TZUYU
A tarde foi avançando lentamente, mas parecia que o tempo se estendia generoso para nós, permitindo que cada segundo fosse sentido plenamente. A tranquilidade do parque, com os sons dos pássaros e o balançar suave das folhas, parecia criar uma espécie de bolha ao nosso redor, protegendo aquele momento de qualquer preocupação.
À medida que o sol começava a descer no horizonte, tingindo o céu com tons alaranjados, Jihyo se levantou da grama e, com um sorriso travesso, propôs algo inesperado.
— Que tal uma pequena corrida até o lago? O último a chegar paga o sorvete!
Eu e Sana trocamos olhares surpresos, mas antes que pudéssemos responder, Jihyo já estava a alguns passos à frente, rindo e nos desafiando a segui-la. Num impulso, levantamo-nos e começamos a correr atrás dela, nossas risadas preenchendo o parque. Por alguns instantes, voltamos a ser crianças, sem qualquer preocupação, apenas aproveitando o momento.
Quando finalmente chegamos ao lago, todos ofegantes e rindo, Jihyo se declarou vitoriosa, com os braços erguidos em comemoração. Sana e eu fingimos protestar, mas logo rimos, concordando que ela merecia a vitória.
Sentamo-nos à beira do lago, recuperando o fôlego e apreciando a vista da água refletindo os últimos raios de sol. Jihyo esticou as pernas e suspirou, visivelmente satisfeita, enquanto Sana apoiava a cabeça em meu ombro, ambos os rostos relaxados e felizes.
O silêncio que se instalou entre nós era confortável, como se as palavras fossem desnecessárias. Naquele instante, percebi que cada uma de nós carregava suas próprias histórias, suas próprias lutas e sonhos, mas que de alguma forma, compartilhávamos uma mesma jornada.
— Vocês são a minha casa — sussurrei, sem conseguir conter o pensamento.
Jihyo e Sana sorriram, e Sana acariciou minha mão de leve, confirmando aquele sentimento com um gesto silencioso. Era incrível como nossa amizade transcendia qualquer descrição. Havia uma conexão entre nós que parecia quase palpável, como se cada uma fosse uma peça essencial para a outra.
Depois de mais alguns minutos em silêncio, Jihyo finalmente quebrou o encanto do momento com uma sugestão divertida.
— Então, vamos ao sorvete? Afinal, temos uma aposta para cumprir.
Rimos, concordando. Caminhamos lado a lado, nossos passos sincronizados, enquanto fazíamos o caminho de volta, com as sombras longas da tarde se misturando aos nossos risos. E mesmo sabendo que aquele dia acabaria em breve, senti que o laço entre nós havia se tornado mais forte, mais profundo.
No fim, não era o lugar ou o que fazíamos que importava, mas a maneira como cada momento era intensificado por estarmos juntas. Sabia que aquela tarde seria mais uma lembrança guardada em nosso coração, para ser lembrada com carinho em qualquer momento.
A caminhada até a sorveteria foi leve e descontraída, nossas conversas fluíam de forma natural, alternando entre risos, lembranças engraçadas e planos para o futuro. O parque aos poucos ficava mais vazio, e a rua começava a ganhar uma quietude que só a noite poderia trazer. O céu, agora tomado por uma mistura de roxos e dourados, parecia refletir a calma que todos nós sentíamos.
Quando chegamos à sorveteria, a pequena fila nos deu tempo para decidir as escolhas, mas Jihyo, sempre prática, já sabia exatamente o que queria.
— Vou de chocolate com morango, como sempre — ela disse, com um sorriso tranquilo, como se aquele sabor fosse uma extensão de sua essência.
Sana, ao seu lado, parecia um pouco mais indecisa, analisando as opções com atenção. Eu, por outro lado, já sabia que meu pedido seria algo mais inusitado. "Coco com doce de leite", pensei, antes de fazer o pedido com um sorriso para a atendente.
Jihyo se virou para nós, notando a escolha.
— Coco com doce de leite? Você está de dieta? — ela brincou, e Sana riu da expressão em meu rosto.
— Talvez seja uma exceção — respondi, dando de ombros, antes de dar um risinho.
Enquanto esperávamos pelos sorvetes, Jihyo nos puxou para perto de uma mesa de madeira, onde pudemos nos sentar e aproveitar o momento. O ambiente da sorveteria era acolhedor, com luzes suaves e um aroma doce no ar, que fazia tudo parecer ainda mais especial.
Assim que os sorvetes chegaram, nos servimos com entusiasmo, a promessa do sabor fresco e doce nos animando. Nos sentamos ao redor da mesa, cada uma saboreando seu gelado com prazer, sem pressa.
— Sabe... — começou Jihyo, com um olhar pensativo —, eu sempre acho que esses momentos são os mais preciosos. Nada de grandioso, mas tudo de muito valor.
Sana olhou para ela, com os olhos suavemente brilhando.
— É verdade. Às vezes, a vida não precisa de muito para ser maravilhosa. Só de ter vocês aqui, comigo, já é tudo o que eu preciso.
Eu, sentindo a mesma cumplicidade, completei:
— A felicidade está nessas pequenas coisas. Em cada gesto, em cada risada, em cada momento em que estamos juntas.
O silêncio se fez por um instante, enquanto saboreávamos nossos sorvetes, mas não era um silêncio desconfortável. Era um silêncio cheio de entendimento, como se todos nós compartilhassemos a mesma verdade silenciosa.
E, à medida que o sol se escondia completamente no horizonte, as luzes da cidade começavam a se acender, iluminando nossas faces e dando ao ambiente um toque mágico. O frio da noite começava a chegar, mas não importava, pois ali, naquele pequeno pedaço de tempo, éramos tudo o que precisávamos.
Nos despedimos da sorveteria e começamos a caminhar de volta, mais devagar agora, como se não quiséssemos que aquele dia terminasse. O céu noturno se estendia acima de nós, com estrelas começando a aparecer, e a cidade, com seus sons suaves, parecia envolver-nos em uma aura tranquila.
Quando chegamos de volta ao ponto onde a caminhada havia começado, todas nós sabíamos que não era o fim, mas apenas o próximo capítulo de algo que sempre seria nosso. A promessa de novos dias, novos momentos, e mais lembranças que se somariam àquelas que já faziam parte da nossa história.
Eu sabia que, por mais que os momentos mudassem, a essência de estar com aquelas duas pessoas especiais continuaria sempre a mesma: um laço eterno que se fortaleceria a cada novo sorriso, a cada novo toque. E no fundo, isso era tudo o que importava.
Continua...
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My cowgirls - Satzuhyo | G!P
RomanceJihyo é uma jovem que sempre viveu na cidade grande, onde seu comportamento rebelde e despreocupado a colocava constantemente em apuros. Após uma série de confusões que esgotam a paciência de seu pai, ele decide enviá-la para o interior, para a cida...