TZUYU
Quando finalmente terminamos de lavar a última louça, respirei aliviada, e Sana praticamente jogou a esponja na pia, como se fosse um ato de vitória.
— Finalmente – ela suspirou, esticando os braços acima da cabeça. – Minha pobre coluna nunca mais vai ser a mesma depois disso.
Eu ri, secando minhas mãos na toalha, mas antes que pudéssemos escapar da cozinha, Jihyo se colocou na nossa frente, ainda com aquele sorrisinho vitorioso.
— Olha só, sobreviveram! E nem demorou tanto – disse ela, mal disfarçando a diversão. – Agora que estão com as mãos livres, o que acham de arrumar a sala?
Sana e eu a encaramos, incrédulas.
— Espera… o quê?! – Sana arregalou os olhos, lançando um olhar dramático para mim.
Dei um passo para trás, quase automaticamente.
— Calma aí, Jihyo. Não era só a louça?
Jihyo deu uma risadinha, cruzando os braços e olhando para nós duas com a expressão mais sapeca do mundo.
— Vocês que se ofereceram pra ajudar, lembram?
Sana abriu a boca, pronta para protestar, mas desistiu ao ver o olhar de Jihyo, que, por mais fofo que fosse, tinha uma autoridade implacável.
— Tá, tá… mas só porque somos generosas, ok? – Sana revirou os olhos, meio brincando, meio irritada, enquanto caminhava até a sala.
Eu a segui, suspirando mais uma vez, mas Jihyo apareceu ao nosso lado e, em um impulso carinhoso, nos puxou para um abraço.
— Vocês são as melhores, sabia? – ela disse, sorrindo com aquele brilho no olhar.
No fim, nosso "trabalho" valia a pena só por esses momentos – e porque, bem… no fundo, a gente não resistia ao sorriso dela.
Assim que nos separamos do abraço, Sana e eu começamos a organizar a sala, ainda trocando olhares cúmplices de “como é que ela nos enrola tão fácil?”. Enquanto empilhava algumas almofadas e dobrava uma manta que estava jogada no sofá, Sana cochichou:
— Um dia a gente precisa se vingar, Tzuyu. Vamos planejar alguma coisa para quando ela menos esperar.
Eu sorri, já imaginando a cena. Mas antes que pudéssemos aprofundar nosso “plano de vingança”, ouvimos o som de Jihyo na cozinha, parecendo ocupada com algo.
— O que será que ela está fazendo? – Sana perguntou, franzindo a testa. — Já lavamos a louça e arrumamos a sala… não é como se ela tivesse deixado mais alguma coisa pra gente fazer, né?
Curiosa, fui até a cozinha espiar e, para a nossa surpresa, Jihyo estava preparando uma sobremesa. Ela parecia concentrada, com a ponta da língua ligeiramente para fora, cortando pedaços de morango e colocando-os delicadamente sobre algumas taças de sorvete.
Ela notou minha presença e olhou para mim com um sorriso travesso.
— Sabem, eu poderia ter feito isso sozinha desde o começo – ela falou, piscando. — Mas ver vocês resmungando juntas foi divertido demais pra resistir.
Sana, que tinha se aproximado sem fazer barulho, balançou a cabeça, meio indignada, meio rindo.
— Então quer dizer que essa foi sua intenção o tempo todo?
Jihyo deu de ombros, rindo.
— Vocês ficam fofas quando reclamam, só isso.
Eu e Sana fingimos estar ofendidas, mas quando Jihyo ofereceu as taças com morangos e sorvete, nossas defesas se desfizeram num segundo. Pegamos as taças, e Jihyo se juntou a nós na sala, onde nos aconchegamos no sofá, comendo e rindo.
No final, nem conseguíamos fingir que estávamos bravas. Esses pequenos “testes de paciência” de Jihyo acabavam sempre assim: nós três rindo e aproveitando a companhia uma da outra.
(...)
Depois que terminamos de devorar as taças de sorvete, Sana e eu trocamos um olhar fingindo estarmos “seriamente” ofendidas com a brincadeira de Jihyo. Ela percebeu, claro, e sorriu com aquele ar de quem já sabe o que fazer para nos conquistar de novo.
— Awn, não fiquem assim, vocês sabem que eu amo minhas ajudantes preferidas – disse ela, se inclinando para perto de mim. Antes que eu pudesse responder, senti os lábios dela tocarem suavemente minha bochecha. Fiquei toda boba, mas tentei manter minha “cara séria” para disfarçar.
— Tá achando que só um beijinho resolve? – Sana resmungou, mas o sorriso que ela tentava conter a entregava.
Jihyo riu, divertida, e se virou para Sana, segurando o rosto dela com delicadeza. Ela a puxou para mais perto e lhe deu um beijo no canto dos lábios, só para provocar. Sana suspirou dramaticamente, mas logo acabou sorrindo também.
— Pronto, já está tudo perdoado? – Jihyo perguntou, nos observando com aquele olhar doce.
Eu e Sana acabamos cedendo, nossas “caras de bravas” se transformando em risos. Jihyo puxou nós duas para mais perto, nos envolvendo num abraço apertado.
— Sei que vocês amam a minha companhia tanto quanto eu amo a de vocês – ela disse, baixinho, com um sorriso genuíno.
Naquele instante, qualquer resquício de “vingança” que Sana e eu tínhamos planejado evaporou. A verdade é que, mesmo com as travessuras dela, não conseguíamos resistir ao carinho de Jihyo.
Continua...
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My cowgirls - Satzuhyo | G!P
RomanceJihyo é uma jovem que sempre viveu na cidade grande, onde seu comportamento rebelde e despreocupado a colocava constantemente em apuros. Após uma série de confusões que esgotam a paciência de seu pai, ele decide enviá-la para o interior, para a cida...