A moça olhou para Tomás sem acreditar no que tinha acabado de escutar:
_Duvida de quê?
Ele deu de ombros, certo de que a brincadeira continuava...Obviamente, ele acreditou, ela jamais se sujeitaria a fazer aquilo!
_Duvido que você ou alguém neste mundo faça melhor do que a Ju neste palco improvisado...com esta iluminação...este som...A Ju faz milagres aqui, isso sim!
_Deixa de ser atrevido, moleque! Como ousa? _ ela o encarou ainda sem acreditar que ele estava duvidando da capacidade dela.
Tomás riu sem imaginar no que estava se metendo!
_Filha, é impossível fazer algo que preste ali naquele espaço!
Naquele momento, entrou no bar um grupo de uns dez caminhoneiros, desviando a atenção de Tomás da motoqueira misteriosa. A discussão sobre a qualidade do show de Juliana teria que ficar para depois.
Os recém-chegados pareciam viajar em comboio e chegaram falando alto, reclamando da luz fraca, do calor infernal ali dentro, do mesmo show ruim de sempre...
_Tomás, um torresminho bem sequinho pra eles aí! _ o proprietário tentou agradar os fregueses que não paravam de reclamar. _E a bebida com dez por cento de desconto, rapazes!
_Ajuda aí, Jordão! A gente enfrenta dez horas atrás do volante, aí chega aqui e vai ter que encarar esta merda da Juju?
Comentários similares surgiram deixando claro que os caminhoneiros não estavam satisfeitos com o que viam.
Juliana, já cansada de ser humilhada, desceu do palco e veio até Tomás, como se ele fosse o patrão:
_ Pra mim, chega! Tô indo embora!
O balconista entrou em pânico:
_Não, Ju...Espera aí... O Jordão vai comer o meu fígado se você sair assim!
Ela estava irredutível:
_Fala pra ele que a minha menstruação chegou ou invente qualquer merda, Tomás! Só sei que hoje eu não danço mais pra este bando de idiotas!
Tomás viu a amiga se afastar revoltada, enquanto os recém-chegados exigiam atenção.
O palco permaneceu vazio por longos minutos, para decepção de um ou dois caminhoneiros:
_Cadê o grande show, gente? Passei aqui só pra ver a Juju dançar!
Jordão veio até o balcão em tom ameaçador:
_Não venha me dizer que aquela vadia já foi embora?
_Ela ficou menstruada... _ gemeu Tomás temendo pelo futuro da amiga ali naquele estabelecimento.
Jordão começou a xingar e o caos foi se formando ali, com os caminhoneiros fazendo os seus pedidos, outros perguntando sobre Juliana e ainda aqueles que ameaçavam irem embora se não houvesse nada mais ali além de cerveja gelada e torresminhos fritos na hora.
O dono do bar decidiu que iria ele mesmo levar os pedidos dos fregueses nas mesas, ofereceria mais algum desconto... talvez isso massageasse um pouco o ego de cada um... mas ameaçou antes:
_Se eu perder freguês por causa daquela piranha, eu vou descontar é no seu salário, Tomás!
_Mas aí é sacanagem, Jordão! _ o rapaz protestou.
_Pensasse nisso quando veio pedir emprego pra ela aqui! Ela é responsabilidade sua, Tomás...sua!
O rapaz ficou olhando o patrão se afastar cheio de garrafas, enquanto ele fritava os tira gostos.
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SEM SAÍDA-Armando Scoth Lee-romance gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES- Aquela poderia ter sido apenas mais uma noite entediante no Bar do Jordão, um barzinho miserável de beira de estrada e que era uma parada obrigatória para vários caminhoneiros....Uma jovem enigmática que se destaca no ambie...