CAPÍTULO 15

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Tomás não voltou em uma hora, o que deixou Saulo em pânico!

À medida que as horas passavam, ele começou a ficar desesperado imaginando o que poderia ter acontecido, especialmente se Letícia aparecesse!

_Eu vou estrangular aquele filho da mãe, ah, se vou... _ele falou em voz alta andando desorientado de um lado a outro da casa. 

Ele não queria arriscar sair procurando Tomás, pois o rapaz poderia estar em qualquer lugar e poderia aparecer enquanto ele estivesse fora, claro. Sabia que não era seguro deixá-lo sair daquele jeito, mas a visita do deputado não lhe havia deixado muitas opções.

Não bastasse o sermão que ele teve que ouvir do patrão, ainda teria que passar por aquele sufoco. 

O deputado,  entre ameaças e palavras de baixo calão, o acusou de ser o culpado pelo escândalo que Priscila tinha feito ao telefone infernizando a vida do político. 

_Com tanta mulher no mundo e você só arranja vadia, Saulo! Me diz o que eu tenho a ver com mais esta puta que você está comendo, Saulo...porque ela ligou pra mim como se eu fosse o seu pai, seu imbecil!

O funcionário do deputado voltou a pensar no que diriam os eleitores do seu patrão se soubessem como ele era baixo. Até onde ele seria capaz de ir para se manter no cargo que ocupava naquele momento?! Saulo preferia não saber. 

_Lamento por este incômodo, senhor. _ o empregado falou respeitosamente. 

Às vezes, Saulo avaliava se realmente valia a pena  o alto salário que recebia para aguentar tanta grosseria...tanto mal humor...tanta humilhação...tanta submissão...

Saulo  sabia que os canalhas não têm amigos, mas sim cúmplices! Aquilo se encaixava perfeitamente no perfil do  deputado Carlos Mário Lemos.

O deputado havia voltado  a berrar com  grosseria:

_E eu lá quero saber das suas desculpas?  Eu quero que você me explique que merda toda foi aquela que ela me contou que você trouxe aquela cadela dos infernos pra cá...que você a obrigava a cuidar dela...

_Não sei de que cadela o senhor está falando, senhor..._ ele tentou despistar.

_Não se faça de sonso que você sabe muito bem de qual cadela eu estou falando, Saulo...aquela que eu ordenei que você desse um fim nela!

Saulo não deixaria que Priscila ferrasse com a vida dele, por isso havia se mantido controlado, quando falou:

_E eu dei um fim nela, senhor...Acha que eu o desobedeceria e ainda por cima traria aquela cadela aqui pra minha casa? Está ouvindo algum cachorro latindo, senhor? Não...porque a menos que eu tenha soltado o animal passando pelo portão dos fundos, quando o senhor chegou... Dá pra ver que aqui ele não está, mas se quiser revistar o meu quintal, fique à vontade, senhor.

Obviamente o político não se prestaria aquele papel e pareceu perceber o quão ridícula era aquela situação toda. 

 _Certamente, a Priscila só estava tentando jogar o senhor contra mim, deputado. Tivemos um desentendimento e ela só quis se vingar de mim, daí ter inventado este absurdo.

Como se já tivesse deduzido aquilo sozinho, o deputado mudou de assunto sem querer perder mais tempo:

_Descobriu alguma coisa sobre aquele telefonema anônimo que deram  lá para o meu escritório fazendo aquelas ameaças?

Saulo ficou aliviado ao ver que o outro já tinha  mudado de assunto:

_Não, senhor...ainda não descobri nada...mas estou investigando...

SEM SAÍDA-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora