A última escolha.

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— Olá, sou advogada de Lyle e Erick Menendez — disse Leslie, com um tom firme, mas respeitoso, ao se dirigir ao segurança. Ele a olhou com uma expressão neutra, avaliando a situação.

— Ok, me acompanhe. Vou te levar para a sala do diretor — respondeu o segurança, gesticulando para que ela o seguisse.

Leslie caminhou atrás dele, sentindo a tensão no ar. As paredes do corredor eram frias e cinzentas, refletindo a atmosfera pesada do lugar. O som dos passos ecoava, e ela podia ouvir murmúrios distantes de outras áreas da prisão. Ao chegarem à porta da sala do diretor, o segurança bateu levemente, e após um breve momento, uma voz autorizada os convidou a entrar.

A sala era ampla, decorada com estantes repletas de livros e documentos. Uma mesa grande, feita de madeira escura, dominava o espaço, e atrás dela estava o diretor, um homem de meia-idade com um olhar sério e atento.

— Sentem-se, por favor — disse ele, apontando para uma cadeira em frente à mesa. Leslie se acomodou, e eu também, enquanto o segurança se afastava, fechando a porta atrás de si.

— Vamos lá, seria muita ousadia perguntar quem são vocês? — diz o diretor, olhando de forma inquisitiva para nós duas à sua frente, um semblante sério e atento.

— Não. — Leslie responde, com uma voz firme e confiante. — Eu sou a advogada de Lyle e Erik Menendez. E Sofia, — ela aponta para mim — é quem vai me ajudar com tudo isso.

— Certo. — ele responde, pegando uma pilha de papéis do balcão. O som dos papéis sendo manuseados ecoa pelo ambiente austero do escritório. — Visitas têm direito a uma hora, mas como vocês não são visitas comuns, têm direito a duas horas. — Ele completa, olhando para nós com uma expressão neutra, embora os olhos traziam um leve interesse.

— A situação dos Menendez é delicada, e é crucial que cada minuto seja aproveitado. — ele diz, organizando os documentos. — Eu não precisaria lembrar, mas a confidencialidade é fundamental. Qualquer vazamento de informações pode ter consequências sérias. 

— Bom, então, sigam o segurança que está na porta. Eles vão levar vocês duas para a sala de visitas — diz o diretor, sua voz grave ecoando pelo corredor gelado. 

Leslie e eu trocamos um olhar nervoso, mas acabamos concordando. Nos levantamos e seguimos o segurança, que andava com passos firmes à nossa frente. À medida que atravessávamos os corredores, os gritos e xingamentos dos presos se intensificavam. Era como se uma tempestade de vozes revoltadas nos cercasse. Pessoas se agrediam, e os policiais pareciam ignorar tudo, como se aquele caos fosse uma parte comum do cotidiano. Aquilo me deixava assustada, o ambiente pesado e carregado de tensão.

Finalmente, chegamos a uma porta mais robusta, e o segurança parou, fazendo um gesto com a mão.

— Aqui, senhoritas, podem entrar — disse ele, com um tom neutro, quase sem emoção.

— Iremos buscá-los — informou o segurança, com um olhar que não deixava espaço para dúvidas.

Ele saiu da sala, e o silêncio se instalou, pesado e inquietante. Olhei para Leslie, que parecia tão confiante quanto eu. As paredes brancas e frias pareciam nos oprimir. O som distante dos gritos do lado de fora se misturava com nossos próprios pensamentos, criando um ambiente tenso e cheio de expectativa.

Depois de alguns minutos de expectativa, a porta finalmente se abre e os meninos entram. O barulho da porta se trancando novamente era alto, ecoando pelo corredor vazio. O meu coração acelera ao ver Lyle. 

— Sofia! — diz ele, seu sorriso iluminado, enquanto avança em direção a mim. Ele me envolve em um abraço apertado, e a sensação de seus braços ao meu redor me faz sentir uma onda de alívio. É como se todas as preocupações do mundo tivessem desaparecido naquele instante.

Lyle menendez, ódio ou amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora