo amor de Deus! Ele sabia que eu estava conversando com Cameron e bateu nele para que não conversasse comigo mais? Ridículo. Infantil.

Troco a parte de baixo da roupa para um short. Eu estava determinada a sair daquele quarto e encontrar Jake aonde quer que ele estivesse, o que não é difícil já que em todo lugar que eu estou, ele também está presente.

Meus passos firmes e furiosos me levam para a lavanderia, que conveniente. Quando abro a porta o sininho toca e já percebo que ele está lá.

— Que merda hein, Jake.

Bato a porta e sua atenção já está em mim.

— Olha, eu posso explicar. — ele é tão idiota que já até sabe do que estou falando.

— Eu gostaria mesmo que você explicasse essa merda.

— Eu só queria te proteger. — a voz fica mansa, eu rio.

— Eu não preciso da droga da sua proteção! — eu praticamente grito. — Me odeia tanto assim que não me deixa ter amigos? Ou algo a mais?

Eu digo em um impulso, ele se aproxima com os olhos mais intensos do que eu me lembrava.

— Estava tendo algo a mais com o Cameron?

Ele cospe as palavras com ódio, assim como eu.

— Talvez... quem se importa? — dou de ombros.

— Eu, Bia! — ele quem grita agora. — Eu me importo pra cacete tem um tempão!

— O que?

Meu coração dispara, ele dá passos largos com as mãos nos fios ondulados do cabelo. Jake respira fundo e parece estar tão nervoso quanto eu.

O silêncio toma conta do lugar, tudo para. Meu corpo esquenta. Ele respira ofegante, eu estou parada do mesmo jeito sem entender as palavras que acabei de ouvir.

— Tá falando sério?

— É exaustivo ter que fingir te odiar o tempo todo.

Eu estremeço. Que porra está acontecendo?

— O que diabos nós somos? Não me diga que somos apenas inimigos, porque isso não faz sentido.

Meu coração acelara mais ainda quando ele diz tais palavras com tanta vontade, se aproximando e com certeza podendo ouvir meu coração quase pular em seus braços.

Eu não tinha resposta para aquilo, eu não sabia o que dizer. Nós fomos nos aproximando cada vez mais, involuntariamente. Eu tenho que olhar para cima para encontrar seus olhos que no momento estão mais fixos em mim do que nunca.

Eu tento fugir desviando o olhar do dele, mas com o indicador ele direciona meu queixo para que meus olhos possam voltar a fitar os dele. O toque leve permanece, fecho os olhos como se estivesse implorando por mais, e impressionantemente ele me atende. Ele passa o polegar pelo meu lábio inferior, degustando cada momento daquele toque.

Volto a olhar seus olhos, como uma conversa silenciosa, sua mão continua pelo meu pescoço enquanto o nossos rostos se aproximam. Fecho os olhos quando sinto a respiração dele mais perto, não hesito no momento em que posso sentir os lábios carnudos e macios dele nos meus, em movimentos desesperados e intensos.

Subo na pontinha dos pés para conseguir mais conforto, entrelaço meus dedos nos fios ondulados de seu cabelo ao passo que sinto a outra mão dele envolvendo minha cintura. Ele conduz o beijo de forma calma e gentil, mas ainda com intensidade e desejo, condensando tudo o que vínhamos sentindo em uma só ação.

Ele me beija com sentimento, com anseio. Ele desacelera, indicando o fim daquele momento. Antes que eu abrisse os olhos, ele deposita um selinho demorado em meus lábios. Ainda não consigo me desvencilhar de seu toque, então abro os olhos e volto para a realidade.

— Acho que isso responde a sua pergunta. — eu sussurro.

— Isso responde várias das minhas perguntas...