CAPÍTULO 21

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Já passava da meia-noite, quando Saulo acordou percebendo  que alguém entrava no quarto procurando não fazer barulho.

O primeiro pensamento que lhe veio, obviamente, foi que Tomás pudesse estar tentando verificar se ele estava bem e, por isso,  adiantou:

_O que você está fazendo aqui, se sabe que eu estou bem? 

Saulo  não obteve resposta e, no escuro, ouviu apenas o som de passos leves ainda se aproximando de sua cama. 

Saulo  ficou apreensivo, quando percebeu que o outro estava subindo em sua cama devagar.

Antes que pudesse protestar novamente, ouviu aquela voz suave e sensual que fez com que o seu corpo se arrepiasse completamente!

_Vai se recusar a receber a visita de uma velha amiga, cheiroso? Eu estou com saudades, minha delícia!

Era Letícia! Somente ela o chamava assim e, mais uma vez, Saulo  não saberia dizer se estava ouvindo a voz dela realmente ou se aquilo era alguma armadilha de sua mente.

_Você está aí tão carente...tão sozinho...e eu aqui morrendo de tesão...que desperdício! _ ela falou com a voz rouca.

A mente de Saulo foi a mil e, por um momento, ele não soube como agir!

Aquele segundo de vacilo foi o suficiente para que ela metesse a mão entre as pernas de Saulo para agarrar aquele membro que acordou louco de desejo, pois sabia do que ela era capaz para enlouquecê-lo de prazer!

Saulo sentiu toda aquela adrenalina confundindo  o seu raciocínio, quando lembrou-se de  como ela era maravilhosamente quente na cama!

_Tanto tempo se passou desde a última  vez... _ ela sussurrou sedutoramente em seu joguinho de sedução. _Um pecado deixar passar um momento como este... Vamos ser felizes mais uma vez... Vamos fazer amor gostoso como antigamente...e tudo ficará bem. 

O coração dele estava acelerado...a respiração ofegante...e ele acreditou que só podia estar sonhando, pois podia jurar que realmente sentia  o perfume de Letícia invadindo as suas narinas numa inegável confirmação de que era ela sim quem estava ali naquela cama junto com ele!

_Letícia... _ ele gemeu sem se conter. _Minha Letícia...

Aquelas mãos macias e mornas tão generosas fazendo maravilhas em seu corpo...aquele jeito tão  conhecido  de massagear o seu pau...e depois aquela boca quente e úmida o envolvendo... aquele jeito de brincar com as suas bolas...levá-lo ao paraíso em questão de segundos...

Ele já não tinha dúvidas! Era Letícia e não Tomás quem estava ali!

Ela sentou-se sobre ele e Saulo lutava em conflito  consigo mesmo tentando não se esquecer de  que havia um pênis e não uma xoxota na pessoa que estava ali naquela cama com ele!

Um resto de sanidade mental ainda tentava trazê-lo de volta à razão lhe lançando questionamentos lógicos:

"Letícia já morreu...Este é Tomás...Tomás é gay...agora você também é gay? Letícia, a falecida, já não está mais aqui...mas Tomás...o gay...está querendo se aproveitar de você...e você vai deixar ele fazer isso, Saulo?"

_Eu senti tantas  saudades do seu corpo... do seu cheiro... _ ela sussurrou fazendo o corpo dele  se incendiar cada vez mais e isso foi aos poucos silenciando todas aquelas dúvidas!

As mãos dela trabalhavam rápido, enquanto Saulo tentava manter o foco de que na verdade eram as mãos dele...as mãos de Tomás...o corpo de Tomás! Ele ficou dividido entre a razão e a emoção e a segunda foi ganhando terreno rapidamente!

SEM SAÍDA-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora