CAPÍTULO 10

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Tomás não teve tempo de gritar quando Saulo, assim que teve uma oportunidade,  o agarrou por trás e tampou a sua boca!

_Você não vai querer que nada de mal aconteça com as crianças, ou a pobre velhinha que te acolheu tão bem, não é, Tomás? _ Saulo sussurrou em tom ameaçador.

Claro que Tomás não faria nada. O  rapaz sabia que Saulo não sairia dali sem ele e, por isso, envolver mais pessoas naquele sequestro seria maldade.

Diante da ameaça, Tomás não reagiu e simplesmente fez o que o outro  mandava. Saíram sem serem vistos.

Quando a esposa de Jordão percebeu que o rapaz tinha sumido, já era tarde!

Dentro do carro, Tomás ia encolhido no banco de trás e as portas do carro estavam  trancadas. Saulo dirigia em alta velocidade sem dizer uma palavra, o que deixava o sequestrado mais apavorado ainda, temendo pensar no que poderia acontecer com ele.

A presença daquele homem realmente metia medo. Mesmo que inicialmente Tomás tivesse se sentido atraído por Saulo, agora não haveria atributo físico suficiente para fazer aquilo acontecer novamente. 

O sequestrador  podia ser charmoso, mas certamente era violento...ele podia ser bonito, mas agiria feito um monstro, se contrariado...tinha  aquele cheiro másculo que poderia confundir as suas vítimas desavisadas...aquelas mãos enormes e aqueles músculos todos muito bem definidos, o que certamente o tornava uma arma mortal!

Tomás não se iludia...Aquele homem iria forçá-lo a falar o que ele queria e depois disso, não pensaria duas vezes antes de assassiná-lo e depois abandonar o corpo na beira da estrada. Sentiu-se completamente acuado, impotente...Saulo dava o dobro do seu tamanho e do seu peso!

Foram calados até que finalmente, numa rua afastada de tudo, Saulo parou o carro e virou-se para o rapaz pálido e assustado que estava no banco de trás.

_Para o seu bem, fale logo a verdade! _ Saulo falou em tom ameaçador.

_Mas o que você quer que eu diga? _ o rapaz gaguejou.

_Fale tudo, porra!

Tomás se viu completamente perdido e, por isso, começou a gaguejar sabendo que nada mais poderia salvá-lo naquele momento. Não tinha como sair daquele carro...não adiantava gritar...não adiantava apelar para a misericórdia daquele homem,  ele sabia. 

_Já falei tudo o que eu sabia...eu juro!

Saulo o interrompeu impaciente:

_Me fale sobre o seu relacionamento com Patrícia! Quero saber tudo sobre o seu relacionamento com ela!

Mais uma vez, Tomás pensou que talvez aquele homem fosse o amante de Patrícia, daí aquela  demonstração de ciúmes e posse.

O sequestrado começou a atropelar as próprias palavras, tamanho era o seu nervosismo:

_Mas eu falei a verdade...eu só falei a verdade...Além do mais...eu sou gay...eu não tinha segundas intenções em relação a ela...Juro que não toquei num fio de cabelo dela!

Saulo pareceu não dar importância ao que ele dizia e voltou a pressionar a sua vítima:

_De onde você e a Patrícia se conhecem?

_Do Bar do Jordão...juro que ela entrou lá naquela noite...você chegou logo depois...foi a primeira vez que eu a vi...

_Mentira! Vocês já se conheciam, por isso ela te contou o que não devia...por isso ela se abriu com você!

SEM SAÍDA-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora