Capítulo 46: Nosso Segredo

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O vento suave carregava o cheiro salgado e a brisa fresca contrastava com o calor das últimas trocas de carinho. Carol brincava de entrelaçar seus dedos aos de Anne de forma delicada, enquanto a areia morna se acumulava entre os pés descalços. A presença da holandesa parecia preencher o ar ao redor, tornando o momento ainda mais especial. Os risos e sussurros iniciais aos poucos se transformaram em um silêncio confortável.

Carol, ainda sentindo o gosto dos lábios de Anne e com o coração acelerado, deixou-se relaxar mais e sentiu a coragem para dizer o que pairava em sua mente desde que os lábios se encontraram. Com uma voz baixa e natural, virou-se para a loira ao seu lado.

— E agora? — A voz de Carol soou calma, mas os olhos escuros a miravam com uma profundidade que fez Anne se perder por um instante. — Como estamos?

Anne desviou o olhar para o horizonte, tomando um fôlego profundo antes de responder.

— O que eu posso dizer...? Eu estou gostando de te conhecer, Carol. — Sua voz saiu um pouco hesitante, mas logo o seu tom se preencheu de bom humor — E você? — completou, com um leve sorriso, que também demonstrava curiosidade.

Carolana desenhou um pequeno sorriso de lado antes de levar a mão de Anne aos lábios e dar um beijo suave, mantendo seus olhos fixos nos da holandesa.

— Garota, eu já disse que tô viciada em seus beijos — A central brincou antes de continuar e pode ver um sorriso tímido se desenhando nos lábios da ponteira — Eu gosto da ideia da gente ir se conhecendo desse jeito leve. Eu também quero isso.

As duas trocaram mais alguns beijos suaves, como se quisessem saborear o momento. E ali, com o sol aquecendo seus corpos e a praia praticamente deserta, Carol sentiu uma intimidade maior do que qualquer momento compartilhado anteriormente. As mãos de Anne repousavam sobre a sua perna, e ela fazia pequenos círculos com o polegar, um toque singelo, mas que causava arrepios.

— Isso, só entre a gente? — Anne começou, hesitante, franzindo o cenho em leve preocupação — Ou você acha que alguém deveria saber? Digo, sobre nós... agora?

Carol se inclinou para a frente, guardando novamente a mecha solta do cabelo de Anne que insistia em cair sobre seu rosto.

— Eu acho que pode ser nosso segredo — sussurrou com um sorriso brincalhão, mas com uma sinceridade que deixava claro que queria aquilo só para elas. — A gente não precisa se precipitar. Acabei de sair de um relacionamento, e acho que enquanto estiver bom a gente pode ir se conhecendo, se curtindo. Que acha?

Anne concordou com um aceno suave, ela também achava que aquela amizade poderia ser apenas um pouco mais colorida. Ela sabia que Carol estava no final de um ciclo, e o fato de manterem as coisas entre elas as dava uma liberdade que ainda precisavam para descobrir se todo aquele desejo de estarem perto era apenas atração física.

Como forma de selar aquele acordo, ela se inclinou para perto da central deixando um selinho sobre os lábios da morena. E então deixou mais um selinho, e mais um. Era pra ter sido um gesto breve, se uma onda de calor não tivesse surgido. O selinho logo se transformou em um beijo mais profundo, e um sorriso com malícia surgiu nos lábios da ponteira enquanto ela se perdia naqueles lábios.

A mão de Anne, que antes repousava casualmente sobre a coxa de Carol, subiu lentamente, traçando uma linha quente até a nuca da morena. Com um movimento delicado, ela puxou Carolana para mais perto, aprofundando o beijo, que rapidamente se tornava urgente. Cada toque fazia com que o mundo ao redor desaparecesse, deixando apenas o som das ondas e os batimentos acelerados de seus corações. Anne sentia a mão da mais baixa na sua cintura, firme e possessiva, como se a morena quisesse não apenas estar perto, mas se fundir a ela. O calor entre elas era palpável, cheio de desejo. Carol queria mais, mais contato, mais intensidade. Cada toque, cada pressão, acendia uma chama dentro dela que parecia inextinguível.

Sorte A Nossa | BuijrolOnde histórias criam vida. Descubra agora