A defesa chega antes de mim, Jenna faz uma pancake e salva a bola, desesperada eu corro e faço uma manchete para o alto. Alguém ataca e... ponto nosso!
O treino de hoje foi ótimo! Senti falta de um treino tão emocionante.
Peguei minhas coisas, esperei as meninas e saímos enquanto os meninos chegavam. Sinto um grande empurrão no meu ombro. Nem precisava me virar para saber quem foi.
— O que foi isso? — escuto a voz de Liam ao meu lado.
— O que?
— Esse deslocamento sutil de ombro com o camisa dez.
— Jura? Nem reparei.
Ele fez uma cara de desconfiado. Acelerei o passo. Cheguei em casa e deitei na cama depois de tomar um banho quentinho.
Callie me manda uma mensagem, me convidando para almoçar com algumas outras meninas do time. Peço dez minutos e me arrumo.
Coloquei uma blusinha branca com uma calça cargo preta com um tênis da nike.
Fomos ao shopping, um restaurante maravilhoso estava exalando um cheiro ótimo e ele que escolhemos para almoçar.
Era um self-service, eu gosto bastante já que a variedade é bem grande.
Eu estava morta de fome, peguei arroz, feijão, batata, salada, brócolis e calabresa. Eu sabia que daria um pouco caro para um prato de comida, já que é por peso.
Camila estava atrás de mim e Callie na minha frente. Ela pagou e eu era a próxima a pesar meu humilde prato. Estava conversando com Camis e nem percebi quando a moça diz "Seu cartão deu recusado".
Por um instante eu gelo, minha mão que estava quente pelo prato de comida agora está fria.
— Passa como aproximação então, por favor.
Um "X" com a mesma palavra que ela citara aparece na tela da maquininha.
— Ela vai passar comigo. — Camila diz pesando seu prato e pagando o meu e o dela.
Quando me sentei com elas, peguei meu celular e haviam diversas ligações e notificações do meu banco. Agora eu realmente gelei.
Saí da mesa, corri para fora do restaurante para retornar as ligações.
Me atenderam.
— Oi, então... recebi várias notificações de vocês e fiquei preocupada. — disse depois de dar todos os meus dados á Lucas, o atendente do banco.
— As notificações, senhorita Santos, são referentes a diversas tentativas de compras de alto valor no seu cartão. Em decorrência disso, bloqueamos o seu cartão.
— Tentativa de compras? De onde?
— Do Brasil. — ele disse com um sotaque texano.
Quem é o brasileiro maluco que está tentando torrar meu dinheiro?
— As compras são de vários lugares, mas nenhuma foi aceita pelo erro da senha.
— Você poderia... não sei... ligar para essa loja e saber o nome da pessoa?
— Vou ver o que posso fazer.
Depois de ficar 45 minutos esperando em pé enquanto minha comida lá longe esfriava, ele voltou.
— Senhorita? — avisei que estava ouvindo. — Duas tentativas de transferência foram efetuadas nos nomes de Sarah Santos e Marcos Santos.
Minha respiração trava. Meu peito é atingido por uma dor invisível.
Meus pais. Meus próprios pais.
— Como a senhorita nos deu um retorno e está informada, desbloquearemos seu cartão físico e deixaremos o cartão virtual, que foi o que tentaram usar, ainda bloqueado. Tudo bem?
— Claro.
Foi só o que consegui falar antes de ir em direção do banheiro.
Eu estava sem entender. Minha cabeça doía como nunca antes. Minhas mãos tremiam e o calor subia. Respirei fundo.
Eles quase me roubaram, se soubessem a senha, meu dinheiro tinha sido torrado com sabe-se lá o que.
Eu não sabia o que fazer ou reagir. Eles não passam dificuldade, meu pais são donos de uma clínica odontológica, porque raios querem o meu dinheiro? Não deve ser nem um terço do que eles ganham.
Eu tinha que ligar.
Quando vi o número dela nas chamadas recentes, lembrei-me da conversa de dias atrás. Quando eu disse que havia recebido ela agiu estranho, mas nunca imaginei isso.
Não clico para chamar.
Saio do banheiro e as meninas já acabaram de comer, Camis me dá um potinho, aonde está a minha comida. Não conto para ela o que aconteceu, só transfiro o dinheiro que ela usou comigo assim que piso fora do shopping.
— Vamos passar em uma lojinha ali, vamos?
— Eu... preciso ir.
Ela faz uma cara de triste, me abraça perguntando se está tudo bem e disfarço para as outras não se preocuparem.
Fui para casa, na recepção as meninas perguntaram se eu estava bem... caramba eu estava com uma cara tão ruim assim?
Me corpo gela quando vejo Jake vindo em minha direção.
— Treinar que é bom nada, não é?
Eu poderia mandar ele se lascar, ou calar a boca. Mas eu tinha problemas maiores.
Ignoro e vou para casa.
Coloco a comida na mesa, depois de ligar para meus pais provavelmente vou tentar comer a comida que não consegui pagar por culpa deles.
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Our Match Point
FanficBeatriz, uma jovem atleta brasileira recém chegada nos Estados Unidos para sua nova temporada de voleibol em um dos melhores clubes de Los Angeles, viverá coisas que jamais imaginou viver. A ponteira passadora se vê em conflito quando um rapaz alto...