Capítulo 15

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— Parabéns para você!

A musiquinha de parabéns acaba e a festa volta ao caos que estava. Liam pelo jeito tem família grande.

— Vamos alí pegar outra bebida.

Me levanto e vou com Daniel até o bar. Eu não quero nada. Nem consegui beber o que havia pedido. Depois que Beatriz encheu minha paciência, a bebida não quis descer pela minha garganta.

Como alguém pode ser tão... tão... eu nem tenho palavras. Ela me deixa sem palavras.

Hoje em específico, me deixou sem palavras antes mesmo que eu pensasse em dizer alguma coisa. Ela sempre está visualmente agradável, mas hoje ela está deslumbrante.

Claro que eu não ia dar á ela o gosto de me ouvir dizendo isso, mas é a verdade. Antes de desarrumar minha gravata, eu percebi ela olhando, e olhando...

Ela está da minha altura hoje, literalmente. O sapato dela, que parece esmagar seus dedos, a deixa da minha altura.

Voltamos para a mesa, depois de pegar um pedaço do bolo que estava incrivelmente delicioso. Nunca comi nada igual. Não sei de onde Liam tirou esse bolo, mas está perfeito.

Comi uns docinhos também, estavam tão bons quanto o bolo.

Não controlo meu olhar, mas ele fixa bem em Bia. Que está comendo os docinhos que nem uma criança. Eu rio baixo.

— Está rindo sozinho é? — Max corta meu barato.

Desvio o olhar. Que droga.

Pego o celular. Dez e quarenta.

Essa é a hora que todos já estão cansados e sem vontade de dançar ou cantar. Os adultos já estão em conversas casuais, crianças mais quietas e jovens no celular.

O ônibus só levou, a volta para casa era por conta de cada um.

Eu queria ir embora, mas Andrew disse que o tempo mínimo era até as onze e meia. Ele disse que não deveríamos fazer "desfeita".

Seguindo essa linha de raciocínio, voltei para o buffet e peguei mais salgados e docinhos. Liam também estava alí.

— Hm. — fiz um sinal, mesmo com a boca cheia. — De onde saíram esses doces e esse bolo?

— Uma das minhas meninas, a Bia, tem uma amiga que...

Me engasgo com uma das balas que havia pegado. Ele bate nas minhas costas e as atenções se viraram para mim.

Quando eu já estava chorando, consegui respirar. A droga da bala quis me matar.

Perdi a vontade de comer qualquer outra coisa, quase certeza de que Bia pediu para a tal amiga colocar alguma coisa nessa bala.

Liam pediu uma água para que eu pudesse voltar á vida. Respirei fundo e abri um botão do terno.

— Que merda é essa? — um dos meninos me perguntou.

— Esse doce estava bom de mais para ser verdade. — respondo em meio á tosses.

Ele riu, mas eu estava chorando.

Liam voltou com um pedaço de salgado. Não entendi se era para balancear ou para me matar de vez já que parecia realmente uma pedra de sal.

Depois de mais algumas tosses, me recuperei o suficiente para voltar a respirar normalmente.

Dei uma longa respirada e empurrei para longe o pedacinho do doce que estava do meu lado. Depois dessa, não quero nem olhar para esses doces.

— Melhorou?

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