Our Match Point

Capítulo 09

Cansei. Depois de um dia inteiro intenso de treino eu estava mortinha.

Eu e algumas meninas nos deitamos no meio da quadra, desmaiamos de cansadas. Outras foram para os banquinhos. Enquanto eu estava ali relexando, inerte, Liam despara:

— Amanhã vocês vão ter um treino... diferente.

Algumas indagaram, outras riram e eu fiquei em silêncio. Eu tenho certeza que a tal surpresa envolve os rapazes, já que a última que ele aprontou foi assim.

Voltei para casa e fiquei um bom tempo ouvindo música até cansar e realmente cansei. Eram quase oito da noite, mesmo cansada eu decido colocar minha joelheira, meu uniforme e dar um pulinho na quadra.

Obviamente eu estava sozinha. Eu não queria chamar as meninas, ou incomoda-las uma hora dessas. Prefiri fazer meu treino solo.

A parede é sempre uma amiga. Toque, manchete, ataque... é como um ataque e defesa mas que você esta sempre no controle. O calor estava insuportável, tirei a camisa e fiquei só com meu top, já que só havia eu e minha companhia.

Cansei e fui fazer saque. Errei uns, acertei outros. Meu flutuante anda cada dia melhor.

— Nossa, você está por toda a parte.

Eu tomei um susto tão grande que meu saque foi até para fora. Que droga, o que Jake faz aqui?

Dou um longo suspiro.

— Tá fazendo o que aqui, Jake?

— Olha só, agora me chama pelo nome.

Só quando ele rola os olhos por todo meu corpo que me lembro que minha camisa está pendurada na rede, e não no meu corpo.

Os olhos deles encontram os meus, posso sentir, mesmo de longe, que estão queimando, assim como o meu rosto.

— Você tá bem confortável, não é? — ele diz passando as mãos pelos cabelos ondulados ainda molhados, indicando um recente banho.

Mal prestei atenção no que ele disse, primeiro porque estou aprendendo a ignorá-lo, e segudo porque agora meus olhos que rolam por ele. Ele quer provocar, mas eu sei fazer pior.

Apoio meu peso em um lado do meu quadril, vejo que ele veio com uma camiseta leve, o que me faz pensar que se eu não estivesse sem a minha, ele também tiraria a dele.

— Satisfeita? — ele pergunta quando meus olhos encontram os dele.

Ridículo. Só porque eu pensei que estava na vantagem ele vem com mais uma tacada tabelada.

— Estaria mais se você voltasse de onde veio. — digo sorrindo sem mostrar os dentes.

— A quadra não é sua, Beatriz. Eu mal te conheço e já não te suporto.

— Você fala isso como se fosse muito agradável. — retruco sem pensar.

Fui a caminho da querida parede, pois notei que ele começaria pelo saque. Mas percebi que tive uma percepção errada no minuto seguinte.

— Você quer...

— Não. — nem morta vou fazer ataque e defesa com ele.

— Você prefere fazer ataque e defesa com a parede do que comigo?

— Sim.

Ele deu de ombros, se virou e foi pegar um rebounder. É como uma rampinha com borracha para que a bola bata ali e volte. Ele colocou do outro lado da quadra e fez treino de saque.

Ele sempre se virava para se certificar que eu estava o observando, mas como sou ótima disfarçando acredito que ele não tenha notado.

Eu cansei de bater bola na parede, teve momentos que ela já tinha voltado no meu rosto de tão exausta que eu estava. Ele estava sacando e eu fui pegar minha camiseta que esqueci na rede.